Luana
Lourenço - Repórter da Agência
Brasil - Elza Fiúza/Abr - Brasília
- O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, durante
entrevista coletiva para divulgar dados sobre desmatamento
na Amazônia
Brasília - Ao comentar o desmatamento anual
na Amazônia, o ministro do Meio Ambiente,
Carlos Minc, disse hoje (28) que o governo vai estabelecer
metas de redução de desmatamento para
os próximos anos.
O Projeto de Monitoramento do
Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes),
apontou entre agosto de 2007 e julho de 2008, 11.968
quilômetros quadrados de desmatamento, um
aumento de 3,8% em relação ao período
anterior.
As metas, segundo Minc, farão
parte do Plano Nacional de Mudanças Climáticas,
que deverá ser assinado na próxima
segunda-feira (1°) pelo presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. “Serão metas substanciais
para diminuição do desmatamento em
quadriênios (a cada quatro anos)”, comentou.
Sem detalhar numericamente as
metas, Minc afirmou que o cumprimento dos objetivos
de redução de desmate será
compartilhado. “Vai depender do governo federal,
dos governos estaduais, do setor produtivo e dos
consumidores. É um esforço planetário”,
avaliou.
A redução comprovada de desmatamento
é a alavanca do Fundo Amazônia, lançado
pelo governo para arrecadar doações
internacionais voluntárias para medidas de
preservação ambiental.
+ Mais
Taxa anual de desmatamento é
sinal amarelo para política ambiental, avalia
ONG
28 de Novembro de 2008 - Luana
Lourenço - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O crescimento de 3,8%
na taxa anual de desmatamento da Amazônia
Legal, divulgado hoje (28) pelo Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (Inpe) foi uma “surpresa
positiva” por representar uma estabilização
do ritmo das derrubadas, mas é um sinal de
alerta para as políticas públicas
ambientais.
A avaliação é
do superintendente de conservação
da organização não-governamental
WWF Brasil, Carlos Alberto Scaramuzza. “Essa estabilização
é um sinal amarelo, mostra que as medidas
tomadas ao longo dos últimos anos demonstraram
efetividade mas estão perdendo o fôlego”,
avaliou, em entrevista à Agência Brasil.
Scaramuzza citou a restrição
de crédito aos produtores com pendências
ambientais e medidas de regularização
fundiária como prováveis contribuições
que evitaram aumentos maiores do desmate na Amazônia
Legal. “Havia expectativa de que a taxa fosse muito
maior”, lembrou.
“É necessário oxigenar
as medidas de fiscalização e controle,
tornando algumas delas mais estratégicas,
garantir uma aplicação mais sistêmica,
para que a gente volte a ter taxas de redução
como nos anos anteriores”, defendeu o representante
do WWF.
Na avaliação do
Greenpeace, mesmo abaixo do previsto, o aumento
da taxa de desmatamento representa retrocessos do
controle das derrubadas. “Mesmo sendo baixo é
ruim porque inverte uma tendência de queda,
que vinha sendo verificada há três
anos”, apontou o coordenador da campanha Amazônia
da ONG, Paulo Adário.
“A gente já estava prevendo,
estávamos avisando o governo há muito
tempo: apesar dos dados numéricos de queda
mensal, o resultado final ia ser alto”, acrescentou.
A retomada de preços das
commodities – que aumentam a pressão por
novas áreas agrícolas – e falhas na
implementação do Plano de Ação
para a Prevenção e Controle do Desmatamento
na Amazônia Legal são apontadas por
Adário como causas para o crescimento da
taxa anual de devastação. “Dois fatores
contribuíram para esse pequeno aumento: mercado
e falta de ação política”,
resumiu.
Os dois analistas defendem a adoção
de medidas concretas para chegar ao desmatamento
zero.
+ Mais
Com metas, desmatamento pode cair
70%, calcula Minc
1 de Dezembro de 2008 - Luana
Lourenço - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - As metas de redução
de desmatamento da Amazônia, previstas no
Plano Nacional sobre Mudança do Clima, lançado
hoje (1°) pelo presidente Luiz Inácio
Lula da Silva podem reduzir a devastação
da floresta em mais de 70% até 2017 de acordo
com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
Segundo ele, se cumpridas as metas,
o tamanho da devastação deve cair
de 19 mil quilômetros quadrados (média
dos últimos dez anos) para cerca de cinco
mil quilômetros quadrados.
O Plano prevê metas escalonadas,
com redução de 40% entre 2006 e 2009
e quedas posteriores 30%, calculadas com base em
novas médias a cada quatro anos. “Com isso,
a meta é que, em 2017, o desmatamento seja
de cerca de cinco mil quilômetros quadrados,
redução de 72%. É uma meta
mais ousada do que a da Inglaterra, que prevê
redução de 80%, mas até 2050”,
comparou Minc.
O desmatamento é a principal
fonte de emissões de gases de efeito estufa
do Brasil, responsável por cerca de 75% do
total. É a primeira vez que o estabelecimento
de metas para o desmate integra um plano governamental.
No entanto, o próprio documento informa que
o cumprimento está sujeito a condicionantes.
“A consecução dessas
reduções dependerá necessariamente
de recursos nacionais e internacionais, novos e
adicionais, em níveis correspondentes à
dimensão do problema”, diz o texto.
Além das metas para o desmatamento,
o Plano confirma ações apontadas na
primeira versão do documento, apresentada
em setembro, entre elas medidas de eficiência
energética, como a redução
do desperdício nas linhas de transmissão
de energia e o aumento da oferta de eletricidade
produzida por co-geração, principalmente
com o bagaço de cana-de-açúcar.
O aumento de 11% do uso do etanol
nos próximos dez anos e antecipação
de 2013 para 2010 da mistura obrigatória
de 5% de biodiesel ao diesel estão entre
as medidas do Plano. A substituição
de cerca de 1 milhão de geladeiras que ainda
utilizam gás CFC e a duplicação
da área de florestas plantadas no país
também são traçados como objetivos
do governo para o enfrentamento das mudanças
climáticas.
A secretária de Mudanças
Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério
do Meio Ambiente, Suzana Kahn, acredita que o lançamento
do Plano será como um dever de casa que o
Brasil levará à Conferência
da Organização das Nações
Unidas sobre Mudança Climática, que
começou hoje na Polônia.
“O nosso [plano] é
melhor que o da China e o da Índia e foi
o único que teve consulta pública,
e isso dá uma legitimidade muito maior”,
comparou.