26 de Novembro de 2008 - Greenpeace tem documentado
um aumento do desmatamento no Congo, que tem a segunda
maior floresta tropical do planeta, atrás
apenas da Amazônia.
Matarde, República Democrática do
Congo — Greenpeace abre escritório no país
com a presença do Arctic Sunrise às
vésperas das discussões da ONU sobre
mudanças climáticas.
Agora é oficial: o Greenpeace
abriu seu escritório na República
Democrática do Congo na segunda-feira (24/11),
marcando a data com um convite feito às autoridades
do país para visitar seu navio Arctic Sunrise,
que está atracado no porto de Matadi, principal
ponto de exportação de madeira do
país.
A inauguração acontece
às vésperas das conversações
da ONU sobre clima em Poznan, na Polônia,
que terá o foco na proteção
necessária às florestas do mundo.
A contribuição do Congo nesse processo
é ser transparente na revisão dos
156 títulos florestais de madeireiras no
país. A primeira fase desse processo, que
já se encerrou, resultou na validação
de apenas 46 títulos florestais, cobrindo
aproximadamente sete milhões de hectares
de florestas. Oitenta e uma empresas madeireiras
cujos títulos foram rejeitados na primeira
fase apelaram da decisão para a comissão
interministerial em cargo do processo. O Greenpeace
espera que o governo respeite o critério
estabelecido no decreto presidencial de 2005 que
propôs a revisão desses títulos.
“O governo congolês não
deve ceder à pressão da indústria
madeireira, que está fazendo tudo o que pode
para seqüestrar a legalidade do processo. O
que a indústria quer claramente é
manter o controle de cerca de 10 milhões
de hectares adicionais de florestas ilegalmente
adquiridas”, afirmou René Ngongo, consultor
do Greenpeace África.
Ngongo disse ainda que “aqueles
que exploram as florestas estão esperando
uma revisão legal do processo para aprovar
o maior número possível de concessões
de extração de madeira. Estão
usando a crise financeira internacional – que teve
impacto na indústria madeireira como em qualquer
outra indústria – como um pretexto para evitar
o critério legal já estabelecido pelo
governo.”
Mais de 60% da população
do Congo depende diretamente ou indiretamente das
florestas do país para subsistência.
É dever do governo proteger as florestas
e não aceitar um acordo político que
favoreça uma indústria que é
hoje diretamente responsável pela pilhagem
e degradação das florestas do Congo.
O Greenpeace também acredita que é
essencial manter intactas as florestas para que
o povo congolês se beneficie dos fundos internacionais
que estão sendo estabelecidos para proteger
as florestas tropicais. Assim, os congoleses poder
ganhar dinheiro evitando a destruição
de suas florestas.
A próxima rodada de negociação
sobre clima da ONU acontecerá em Poznan,
na Polônia, entre os dias 1 e 12 de dezembro.
Uma das principais metas dos negociadores será
a criação de um mecanismo para financiar
a luta contra as emissões de gases do efeito
estufa causadas pelo desmatamento e degradação
das florestas tropicais. O mecanismo de financiamento
Florestas pelo Clima, do Greenpeace, foi desenhado
para proteger os direitos das populações
das florestas, além de proteger a biodiversidade
e lutar contra as mudanças climáticas.
“Vamos aproveitar essa oportunidade
única para mobilizar instituições
financeiras internacionais para que o objetivo delas
seja zerar o desmatamento das florestas tropicais”,
afirmou Amadou Kanoute, diretor executivo do Greenpeace
África.
“Dada a situação,
é essencial que o governo da República
Democrática do Congo envie uma forte mensagem
para a comunidade internacional: todos os títulos
florestais adquiridos ilegalmente devem ser anulados
para que o povo do país possa se beneficiar
totalmente de um mecanismo internacional para o
financiamento da proteção das florestas”,
explica Kanoute.
Durante o evento realizado no
Congo, Amadou Kanoute falou sobre o motivo do Greenpeace
abrir um escritório no país num momento
em que graves conflitos acontecem na parte leste
do território congolês.
“O Greenpeace vem trabalhando
no Congo há anos e vimos em primeira mão
essa terrível tragédia. Consideramos
que o conflito deve parar imediatamente. No entanto,
40 milhões de pessoas dependem das florestas
no Congo e devemos protegê-las. Dada a crise
climática que o mundo vive, é também
essencial que a comunidade internacional chegue
a um acordo sobre um mecanismo de defesa das florestas
e do clima.”
Fonte: Greenpeace-Brasil
(www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa