Belém
(27/11/08) – Fiscais do Ibama encontraram, ontem,
cerca de 3 mil metros cúbicos de madeira
em tora extraídas ilegalmente da Terra Indígena
Alto Rio Guamá, da Tribo dos Tembés,
no Pará. As madeiras estavam escondidas no
meio do mato, próximas a uma serraria que
funciona no limite da T.I. O dono da serraria será
autuado pelo crime ambiental assim que os fiscais
concluírem a cubagem (medição)
das madeiras.
Ainda no local, foi apreendida
uma pá carregadeira que, apesar de ter sido
encontrada fora da T.I., as marcas deixadas no interior
da terra, mostram que houve movimentação
da máquina na área para extração
de madeira, e que só foi retirada pelos responsáveis
para evitar o flagrante pela fiscalização.
De acordo com o fiscal do Ibama
Givanildo Lima, que participa da Operação
Rastro Negro, o proprietário desta serraria
é o mesmo de duas outras, localizadas em
Paragominas, sudeste paraense, município
próximo à T.I, que foram vistoriadas
pelos fiscais na última terça-feira,
dia 25.
Essas duas outras serrarias também
apresentaram irregularidades. Uma delas estava embargada
pelo Ibama por irregularidades anteriores, mas,
mesmo assim, movimentava, ilegalmente, compra e
venda de madeiras por meio de guias florestais fraudulentas.
“As guias indicavam carregamentos de 100 metros
cúbicos de madeira por caminhão, sendo
que isso é impossível, porque sabemos
que um caminhão só carrega até
40 metros cúbicos”, explica o fiscal. Mais
de 9 mil metros cúbicos de madeira foram
movimentadas por esta empresa, cujo responsável
foi multado em R$ 2,7 milhões.
A Operação Rastro
Negro, iniciada no dia 28 de outubro, em Paragominas,
tem o objetivo de combater a produção,
transporte e comércio ilegal de carvão
vegetal no estado. E agora, está reforçada
com a participação de fiscais do Ibama
de todo Brasil e de vários escritórios
regionais no estado, além de policiais militares,
policiais federais, e em breve, com agentes da Força
Nacional de Segurança. A PF e PRF apóiam
o Ibama na recuperação dos 19 caminhões
roubados no domingo
A Polícia Rodoviária
Federal (PRF) já está em alerta nas
estradas estaduais e federais para identificar qualquer
movimentação dos 19 caminhões
roubados da sede do Ibama em Paragominas, ocorrido
no último domingo, dia 23, quando cerca de
3 mil pessoas, motivadas por pessoas interessadas
nas madeiras extraídas ilegalmente, depredaram
o patrimônio público e tentaram paralisar
as atividades do órgão na região.
A Polícia Federal já
identificou os responsáveis pela manifestação
no último domingo, assim como já repassou
ao Ibama os nomes dos proprietários dos caminhões
desaparecidos. “Essas pessoas serão autuadas
pelo Ibama e ainda terão de responder pelo
roubo dos veículos, processo que será
conduzido pela própria PF”, afirma Lima.
Luciana Almeida
Ascom/Ibama/PA
+ Mais
Ibama autua e suspende atividades
de indústria mecânica sem licença
no porto de São Sebastião/SP
São Paulo (27/11/2008)
- O Ibama autuou em R$ 100 mil reais e suspendeu
as atividades de uma empresa instalada no porto
de São Sebastião, litoral norte de
SP. A empresa, do ramo da indústria mecânica,
produz gigantescos tanques em aço inox para
armazenamento de suco de laranja sem licença
ambiental ou cadastro técnico federal. Embora
vinculada ao grupo Dedini S/A Indústria de
Base, de Piracicaba, os responsáveis pela
indústria no local não apresentaram
sequer o CNPJ. A multa foi aplicada, portanto, à
sede da empresa.
A indústria operava a menos
de quinhentos metros de habitações
e do canal de São Sebastião, uma região
sensível e de relevante interesse ambiental
e turístico. Como não possui licenciamento
ambiental, não há registro oficial
de cuidados mínimos com a poluição
atmosférica, esgoto e disposição
de resíduos sólidos, muitos destes
contaminados com produtos químicos. Também
ficam sem controle oficial as operações
com material radioativo detectadas no empreendimento,
podendo causar sérios problemas ao meio ambiente
e aos mais de cinqüenta operários expostos
a essas atividades.
Há mais de um mês
o Ibama notificou a empresa para que apresentasse
provas de regularidade ambiental da planta industrial
de São Sebastião. Como os documentos
apresentados referiam-se outras unidades do grupo
e não às do porto, foi lavrado o auto
de infração.
As atividades industriais também
foram suspensas até a sua regularização.
Será apresentada uma comunicação
de crime ao Ministério Público Federal
e poderá ser investigada a co-responsabilidade
de agentes públicos na implantação
do empreendimento irregular. O auto de infração
está pendente de julgamento e a empresa tem
até o dia 8 de dezembro deste ano para apresentar
defesa.
Airton De Grande
Ascom Ibama/SP