(19/11/2008)
- A ex-ministra do Meio Ambiente e senadora Marina
Silva, mediadora de um dos painéis mais concorridos
da Conferência Internacional sobre Biocombustíveis,
que se realiza em São Paulo, disse que qualquer
proposta sobre biocombustíveis e sustentabilidade
passa, impreterivelmente, pelo entendimento dos
países de trabalharem com a certificação
sócio-ambiental.Segundo a senadora e também
na opinião do economista Ignacy Sachs, relator
dessa plenária, esta é a medida básica
de apoio às políticas do segmento.
Além da certificação,
os especialistas observaram que os países
– sejam eles desenvolvidos ou em desenvolvimento
- têm necessidade de lembrar que os agricultores
familiares podem ser a alavanca dos programas direcionados
à produção de combustíveis
limpos.
De acordo com Sachs, os pequenos
produtores vão precisar de políticas
públicas, de assistência técnica,
de crédito preferencial (no caso brasileiro
o Pronaf), acesso a mercados e mais informações
sobre este assunto. “É dentro deste contexto
que a certificação sócio-ambiental
aparece como elemento fundamental de apoio às
políticas de biocombustíveis e sustentabilidade”,
garantiu Ignacy Sachs.
A conferência Internacional
sobre Biocombustíveis, organizada pela Casa
Civil e pelo Ministério das Relações
Exteriores (MRE) tem continuidade nesta quarta-feira
(19). O diretor-presidente da Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Silvio
Crestana, é o mediador da Plenária
IV, que abordará Biocombustíveis e
Inovação. Os debates deste tema começam
às 9hs30min.
Deva Rodrigues
Assessoria de Comunicação
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Comunidade participa do monitoramento
da qualidade da água
(19/11/2008) O Dia de Campo na
TV exibe esta semana o tema "Monitoramento
comunitário da água". O programa
vai ao ar nesta sexta-feira, 21 de novembro, pelo
Canal Rural (NET/SKY) a partir das 9h, com reapresentação
no domingo (23) às 8h pela NBR (TV do Governo
Federal, captada por cabo ou por parabólica).
A produção é da Embrapa Informação
Tecnológica (Brasília – DF), em parceria
com a Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza
- CE), unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, vinculada ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
A água doce disponível
no planeta está se tornando um bem cada dia
mais precioso. Vários fatores convergem para
um quadro grave de escassez, como o aquecimento
global, as agressões ao meio ambiente, o
desperdício e o mau uso.
Para reverter esta situação
e diminuir o impacto da degradação
dos recursos hídricos, é essencial
a conscientização e o envolvimento
da comunidade.
Pensando nisso, a Embrapa Agroindústria
Tropical iniciou em 2005 um projeto de gestão
de fontes hídricas em microbacias hidrográficas,
voltadas para a melhoria da qualidade de vida de
comunidades rurais. A metodologia usada é
a dos Vigilantes da Água, baseada na formação
e capacitação de grupos comunitários
de voluntários para o monitoramento participativo
da qualidade da água. Os voluntários
são responsáveis por fazer a coleta
de amostras de água em açudes e cisternas.
A comunidade é mobilizada
para achar as soluções que minimizem
os impactos. Na comunidade de Muquém, por
exemplo, os voluntários estão fazendo
um trabalho de conscientização, retirando
o lixo do entorno do açude e não permitindo
que animais freqüentem o local. Além
disso, são feitas campanhas periódicas,
alertando para as conseqüências danosas
à saúde e ao meio ambiente. “Com o
monitoramento participativo do nosso reservatório,
está sendo possível preservar o espaço
como fator de melhoria da condição
de vida na nossa região”, avalia o morador
de Muquém e voluntário do projeto
Vigilantes da Água, Moésio Lopes.
O Dia de Campo na TV também
apresenta outros assuntos nos quadros que estrearam
este ano: Falando Sobre, Na Prática, Terra
Saudável, Conhecendo a Embrapa, Sempre em
Dia e Perguntas & Respostas.
