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FORÇA-TAREFA INCRA/IBAMA DESTRÓI CARVOARIAS NO PARÁ

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2008

24/11/2008 - Uma força-tarefa composta por técnicos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e fiscais do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), com apoio da Polícia Militar do Pará, destruiu, na última quinta-feira (20), mais de 180 fornos clandestinos de carvão encontrados nos projetos de assentamentos (PA) Paragominas Faíscão e Suçuarana, no município de Ulianopólis, Nordeste paraense. Barracos também foram postos abaixo e apreendidos veículos, combustível, armas de caça, além de facões, machados e motosserras, dentre outros equipamentos utilizados na extração de madeira.

Seis carvoeiros flagrados nos lotes foram autuados pelo Ibama e quatro deles, que constavam na relação de beneficiários da reforma agrária, notificados pelos técnicos do Incra. Eles vão responder a processo administrativo e podem ser excluídos do programa de reforma agrária, caso não se comprometam a reparar os danos ambientais causados.

Trabalho escravo

No início da operação, os fiscais do Ibama autuaram um caminhão que transportava madeira extraída de uma área de posseiros, segundo alegou o motorista. A partir daí, o cenário vislumbrado causou indignação aos integrantes da força-tarefa. Áreas devastadas pelo fogo e pela extração ilegal da madeira em picadas abertas nas matas secundárias, indicando a ação predatória de madeireiros, inúmeras toras de madeira amontoadas à espera de transporte. Em algumas vicinais se viam rastros de tratores, além de gaiolas (caminhão que transporta carvão) e gambões (transporte de madeira) abandonados ante a aproximação da força-tarefa.

No PA Paragominas Faíscão, a fiscalização destruiu um barracão coberto por lona, que servia de acampamento a trabalhadores, bem próximo a uma fazenda vizinha. Surpreendidos, os ocupantes fugiram, deixando pertences pessoais e diversos equipamentos. No local, foi encontrado um caderno com anotações sobre salários pagos aos trabalhadores, quantidade e espécie da madeira extraída, destinação e preço, dentre outras informações. Todos os indícios apontavam para condições análogas ao trabalho escravo e os elementos coletados servirão como base para investigações que levem aos financiadores do desmatamento na região, segundo informou o coordenador da força-tarefa pelo Ibama, Marcos Vidal.

Desmatamento e grilagem

A ação nos assentamentos é resultado da fiscalização que a Superintendência Regional do Incra em Belém vem fazendo em áreas de sua jurisdição, desde o início de novembro, com o objetivo de coibir crimes ambientais. Até agora, o total de fornos destruídos chega a 360 em seis assentamentos nos municípios de Ulianopólis e Paragominas, muitos deles operados por não-clientes da reforma agrária. Todos os assentados flagrados foram notificados pelo Incra e têm prazo para se defender.

Parceria

Para o superintendente regional do Incra/Belém, Elielson Silva, que participou da operação em Ulianopólis, a ação integrada do Incra, Ibama e Polícia Militar dá maior eficácia ao combate de crimes ambientais. Combate que, segundo Silva, deve ser feito em toda a cadeia produtiva do carvão, desde o assentamento até a sua destinação. “Temos que quebrar o círculo vicioso alimentado pelas demandas do mercado que não gera benefícios econômicos aos assentados. Pelo contrário, implica aviltamento do trabalho dos agricultores e impõe relações de dependência que passam pela utilização de “laranjas” para encobrir grupos econômicos interessados em criar um clima de destruição e represália dentro dos assentamentos”, analisa o gestor regional.

A ação continua

A utilização criminosa da infra-estrutura implantada com recursos do Governo Federal e a concentração de lotes também fazem parte desse ciclo vicioso. Nos dois assentamentos fiscalizados, o Incra já concedeu créditos para construção de moradias e apoio à produção. Além disso, o programa Luz Para Todos levou a energia elétrica para as agrovilas. Motivo a mais, afirma Silva, para se acionar judicialmente os infratores por apropriação ilegal de recursos federais e por crimes ambientais. O Incra, assim como o Ibama, vai encaminhar denúncia ao Ministério Público e à Polícia Federal, para que as providências no âmbito de cada um sejam tomadas e levem à punição dos acusados.

Silva também garante que o Incra vai retomar os lotes ocupados irregularmente por grileiros, para destiná-los a famílias que se enquadrem nos critérios e objetivos do programa de reforma agrária. E avisa que a fiscalização vai chegar a outros assentamentos que já estão na mira da equipe técnica criada para combater os crimes ambientais.

A operação no Pará foi determinada pelo presidente do Incra, Rolf Hackbart. Em outubro, as superintendências da autarquia na Amazônia passaram a intensificar a ficalização e repressão a crimes ambientais nos assentamentos da região. “A proteção do meio ambiente é prioridade da reforma agrária”, afirma Hackbart.

 
 

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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