Panorama
 
 
 

OFICINAS DE ETNODESENVOLVIMENTO PROMOVEM INTERCÂMBIO DE EXPERIÊNCIAS EM TERRAS INDÍGENAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2008

21 de novembro de 2008 - A autonomia produtiva das comunidades indígenas é o tema discutido na Oficina de Promoção do Etnodesernolvimento em Terras Indígenas que a Coordenação Geral de Desenvolvimento Comunitário (CGDC) da Funai está realizando. A atividade acontece na cidade de Chapada dos Guimarães ( MT) e conta com a participação de técnicos da área de produção das unidades regionais que atuam na região Centro-oeste do Brasil. São técnicos agrícolas, chefes de postos, engenheiros agrônomos e florestais, entre outros, que desde terça-feira (18/11), relatam suas experiências com projetos produtivos e participativos que levam em conta a sustentabilidade social, ambiental e econômica dos povos indígenas.

São 39 técnicos que mostram como estão conseguindo melhorar a elaboração de projetos nas comunidades indígenas. Para alguns, o etnodesenvolvimento já é praticado junto às aldeias, pois se busca a satisfação das necessidades básicas da comunidade com a preocupação ambiental, como ocorre na Terra Indígena Irantxe e Miky no município de Tangará da Serra (MT). “São os próprios indígenas que nos trazem as suas demandas como no caso do fogo”, conta Maristela Aparecida Corrêa, única mulher chefe de posto que participa do evento. Ela abre o seu notebook e mostra o diagnóstico sócio-ambiental participativo realizado em 2007, em parceria com o Ibama, que culminou com a capacitação de 25 brigadistas Miky e Irantxe no mês de maio. “ O diagnóstico nos dá um norte. Hoje estamos acompanhando a produção de mel, as roças de toco com o plantio de mandioca brava e mansa, feijão costela, arroz, banana e fava. Os Miky tem até um banco de sementes próprio e são 28 roças para uma população de 108 pessoas,” destaca Maristela.

Francisco Cavalcante, técnico em agropecuária do Núcleo de Apoio Local de Juína (MT), trabalha com parceiros como o Ministério do Desenvolvimento Agrário, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD e Associação Indígena do Povo Rikbaktsa – ASIRIK, e revela que já tem resultados positivos na questão do etnodesenvolvimento. “ São pequenos projetos que têm a participação dos indígenas, e eles elaboram critérios para priorização de projetos e as aldeias a serem atendidas, com o parecer final. Nós em Juína já estamos elaborando projetos seguindo o manual da CGDC, onde constam diretrizes e procedimentos que buscam otimizar os recursos públicos destinados aos projetos produtivos nas aldeias”. No encontro ele é um dos que se posiciona a favor da roça de toco - roça tradicional dos povos indígenas - como importante para a realização de festas culturais, a segurança alimentar das famílias e o cuidado com o meio ambiente, e justifica: “ ela mantêm a comunidade unida, há a socialização. Nós não temos grandes projetos, não temos problemas de plantio em grande escala, com agrotóxicos, mas também não queremos mais comprar sementes e ferramentas todos os anos, mantendo um modelo de dependência. Estamos entrando no eixo do etnodesenvolvimento e a comunidade tem consciência disso”.

Pela dimensão do encontro, onde participam técnicos de 13 unidades regionais do Mato Grosso, duas de Rondônia e uma de Goiás, os posicionamentos e a realidade dos povos indígenas são diversos. O Coordenador Geral de Desenvolvimento Comunitário, Martinho Andrade, durante a oficina mostrou para os técnicos a necessidade de diagnósticos para que os projetos tenham mais consistência e chamou a atenção para a resistência às mudanças: “é indispensável a participação dos indígenas para que os projetos tenham êxito. O conhecimento desses povos têm de ser valorizados, os projetos têm que ser dos indígenas e elaborados com os indígenas. Ou seja, somos assessores dos índios no processo de internalização da noção de etnodesenvolvimento que prevê o respeito ao conhecimento tradicional e às idéias dos indígenas no diálogo com os técnicos das Unidades e parceiros”. Martinho destacou, ainda, a importância de observação na sustentabilidade e continuidade dos trabalhos nas aldeias num crescente processo de co-responsabilização, “é a busca de soluções locais aos desafios do dia-a-dia e ao fortalecimento de parcerias, menor dependência tecnológica frente aos pacotes e os modelos dos não-índios, ao efetivo controle social por meio de instâncias de participação dos índios em priorização de projetos e na fiscalização das atividades administrativas e técnicas das instituições Funai e parceiros”, conclui o coordenador.

Quatro oficinas estão com datas marcadas ainda para o mês de dezembro desse ano em Belém/PA e João Pessoa/PB, no período de 02 a 05, e Manaus/AM e Passo.

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Oficinas de capacitação técnica têm participação dos povos indígenas

17 de novembro de 2008 - Entre os dias 18 de novembro a 12 de dezembro a Coordenação-Geral de Desenvolvimento Comunitário - CGDC - realizará oficinas de capacitação de técnicos regionais da fundação, junto com as comunidades indígenas envolvidas, com a finalidade de trabalhar o etnodesenvolvimento, de modo a promover a autonomia produtiva das comunidades indígenas, atentando para a preservação do meio ambiente. As atividades acontecem concomitantemente nas cidades de Cuiabá, Belém, João Pessoa, Manaus e Passo Fundo.