O público pode participar
de forma interativa. As dúvidas sobre a tecnologia
apresentada são respondidas, ao vivo, por
especialistas. Os telespectadores podem fazer perguntas,
durante o programa, pelo telefone 0800 648 1140
(ligação gratuita de qualquer telefone)
ou pelo endereço eletrônico diacampo@sct.embrapa.br
Como sintonizar o programa:
Antena parabólica doméstica
(Banda L, Freqüência 1220 Mhz); Recepção
multiaberta (Banda C, Transponder 6A2, Polarização
Horizontal, Freqüência 3930 Mhz). Pelo
Canal Rural – NET, SKY e parabólica (Transponder
12A2, Polarização Horizontal, Freqüência
4171 Mhz).
Pela NBR - TV do Governo Federal
- Saiba como acessar
Para aqueles que não puderem
assistir ao programa, a Embrapa Informação
Tecnológica disponibiliza cópias em
DVD ou VHS que podem ser adquiridas pelos telefones:
(61) 3340-9999 / 3448-4236, ou pela Livraria Virtual
– http://www.sct.embrapa.br/liv/
A matéria principal do
programa pode ser assistida também pelo site
(www.sct.embrapa.br/diacampo). Na página
está disponível a grade completa com
a programação já exibida em
2006, 2007 e 2008, além de alguns programas
dos anos anteriores, histórico, galeria de
fotos e notícias.
Teresa Ferreira
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Especialistas recomendam redução
de dióxido de carbono
(18/11/2008) Descarbonizar a economia
mundial é prioritário e até
mesmo oportuno, principalmente no atual momento
de crise econômica, em que as lideranças
poderiam apostar em sistemas que, entre outros aspectos,
enfoquem a combinação de meios de
transportes com base em biocombustíveis,
edificações ecológicas e políticas
públicas incentivadoras de alternativas como,
por exemplo, a revitalização das ferroviárias.
Além disso, os países
desenvolvidos e em desenvolvimento devem fazer um
grande esforço para tornar viável
a redução, até 2050, de pelo
menos 50% da emissão de dióxido de
carbono (CO2) na atmosfera terrestre, reduzindo
as 36 milhões de toneladas/ano emitidas hoje
em dia em todo o mundo para 18 bilhões toneladas.
Estas são algumas das recomendações
de especialistas da Argentina, do Brasil, dos Estados
Unidos, do Reino Unido e do Senegal que participaram
na manhã desta terça-feira (dia 18)
da Sessão Plenária II - “Biocombustíveis
e mudança do clima”, parte da programação
da Conferência Internacional sobre Biocombustíveis,
que se realiza em São Paulo até o
dia 21.
O moderador do painel, secretário
executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças
Climáticas, Luiz Pingueli Rosa, foi enfático
ao dizer: “ Se o governos brasileiro e dos Estados
Unidos dão auxílio à indústria
automotiva nessa hora de crise, esse auxílio
poderia ser direcionado para o uso de carros mais
leves”.
Essa, aliás, foi uma das
opiniões compartilhadas pelos debatedores
que lembram ser o setor de transportes o responsável
por cerca de 13,5% das emissões globais de
gases de efeito estufa. Para eles as frotas urbanas
devem ter outras características, sejam no
transporte público como privado.
Segundo o diretor da Smith School
of Enterprise and the Environment, da Universidade
de Oxford (Reino Unido), David King, os países
desenvolvidos deveriam, inclusive, pensar em diminuir
a emissão de CO2 em 80% e os demais trabalharem
para alcançar melhores níveis.
“Gostaria de ver isso acontecer
nos Estados Unidos, com Obama (Barack Obama presidente
eleito daquele país)”, comentou King aos
mais de 3 mil participantes do evento. Para ele
a integração dos meios de transportes
e a fabricação de veículos
leves para uso urbano são algumas das determinações
simples e de resposta rápida. “Precisamos
analisar o ciclo completo do carbono”, avaliou King.
A opinião do representante
da Oxford no debate é semelhante a do argentino
Raúl Estrada Oyuela, presidente do Processo
Negociador do Protocolo de Quioto, e também
converge com as ponderações do secretário
executivo do Fórum Paulista de Mudanças
Climáticas Globais e Biodiversidade, Fabio
Feldmann. Todos os três dividem a opinião
de que o desafio é engajar a sociedade nos
processos referentes às mudanças de
clima.
Os debatedores dessa plenária
foram unânimes em observar que não
basta apenas manter as discussões no que
foi ratificado pela maioria dos países pelo
Protocolo de Quioto da Convenção (estabelecido
em 1997 e em vigor desde fevereiro de 2005), cujo
cronograma prevê que os países industrializados
são obrigados a reduzir em 5,2% a emissão
de gases de efeito estufa (entre 2008 e 2012). Para
os especialistas essas metas precisam ser revistas
para a reunião em Copenhague em 2009.
Apesar de concordância em
pontos básicos, os debatedores da Plenária
II não deixaram de fazer observações
quanto à posição brasileira,
os caminhos e tecnologias utilizadas pelo Brasil
no tema biocombustíveis. O presidente do
World Watch Institute (Estados Unidos), Cristopher
Flavin apesar de reconhecer a liderança do
país na produção de etanol
a partir da cana-de-açúcar, fez questão
de enfatizar : “O Brasil tem mais energia solar
do que bioenergia”.
Deva Rodrigues
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Encontro discute mudanças
climáticas
(18/11/2008) Três palestras
movimentaram a tarde de terça-feira (18)
no workshop "Mudanças Climáticas:
Agricultura e Alimentos", promovido pela Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
em parceria com a Monsanto e apoio do Laboratório
de Fisiologia Ecológica de Plantas (Lafieco),
da Universidade de São Paulo (USP). O evento
- realizado no auditório da Embrapa, em Brasília,
e dirigido a pesquisadores, professores universitários
e estudantes de pós-graduação
- teve o objetivo de discutir estratégias
de utilização de alternativas biotecnológicas
para adaptação e mitigação
de estresses decorrentes das mudanças climáticas
globais.
O especialista, que atua na área
de ecofisiologia de plantas e nos mecanismos de
resposta vegetal às mudanças climáticas
globais, entre outros temas, apresentou uma palestra
com o tema "Thermageddon e Fotosíntese:
É possível utilizar os mecanismos
fotossintéticos na previsão de respostas
vegetais às mudanças climáticas
globais?"
De acordo com o pesquisador, a
expressão Thermageddon foi utilizada no livro
Thermageddon: Countdown to 2030, de Robert Hunter,
para designar um grande e irreversível aquecimento
causado pela liberação de gases de
efeito estufa de origem humana. Depois de apresentar
as perspectivas de variações de temperatura
da superfície da Terra até 2100 e
as principais conclusões do Painel Intergovernamental
sobre Mudanças Climáticas (IPCC),
Sage falou sobre as vulnerabilidades enfrentadas
pelas plantas diante das mudanças climáticas
e apresentou alguns dos resultados alcançados
por ele e sua equipe.
Desafio - Na segunda palestra
da tarde, do pesquisador Marcos Elias Ferreira,
da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia,
o tema foi "O desafio de desenvolver variedades
de plantas tolerantes à seca". Ferreira
abordou o trabalho desenvolvido com cultivares de
arroz para mostrar a importância do desenvolvimento
de plantas tolerantes à seca. "Hoje
há grandes perdas em produção
agrícola devido a condições
limitantes de água em várias partes
do mundo e é provável que o problema
aumente com as mudanças climáticas",
destacou. Segundo o pesquisador, atualmente 70%
da água potável consumida pela humanidade
é usada na agricultura e essa quantidade
deve aumentar 17% até 2025.
Ferreira explicou que a principal
definição de tolerância à
seca ainda utilizada é de 1972: "é
a capacidade de uma variedade ter um produtividade
maior do que outras variedades da mesma espécie
sob condições limitantes de água
no solo". Nessas condições, de
acordo com ele, a planta desenvolve habilidades
de reduzir a perda de água para o ar e par
o solo; manter o turgor celular por longos períodos
de estresse; sobreviver à perda de turgor
celular; proteger as células de dano oxidativo
causado por radiação; reduzir a esterilidade
do pólen durante o estresse; e reduzir o
aborto embrionário durante o estresse.
"As variedades de arroz mais
tolerantes à seca parecem ser, em geral,
mais altas, têm os grãos mais pesados
e perfilham pouco", disse Ferreira, lembrando,
no entanto, que a busca pelo ideótipo continua.
