24 de
Novembro de 2008 - Paula Laboissière - Repórter
da Agência Brasil - Brasília - O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva se disse “convencido”
de que o debate internacional sobre matrizes energéticas
será vencido pelos biocombustíveis.
Depois de participar da 1ª Conferência
Internacional de Biocombustíveis, em São
Paulo na última semana, ele afirmou que a
tecnologia gera empregos, recupera terras, não
polui e apresenta maior produtividade.
Em seu programa semanal Café
com o Presidente, Lula destacou um estudo realizado
pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização
e Qualidade Industrial (Inmetro) comparando automóveis
movidos a álcool e a gasolina – ambos da
mesma marca, com o mesmo motor e analisados sob
as mesmas condições de velocidade
e de tempo.
O resultado, segundo ele, é
que o carro a gasolina emitiu 8,5 vezes mais gás
carbônico. Na mesma comparação
mas com caminhões, o Inmetro concluiu que
o veículo movido a óleo diesel emitiu
5,3 vezes mais gás carbônico.
“Esse é um debate que não
parou ainda, que vai continuar, mas é um
debate por meio do qual queremos convencer as pessoas”,
disse Lula.
O presidente lembrou que o Brasil
já construiu uma sede da Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Acra,
capital de Gana, e que o objetivo é realizar
um estudo em todo o território africano de
savanas. De acordo com ele, há planos para
que o mesmo seja feito em países da América
Central.
“Sobretudo para os Estados Unidos,
que são grande consumidor de etanol, seria
muito melhor que comprassem o etanol dos países
da América Central e do Caribe, porque ajudaria
a desenvolver esses países, geraria emprego,
geraria renda e ajudaria as pessoas a viver um pouco
melhor".
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Com o tempo o mundo vai "se
curvar" aos biocombustíveis, afirma
Lula
24 de Novembro de 2008 - Paula
Laboissière - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - Ao fazer um balanço
da 1ª Conferência Internacional de Biocombustíveis,
realizada em São Paulo na última semana,
o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou
hoje (24) que o mundo irá “se curvar” ao
biocombustível e que isso seria apenas uma
questão de tempo. Para ele, o encontro teve
“êxito total e extraordinário” com
a participação de cerca de 100 delegações,
quase a metade representada por ministros.
Segundo Lula, há uma “quase
unanimidade” de que o mundo precisa apostar em uma
nova matriz energética. “Sabemos que o mundo
precisa produzir mais biocombustível, que
é preciso diminuir a emissão de gases
de efeito estufa e que, para isso, não podemos
usar a mesma quantidade de petróleo que estamos
utilizando”, disse, no programa semanal Café
com o Presidente.
Lula lembrou ainda que, em dezembro
deste ano, o país comemora a produção
de 7 milhões de automóveis flex fuel
(veículos capazes de funcionar tanto com
álcool quanto com gasolina), tecnologia,
segundo ele, “aprovada e comprovada” de que os mesmos
motores, mesmo utilizando álcool, têm
bom rendimento.
“Além disso, já
estamos trabalhando a produção de
etanol de segunda geração, o que é
uma coisa mais importante, porque vamos poder produzir
etanol de cavaco de madeira e de bagaço de
cana. Temos que fazer um debate internacional. Não
é uma coisa fácil as pessoas mudarem,
mas acho que o Brasil, com esse seminário,
saiu na frente.”
Sobre uma possível relação
entre a alta nos preços dos alimentos e a
produção de biocombustíveis,
Lula afirmou que, muitas vezes, as pessoas tinham
como objetivo criticar o etanol produzido de milho
nos Estados Unidos e que então “generalizavam”
tudo, criando uma “grande confusão”.
“Acho que as pessoas se convenceram
de que o Brasil e o mundo têm terra, água
e sol para produzir biocombustível e para
produzir alimento. Na verdade, o que não
se disse na época é que o aumento
dos alimentos acontecia porque havia uma especulação
no mercado futuro de alimentos e a gente estava
pagando o preço da especulação
e não o preço real.”