26 de
Novembro de 2008 - Flávia Villela - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro - A produção
nacional de madeira em tora foi de aproximadamente
121.520.350 metros cúbicos em 2007, sendo
a maior parte (86,5%) proveniente de florestas cultivadas
e o restante (13,5%) coletado em vegetações
nativas (16.388.609 metros cúbicos). Esse
é o menor número já registrado
de extração de madeira nativa desde
2000.
Os dados são da Pesquisa
da Produção da Extração
Vegetal e da Silvicultura 2007, divulgada hoje (26)
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). A produção de madeira na atividade
extrativista apresentou redução de
8,9% em 2007 em comparação com 2006,
enquanto no segmento das florestas plantadas ou
cultivadas a produção aumentou 4,3%.
Para o técnico responsável
pela pesquisa, Luís Celso Lins, os números
são motivo de comemoração.
Segundo ele, a queda se deve principalmente à
pressão de representantes da sociedade civil
e organizações sociais e à
maior fiscalização. “Em 2006, houve
17 milhões de metros cúbicos de extração
de madeira nativa, quando houve uma grande grita
contra o desmatamento.”
O valor da produção
da silvicultura (estabelecimento, desenvolvimento
e reprodução de florestas, visando
a múltiplas aplicações) e do
extrativismo vegetal (exploração dos
recursos vegetais nativos de forma racional e sustentável)
totalizou R$ 12,1 bilhões em 2007.
Entre os sete produtos florestais
investigados no segmento das florestas plantadas,
cinco tiveram aumento de produção,
sendo que o item carvão vegetal apresentou
os maiores incrementos (45,9%), liderado pelo estado
de Minas Gerais, devido ao grande número
de siderúrgicas.
A reprodução de
florestas cresceu mais de 3% de 2006 para 2007,
e responde por 68,7% do valor da produção
florestal, o equivalente a R$ 8,3 bilhões.
Já a participação
do extrativismo vegetal caiu de 34,05% para 31,34%,
no período, o menor percentual desde 11000.
O valor do extrativismo totalizou R$ 3,8 bilhões,
dos quais R$ 3,2 bilhões provenientes da
produção madeireira.
O valor da produção
da silvicultura ultrapassou o do extrativismo vegetal
em 1998, e, desde então, sua participação
tem sido superior à do extrativismo, a exceção
de 1999.
Com mais da metade da madeira
coletada no país, o maior produtor de madeira
do segmento extrativista foi o estado do Pará
(55,5%). O principal produtor de madeira de florestas
plantadas para fabricação de papel
e celulose, em 2007, foi São Paulo (28,4%)
e o Paraná (34,4%) é responsável
por cerca de um terço da produção
nacional de madeira para outras finalidades.
Dezessete produtos do extrativismo
vegetal apresentaram queda de produção
entre os anos de 2006 e 2007. Entre eles, destacam-se
os do grupo alimentícios. À exceção
da castanha-do-pará e do açaí
(fruto), todos os demais itens desse grupo tiveram
queda na produção, principalmente
castanha-de-caju, erva-mate e palmito.
“O que está ocorrendo é
que alguns produtos de origem florestal estão
sendo manejados e sendo cultivados em vez de apenas
extraídos da natureza”, explicou o técnico
responsável pela pesquisa.
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Dnit cobra rapidez para licenciamento
ambiental em áreas próximas a estradas
26 de Novembro de 2008 - Pedro
Peduzzi - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - O diretor-geral do Departamento
Nacional de Infra-estrutura e Transportes (Dnit),
Antônio Pagot, declarou hoje (26) que o órgão
vem tendo dificuldades para obter o licenciamento
ambiental de obras situadas nas faixas de domínio
das estradas.
“Para realizar obras nessas faixas
próximas às rodovias é necessário
um trabalho burocrático imenso, para dar
conta da série de demandas estabelecidas
por Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama),
Instituto Chico Mendes, Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
e Fundação Nacional do Índio”(Funai)”,
informou.
Pagot sugeriu que, a exemplo de
países mais desenvolvidos, o Brasil deveria
estabelecer um prazo máximo de 60 dias para
a obtenção desse tipo de licenciamento.
“Atualmente levamos até 36 meses para conseguir
essa documentação”, disse.
As declarações foram
feitas durante o simpósio Infra-Estrutura
e Logística no Brasil – Desafios para um
País Emergente, realizado até amanhã
(27) pela Comissão de Serviços de
Infra-Estrutura do Senado Federal.
Segundo o diretor do Dnit, é
necessário também rever a metodologia
de fiscalização. “Se houver problema,
o responsável que responda por suas ações.
O que não se pode é interromper as
obras a todo momento e por qualquer motivo”, argumentou.
O diretor explicou que há
regiões em que só é possível
realizar obras durante quatro meses do ano e, em
muitos casos, elas são obrigadas a paralisar
logo após serem iniciadas. Pagot explica
que o custo de retomada a cada paralisação
representa mais prejuízo ao Estado, que se
vê na obrigação de refazer constantemente
planejamentos.
“Tem obras no Brasil que estão
se arrastando há mais de 20 anos. É
fundamental que, após serem decididas, elas
tenham sua execução garantida”, disse.