"Mas já sabemos que ele deve ter raízes
profundas e fortes; arquitetura de panícula;
grãos mais pesados; panículas longas,
com arista; resistência a herbicidas; porte
mais alto; perfilhamento médio; resistência
à brusone."
O terceiro palestrante, Richard
Sayre, falou sobre o “Programa de Biofortificação
da Mandioca”. Diretor do programa BioCassava Plus
e do Institute for Renewable Fuels, o palestrante
traçou um quadro sobre a desnutrição
na África Subssariana e destacou a importância
do melhoramento genético da mandioca na resolução
desse problema. “Duzentos e cinqüenta milhões
de africanos e 800 milhões de pessoas no
mundo todo dependem da mandioca como sua principal
fonte de calorias”, ressaltou.
De acordo com Sayre, o principal
objetivo do programa BioCassava Plus é produzir
mandiocas melhoradas com níveis aumentados
em seis vezes de ferro e zinco, maior conteúdo
protéico (quatro vezes mais), aumento dos
níveis de vitaminas A e E em 10 vezes, redução
das perdas pós-colheitas, resistência
a infecções virais e sem ácido
cianídrico.
Eduardo Pinho Rodrigues
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Impactos ambientais da cadeia
produtiva de madeira para produção
de carvão
(17/11/2008) A Embrapa Meio Ambiente
(Jaguariúna, SP), a Embrapa Amazônia
Oriental (Belém, PA) e o Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária
– Incra/Marabá realizam em 26 de novembro
de 2008 curso sobre avaliação de impactos
ambientais da cadeia produtiva de madeira para produção
de carvão, no auditório do Incra,
em Marabá, PA.
Conforme um dos coordenadores
do curso, o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente
Cláudio César de A. Buschinelli, novas
diretrizes governamentais prevêem a utilização
da biomassa florestal para a matriz energética
brasileira, resultando na expansão da área
de florestas plantadas no País.
Para ele, “a provável expansão
de plantios florestais e o estímulo ao uso
da biomassa como energia levam ao questionamento
se estas cadeias produtivas serão viáveis,
competitivas e sustentáveis na produção
de biocombustíveis”.
A Embrapa iniciou recentemente
um projeto de pesquisa que visa desenvolver estudos
sobre o potencial de formação de florestas
energéticas utilizando o taxi-branco (Sclerolobium
paniculatum), espécie nativa que demonstra
ser uma excelente alternativa para a produção
de carvão pelas características de
sua madeira, muito semelhantes às do eucalipto.
A região de Marabá
se destaca por ser um pólo guseiro, com concentração
de empresas que demandam grandes quantidades de
carvão como fonte energética para
os processos siderúrgicos. Este fato, aliado
à possibilidade do taxi-branco ser usado
para produção de carvão vegetal,
motivou a escolha de Marabá como local para
o curso.
Treinamento dos atores sociais
Buschinelli explica que o objetivo
é treinar os atores sociais diretamente envolvidos
com a cadeia produtiva da madeira destinada à
obtenção de carvão, na avaliação
de impactos socioambientais da atividade produtiva
e da sua sustentabilidade. Por isso, é importante
a participação de produtores rurais,
empresas produtoras de ferro gusa, produtores de
carvão vegetal, representações
sociais, agroindústrias e suas representações,
instituições de pesquisa, extensão,
desenvolvimento e capacitação, gestores
públicos e comunitários, agências
de fomento e instituições de crédito.
Serão abordados temas como
recuperação de áreas degradadas
com base em sistema de produção florestal
energético-madeireiro, seus indicadores de
custos, produtividade e renda, pelo pesquisador
Silvio Brienza, da Embrapa Amazônia Oriental;
política de reflorestamento do estado do
Pará, pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal
do Estado - Ideflor, além da apresentação
do componente ambiental do Projeto Florestas Energéticas
da Embrapa e métodos de avaliação
de impacto e de gestão ambiental de atividades
rurais, pelos pesquisadores Adriana Moreno Pires
e Cláudio César de A. Buschinelli,
da Embrapa Meio Ambiente.
Na parte prática haverá
avaliação socioambiental da cadeia
produtiva de madeira para o carvão na região
de Marabá.