(24/11/2008)
Referência mundial na produção
de agroenergia, o Brasil terá como aumentar
a disseminação de informações
científicas no tema, atendendo às
necessidades dos mercados interno e externo, além
de acentuar os esforços para reunir, de maneira
estratégica, o que há de mais atual
em agricultura dos trópicos.
A novidade é um projeto
inovador a ser instalado em 2009 e que reúne
esforços da iniciativa público-privada
para a construção da Cidade da Bioenergia,
um investimento avaliado em R$ 80 milhões,
no município paulista de São Carlos.
O projeto ocupará um total de 240 hectares
de propriedade da Embrapa Pecuária Sudeste
(São Carlos, SP), e destinados à construção
de um parque permanente, com espaços para
realização de negócios, cursos
e exposições.
Para instalar a Cidade da Bioenergia
os ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
Reinhold Stephanes, e da Ciência e Tecnologia,
Sergio Rezende, assinaram na quinta-feira(20), em
São Paulo, durante a segunda parte da 1ª
Conferência Internacional sobre Biocombustíveis,
o memorando que homologa o projeto – que também
conta com a parceria da prefeitura de São
Carlos. O convênio prevê o começo
das obras no próximo ano.
O ministro Reinhold Stephanes
considera o projeto como mais um passo para a liderança
que o Brasil já possui em tecnologia voltada
à agricultura tropical. Stephanes, de acordo
com o boletim Agronotícias, editado pela
Assessoria do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, diz que a idéia
é que a Cidade da Bioenergia seja referência
em tecnologia integrada à cadeia de produção.
A Embrapa vai inaugurar, nos primeiros
meses de 2009, o Laboratório Nacional de
Nanotecnologia para o Agronegócio, uma parceria
entre a Empresa e o Ministério da Ciência
e Tecnologia. O Laboratório vai colaborar
também, entre outros estudos e pesquisas,
para os projetos a serem realizados na Cidade da
Bioenergia.
Apesar de estar em fase de projeto,
a Cidade da Bioenergia reunirá características
singulares para destacar a pesquisa brasileira e
os esforços em ciência e tecnologia
para a produção de biocombustíveis
e energias renováveis: a localização
em uma região que acolhe os centros produtores
de cana-de-açúcar. Além disso,
o município de São Carlos (com pouco
mais de 218 mil habitantes) tem sido considerado
um dos mais promissores do estado de São
Paulo devido ao investimento em educação
e geração de conhecimento, com uma
média de um pesquisador para cada 175 habitantes
– a maior concentração proporcional
do país.
Deva Rodrigues
Livros sobre o Zoneamento Ecológico-Econômico
da BR-163 no Amazontech 2008 (25/11/2008) Ações
do documento O projeto do Zoneamento Ecológico-Econômico
da Área de Influência da Rodovia BR-163
(Cuiabá-Santarém), realizado de 2005
a 2007, rendeu uma série de documentos impressos
e digitais que vão ser lançados em
conjunto no Amazontech 2008. São cinco volumes
impressos e três CDS. Três volumes contêm
os diagnósticos temáticos “Meio Ambiente
e Recursos Naturais”, “Socioeconomia” e a proposta
“Gestão Territorial”.
Um quarto volume, “Livro de Legenda”,
contém 2841 polígonos, descritos segundo
as regiões delimitadas no Plano BR-163 Sustentável,
com base em microbacias hidrográficas. O
quinto documento revela os “Cenários 2020
para a área de influência da rodovia
BR-163”. Os mapas anexados às obras complementam
o enfoque sobre as questões econômicas,
sociais e ambientais pertinentes ao projeto.
Os CDs que integram a série
apresentam o resumo dos diagnósticos temáticos;
a base de arquivos vetoriais, textos e mapas; e
o sistema de visualização e manipulação
de dados vetoriais, utilizando a plataforma Terra
View, um software livre desenvolvido pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Adriano Venturieri, pesquisador
da Embrapa Amazônia Oriental (Belém/PA)
e coordenador geral do projeto do ZEE da BR-163,
salienta que os resultados apresentados nas publicações
foram submetidos à discussão da sociedade
local e regional, com realização de
consultas públicas em municípios da
região de abrangência do projeto e
na capital paraense.