Esse método de trabalho, com a inserção das comunidades indígenas, é fruto de discussões da equipe da CGDC, que começaram no ano de 2004. De acordo com o Coordenador de Atividades Produtivas da CGDC, Roberto Costa, essa quebra de paradigmas foi a forma de inserir as comunidades indígenas. “Eles são os principais interessados no processo produtivo, evitando assim, a perniciosa dependência dos índios”, explica o coordenador. Roberto destacou que, anteriormente, a Coordenação trabalhava basicamente em função de lista de pedidos dos índios, ou dos administradores regionais, e não havia como programar a liberação dos recursos e tampouco elaborar projetos viáveis para os índios.

Roberto Costa afirmou, ainda, que as Oficinas representam o esforço da Funai, não apenas para o aperfeiçoamento dos servidores, mas também para inserção dos próprios indígenas no processo produtivo de suas comunidades. Para ele, a participação e o engajamento dos índios é essencial para o sucesso dos projetos, pois “tudo é feito atentando-se para as peculiaridades de cada povo envolvido”.

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Estudantes indígenas terão prioridade para estágio na Caixa Econômica Federal

19 de novembro de 2008 - O Programa Estágio da Caixa Econômica Federal (CEF) irá disponibilizar até 300 vagas de estágio para indígenas matriculados no ensino médio e superior em todo o país. Em encontro com o Presidente da Funai Márcio Augusto Freitas de Meira, na segunda-feira (17), a Presidenta da CEF Maria Fernanda Ramos Coelho assinou um Protocolo de Intenções, com vigência de dois anos, para realização de contratos operacionais, técnicos e administrativos a estudantes indígenas com matrícula ativa.

“Essa iniciativa integra o indígena como cidadão brasileiro, que merece ter acesso ao trabalho, por exemplo em um banco como a Caixa Econômica Federal”, declarou Márcio Meira. O presidente da instituição indigenista destacou, ainda, a importância de ações conjuntas para valorização da diversidade etnica e cultural brasileira.

Maria Fernanda Coelho disse que a parceria com a Funai é significativa e resgata uma relação história do banco com a população indígena. “Há uma mobilização muito grande na Caixa no sentido de dar resposta a esse setor da sociedade”, destacou a presidenta.

Os estudantes indígenas interessados em uma das vagas oferecidas pela Caixa deve procurar as Agências de Integração: Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), no site www.ciee.org.br e Instituo Euvaldo Lod (IEL), no endereço www.iel.cni.org.br.

Além da oferta de vagas para estágio, os presidentes das duas instituições comprometeram-se em desenvolver outras iniciativas para a população indígena nos Territórios de Cidadania, principalmente com projetos voltados à habitação.

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Estão abertas as inscrições para candidatos indígenas aos cursos de graduação na UnB

19 de novembro de 2008 - Entre os dias 15 de novembro e 15 de dezembro de 2008, as Administrações Executivas Regionais, os Núcleos de Apoio Locais e a sede da Fundação Nacional do Índio, em Brasília, estarão efetuando as inscrições do processo seletivo destinado a candidatos indígenas para provimento de vagas nos cursos de graduação em Agronomia, Enfermagem e Obstetrícia, Engenharia Florestal, Medicina e Nutrição, oferecidos pela Universidade de Brasília (UnB).

As provas serão aplicadas em janeiro de 2009, para formação de turmas no primeiro e segundo semestres do mesmo ano, nos pólos regionais de Belém/PA, Brasília/DF, Governador Valadares/MG, João Pessoa/PB, Maceió/AL, Porto Velho/RO e Rio Branco/AC. Serão avaliados os conhecimentos de Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa, de Matemática e de Redação em Língua Portuguesa.

O candidato deve apresentar a documentação exigida no Comunicado de Processo Seletivo, que ficará retida na Funai. Os candidatos selecionados por curso têm assegurado o direito a efetivar o seu ingresso na UnB, desde que cumpram o procedimento de registro acadêmico, descrito no comunicado.

Os documentos obrigatórios incluem: ficha-requerimento de inscrição corretamente preenchida, fornecida pela FUNAI, sem rasuras; cópia de documento oficial de identidade, com fotografia, assinatura e número do Registro Geral nítidos e sem rasuras; cópia do comprovante de conclusão do ensino médio; cópia do histórico escolar do ensino médio; declaração de auto-reconhecimento do candidato, na qual deverá identificar o povo e/ou a comunidade indígena a qual pertence, bem como sua relação detalhada com a aldeia e exposição de motivos que o levaram a escolher o curso ao qual concorre; declaração de compromisso de que irá contribuir com atividades na área do curso escolhido junto a seu povo e/ou comunidade; documento de indicação e reconhecimento de seu povo, comunidade ou de uma organização indígena com assinatura de no mínimo 5 lideranças reconhecidas pelo seu povo indígena e, se houver cacique e/ou pajé na aldeia, deverão ser incluídas suas assinaturas; nos casos de indicação e reconhecimento pelo povo ou comunidade, é necessário que tanto a coletividade quanto a(s) pessoa(s) que assina(m) a declaração seja(m) claramente identificada(s); nos casos de indicação e reconhecimento por organização indígena, legalmente constituída de acordo com a legislação civil, deverá ser feito o devido preenchimento em papel timbrado e/ou utilizando carimbo da organização, constando no documento tanto o nome da organização conforme seu Estatuto Social, como o seu CGC.

O processo seletivo é realizado considerando o convênio firmado no dia 13 de maio de 2004 entre a Funai e a Fundação Universidade de Brasília (FUB).

 
 

Fonte: Funai – Fundação Nacional do Índio
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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