Antonio
Trindade - Repórter da Rádio Nacional
- Brasília - O desmatamento da Mata Atlântica
pode ter contribuído para a tragédia
causada pelas chuvas em Santa Catarina. É
o que avalia o professor do departamento de Arquitetura
e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina,
Lino Brangança Peres.
“As árvores foram substituídas
por casas e vegetação rasteira, o
que contribuiu para a erosão. Esses deslizamentos
aconteceriam mais cedo ou mais tarde, as fortes
chuvas desses dois meses apenas aceleraram esse
processo”, explica.
A floresta cobria uma área
de aproximadamente 1,29 milhão de quilômetros
quadrados, em 17 estados brasileiros, incluindo
Santa Catarina. O bioma ocupava cerca de 15% do
território nacional. Atualmente, apenas 7%
desse total permanece intacto.
O desmatamento da Mata Atlântica
está diretamente ligado à expansão
das cidades brasileiras. E, na opinião do
professor, a ocupação desordenada
dos municípios pode ser outro fator para
a catástrofe no Vale do Itajaí.
“Choveu muito acima da média,
mas isso é apenas parte do problema. O modelo
de ocupação irregular das cidades
do Vale do Itajaí contribuiu para que isso
acontecesse. E tudo com a conivência do poder
público”, explica o professor.
Segundo Peres, as primeiras residências
na região surgiram durante o século
19, época da imigração de europeus
para o Brasil, próximas aos rios. No século
20, as pessoas passaram a ocupar os morros e as
encostas. “O planejamento municipal começou
muito tarde no Brasil, na década de 70, quando
as cidades já tinham crescido”, conta.
A solução, na avaliação
do urbanista, é o governo realocar a população
dos morros e encostas para outros locais mais seguros.
“O problema é que boa parte das áreas
adequadas já foram ocupadas”, ressalta.
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Governo anuncia plano de ação
sobre mudanças climáticas
1 de Dezembro de 2008 - Da Agência
Brasil - Brasília - O governo deve divulgar
hoje (1°) o Plano Nacional de Mudanças
do Clima. O assunto será tratado durante
reunião dos integrantes do Fórum Brasileiro
de Mudanças Climáticas (FBMC) com
o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, às
11h30, no Palácio do Planalto.
No encontro, o secretário
executivo do fórum, Luiz Pinguelli Rosa,
apresentará um balanço das atividades.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, fará
uma exposição sobre o plano.
O Plano Nacional de Mudanças
do Clima trata das ações do governo
brasileiro para combater impactos ambientais e socioeconômicos
das alterações climáticas globais.
O pacote inclui metas para a redução
da emissão de gases que provocam o efeito
estufa e a para redução gradativa
dos índices de desmatamento da Amazônia.
+ Mais
Rodada de licitações
de petróleo quer atrair recursos para Amazônia
2 de Dezembro de 2008 - Amanda
Motta - Repórter da Agência Brasil
- Manaus - A exploração de petróleo
e gás no Amazonas ganhará reforços
e a expectativa é de que a atividade possa
trazer novo incremento à arrecadação
de diversos municípios a partir de 2009.
Nos dias 18 e 19 de dezembro, realiza-se no Rio
de Janeiro (RJ) a 10ª Rodada de Licitações
para Exploração e Produção
de Petróleo e Gás Natural. O objetivo
é selecionar empresas para a exploração
desses recursos em parte do Amazonas e em outras
seis áreas do país onde ainda não
se faz esse tipo de trabalho.
O diretor-geral da Agência
Nacional de Petróleo, Gás Natural
e Biocombustíveis (ANP), Haroldo Lima, disse,
em entrevista à Agência Brasil, que
a idéia, com essa rodada, é atrair
investimentos para regiões ainda pouco conhecidas
em termos geológicos e identificar novas
bacias produtoras. Segundo ele, cerca de 12 empresas
já se inscreveram para participar do leilão
dos blocos no Amazonas.
"Pela primeira vez, a rodada
será voltada para o leilão de blocos
terrestres, ou seja, não vamos leiloar nenhum
bloco no mar, em águas rasas ou profundas.
O Amazonas vai participar dessa rodada com sete
blocos, em municípios diferentes, com a perspectiva
de explorar petróleo e gás",
informou o dirigente da ANP.
Na última semana de novembro,
em Manaus, técnicos, empresários e
representantes de administrações municipais
participaram de um seminário promovido pela
ANP com o objetivo de obter as informações
necessárias para participar do leilão
a ser realizado em dezembro no Rio de Janeiro.
De acordo com o presidente da
Federação das Indústrias do
Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Carlos
da Silva, o seminário é um meio para
apresentar os detalhes sobre as novas explorações
que poderão ser feitas. Silva explicou que
a rodada de licitações pretende incentivar
a atividade exploratória em bacias de novas
fronteiras e contribuir com o potencial petrolífero
nacional.
"As atividades decorrentes
da exploração de petróleo e
gás são sempre bem-vindas na medida
em que se somam a outras oportunidades de trabalho
para a região, beneficiando, inclusive, o
Pólo Industrial de Manaus", avaliou
Silva.
Nessa rodada, a Agência
Nacional de Petróleo vai ofertar 130 blocos
para exploração em terra, divididos
em oito setores, de sete bacias sedimentares, entre
elas Sergipe-Alagoas, Amazonas e Paraná.
segundo a direção da ANP, em 100 dos
130 blocos oferecidos já sem tem certeza
da existência de petróleo. No restante,
apesar do forte indicativo, somente o início
das explorações poderá confirmar
a suspeita.
No caso do Amazonas, a área
autorizada para a exploração compreende
mais de 13 mil quilômetros quadrados e poderá
beneficiar diretamente municípios como Itacoatiara,
Rio Preto da Eva, São Sebastião do
Uatumã, Urucará, Silves, Uricurituba,
entre outros. Caso a exploração do
petróleo tenha sucesso nessas áreas,
os municípios poderão ter renda incrementada,
por exemplo, com os royalties, valores pagos às
localidades onde existe petróleo em troca
da exploração do recurso.