A população urbana e rural que vive
na área de influência da BR-163 é
estimada em 1 milhão de pessoas. “É
imprescindível que essas pessoas tenham acesso
às informações, que acompanhem
a implementação dos resultados, que
interajam”, ressalta Venturieri.
O pesquisador lembra que a ampla
base de dados formada ao longo dos dois anos de
duração do projeto está disponível
para acesso universal no portal eletrônico
http://zeebr163.cpatu.embrapa.br, lançado
em janeiro de 2007. O conteúdo (mapas, fotos,
documentos e arquivos vetoriais) é compatível
com o Sistema de Informação Geográfica
(SIG) e está totalmente disponível
para download.
O ZEE DA BR-163 - A rodovia BR-163
atravessa a Amazônia Central, um pedaço
do Brasil regado a quatro imensas bacias hidrográficas
(Amazonas, Tapajós, Teles Pires e Xingu),
um vasto estoque de biodiversidade e dois biomas
(cerrado e floresta amazônica). Abundante
em riquezas naturais das quais dependem populações
tradicionais, agricultores familiares e cerca de
30 povos indígenas, a área é
considerada uma das mais importantes na região
amazônica quanto a potencial econômico
e diversidade social e biológica.
O projeto do ZEE da BR-163 foi executado em três
fases (planejamento, diagnósticos e prognósticos),
seguidas de consultas públicas ao longo de
2007. Além de mapear a área de influência
da BR-163, o ZEE identificou e agrupou as áreas
estudadas em produtivas, de uso controlado, especiais
e críticas. Registrou os atores envolvidos
com a região – como madeireiros, mineradores,
posseiros, grandes produtores rurais, ONGs, agricultores
familiares, comunidades tradicionais e povos indígenas,
entre outros. Também apontou as mudanças
pré-determinadas para a região: asfaltamento
da BR-163, a construção da Usina de
Belo Monte e a consolidação das áreas
de conservação.
O ZEE da BR-163 está em
sintonia com o Plano Amazônia Sustentável
(PAS), este coordenado pelo Ministério da
Integração Nacional. O projeto do
ZEE nessa área de abrangência foi executado
de forma interdisciplinar e interinstitucional,
sob coordenação geral da Embrapa.
Além desta, teve como instituições
parceiras: Agência de Desenvolvimento da Amazônia
(ADA), Departamento Nacional de Produção
Mineral (DNPM); Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), Museu Paraense Emílio
Goeldi (MPEG), Serviço Geológico do
Brasil (CPRM), Centro Gestor e Operacional do Sistema
de Proteção da Amazônia (Censipam),
Universidade Federal do Pará (UFPA), Secretaria
de Meio Ambiente do Estado do Pará e Ministério
do Meio Ambiente, por meio do consórcio ZEE
Brasil.
Izabel Drulla Brandão
Embrapa Amazônia Oriental
Manejo florestal sustentável
é destaque no Amazontech
(27/11/2008) Sob o tema Inovação
e Educação pela Sustentabilidade,
a VI do Amazontech reúne em São Luís
(MA) iniciativas tecnológicas desenvolvidas
por centenas de instituições dos nove
estados amazônicos.
A Embrapa Acre é uma das
11 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,
vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, presentes no evento e apresenta
os resultados de pesquisas voltadas para o manejo
sustentável de recursos florestais e os produtos
à base de castanha-do-brasil.A realização
é do Sebrae e Embrapa, em parceria com outras
empresas.
O evento teve início na
terça-feira (25), no
Centro de Convenções do Sebrae e se
estende até sábado ( 29). A Embrapa
marca presença mostrando um conjunto de soluções
tecnológicas voltadas para o desenvolvimento
sustentável da agricultura, pecuária
e aproveitamento dos recursos da floresta em diversas
regiões do Brasil.
O Modelo Digital de Exploração
Florestal (Modeflora) é um dos principais
destaques no estande da Empresa. Fruto de uma parceria
entre a Embrapa Acre (Rio Branco) e Embrapa Florestas
(Colombo/PA), a sua adoção por diversas
empresas vem tornando mais sustentável o
manejo em florestais tropicais.
O sistema utiliza um conjunto
de tecnologias digitais para mapear a área
a ser manejada. “O Modeflora oferece inúmeras
vantagens em relação ao sistema tradicional
de manejo florestal. O alto grau de precisão
das informações facilita o planejamento,
execução e monitoramento da atividade,
reduzindo custos para o produtor e minimizando a
pressão sobre a floresta”, afirma o pesquisador
Evandro Orfanó, um dos idealizadores da tecnologia.
Floresta em miniatura
Uma maquete de um metro quadrado
simula a exploração de 5% de uma área
de floresta de 1.000 hectares. Por meio desta estratégia
visual, os visitantes poderão contemplar
as diversas etapas da atividade de planejamento
e execução do manejo florestal, desenvolvidas
com utilização do Modelo Digital de
exploração Florestal.
Além de possibilitar visualizar
características da topografia e hidrografia
como relevo, tipos de solo e presença de
mananciais, a miniatura de floresta apresenta, de
forma harmônica, outros elementos essenciais
ao manejo dos recursos madeireiros. Abertura de
trilhas e operacionalização de máquinas
para arraste de toras, equipes de corte das árvores,
pátios de estocagem e logística de
transporte da madeira fazem parte do cenário,
obedecendo rigorosamente aos critérios de
sustentabilidade preconizados pelo Modeflora.
De acordo com o pesquisador Tadeu
Marinho, responsável pela área de
Transferência de Tecnologias da unidade, o
material foi idealizado com o objetivo de facilitar
a compreensão do funcionamento da tecnologia
e despertar o interesse do grande público,
especialmente crianças e jovens. “A simulação
é uma forma lúdica de demonstrar,
detalhadamente, resultados de pesquisa e internalizar
conceitos e práticas”, afirma.
A tecnologia também está
exposta em um telão de 29 polegadas, com
projeção contínua de imagens
de uma área em processo de manejo.
Castanha amiga da saúde
Outros resultados de pesquisa
da Embrapa Acre também estão atraindo
a atenção do público do Amazontech
como o biscoito doce com castanha, a castanha salgada
e o famoso snacks de castanha, uma espécie
de aperitivo feito com a amêndoa fatiada e
salgada. Estes alimentos são elaborados a
partir da farinha desengordura de castanha, desenvolvida
no laboratório de tecnologia de alimentos
da Embrapa Acre, e comercializados pelo Grupo Industrial
Miragina S/A. A empresa, com sede em Rio Branco
(AC), já exporta estes e outros produtos
à base de castanha para diversos Estados.
Rica fonte de vitaminas A, B1,
B2 e C, proteínas, carboidratos, fibras,
magnésio, cálcio, potássio
e selênio a castanha-do-brasil proporciona
diversos benefícios à saúde
humana. Encontrada em abundância na região
amazônica, pode ser uma forte aliada no combate
à desnutrição infantil e prevenção
de doenças degenerativas.
Conforme explica Marinho, além
de nutritivos e saborosos os alimentos à
base de farinha de castanha são uma alternativa
para agregar valor ao produto e conquistar novos
mercados. Nos últimos anos, a busca por uma
vida mais saudável tem despertado o interesse
do consumidor por este tipo de produto.
Programação
Palestras, mini-cursos, simpósios,
workshops, conferências e rodadas de negócios
fazem parte da programação de atividades
do evento. O debate será voltado para temas
como ecnologias para o manejo e aproveitamento sustentável
dos recursos naturais da Amazônia; bioindústria
e bioenergia e seqüestro de carbono; e tecnologia
e inovação para o desenvolvimento
sustentável dos pequenos negócios
da região, entre outros relacionados.
Além de mostrar as novidades
científicas e tecnológicas e incrementar
o agronegócio da Amazônia, o Amazontech
também oferece oportunidades de treinamento
para os diferentes públicos. Profissionais
de diversas unidades da Embrapa participam do evento,
abordando temas estratégicos para o desenvolvimento
da região. Na sexta-feira (28), a bolsista
da Embrapa Acre, Felícia Maria Leite, ministra
o mini-curso “Qualidade e Estabilidade da Farinha
de Mandioca”.
A capacitação dirigida
a produtores rurais e técnicos da extensão,
destacará a importância da adoção
de boas práticas no processo de fabricação
da farinha de mandioca, como forma de garantir a
qualidade do produto.
Diva Gonçalves
Embrapa Acre