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ARROZEIRO DIZ QUE GOVERNO ESTÁ ENTREGANDO A AMAZÔNIA A ESTRANGEIROS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2008

10 de Dezembro de 2008 - Ana Luiza Zenker - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O líder dos arrozeiros em Roraima e prefeito de Pacaraima (RR), Paulo César Quartiero, afirmou hoje (10), logo após o encerramento da sessão do julgamento que analisa a constitucionalidade da demarcação contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, que os votos proferidos pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) o levam à conclusão de que o governo federal está entregando a Amazônia a estrangeiros.

“A minha conclusão, depois desse longo processo, três vezes que viemos aqui no Supremo, é que o governo brasileiro já vendeu a Amazônia, agora está lutando para desocupar, para entregar aos novos proprietários e está usando a desculpa da questão indígena para justificar a política entreguista desse governo”, afirmou.

Um dos argumentos contrários à demarcação contínua do território indígena é que, com a saída dos produtores de arroz e a homologação da reserva, que fica na faixa de fronteira, a área ficaria vulnerável à ação de organizações não-governamentais estrangeiras, o que ameaçaria a soberania nacional.

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Eros Grau chama arrozeiros de invasores e vota pela demarcação contínua

10 de Dezembro de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Quinto ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) a votar pela demarcação contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, o ministro Eros Grau chamou de “invasores” os grandes proprietários rurais que ocupam a área e que pleiteiam a demarcação em ilhas.

“Não há disputa nesse caso, é algo juridicamente impossível, porque disputa pressupõe oposição de direitos. No caso, ao invasor de bem público não se pode atribuir direito nenhum”, argumentou no início de seu voto.

Eros Grau acompanhou o voto do relator, ministro Carlos Ayres Britto, e dos ministros Carlos Alberto Menezes Direito, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski. “A posse dos índios é remota e incontestável.”

O magistrado argumentou que a decisão sobre a Raposa Serra do Sol não compromete apenas a região em questão, mas os princípios constitucionais que asseguram direitos indígenas.

Para defender a demarcação contínua, Eros Grau argumentou que essa era a forma de ocupação da área em 1988, ano da promulgação da Constituição, que garantiu o direito a essas terras tradicionalmente ocupadas.

“Transformar essas áreas em ilhas é mesmo um velho projeto conservador; não vejo como isso pode ser feito pelas mãos do Judiciário”.

Eros Grau rebateu alegações de que a manutenção da reserva poderia criar uma “nação indígena”, desvinculada dos interesses do país.

“Não há mais de uma nacionalidade nessa terra de Santa Cruz. Há apenas uma: a brasileira. Tal como nós, pretos, brancos, amarelos, os indígenas são brasileiros; nada nos afastará um dos outros”, argumentou.

A votação do STF prossegue com a leitura do voto do ministro Joaquim Barbosa.

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Para Quartiero, pedido de vista permitiria maior amadurecimento sobre disputa de terra

10 de Dezembro de 2008 - Amanda Cieglinski - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Líder dos produtores de arroz que vivem na Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR), o prefeito do município de Pacaraima, Paulo César Quartiero, afirmou hoje (10) que um pedido de vista do processo em análise no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade da demarcação contínua da reserva permitiria um amadurecimento maior em relação ao tema.

O julgamento foi suspenso no fim da manhã, depois que o ministro Marco Aurélio Mello antecipou sua disposição de pedir vista do processo, e será retomado daqui a pouco. Antes disso, o ministro Carlos Alberto Menezes Direito votou pela manutenção da demarcação contínua da terra indígena, mas com 18 ressalvas

“O voto [de Menezes Direito] permitiu uma interpretação mais ampla de um problema complexo. Agora, o pedido de vista vai dar tempo para amadurecer melhor a questão e achar uma solução mais razoável para o problema e para o povo de Roraima”, disse o líder dos arrozeiros.

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Sem TV, índios que vivem na Raposa vão conhecer decisão do Supremo por telefone

10 de Dezembro de 2008 - Marco Antonio Soalheiro - Enviado especial - Distrito de Surumu (Terra Indígena Raposa Serra do Sol) - A grande mobilização indígena que aconteceria na Vila Surumu, principal portal de entrada da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR), foi apenas uma promessa do Conselho Indígena de Roraima (CIR). A expectativa da coordenação do CIR era reunir 1,5 mil pessoas no local para acompanhar, pela televisão, o julgamento da constitucionalidade da demarcação contínua da reserva no Supremo Tribunal Federal (STF).

Entretanto, há no máximo 300 indígenas no local e não foi preparada nenhuma estrutura para a transmissão do julgamento. A energia elétrica da vila é gerada por motor, que está desligado. Segundo o coordenador regional do CIR, Walter Oliveira, os índios serão informados sobre o andamento da sessão no Supremo por telefone.

“Aguardamos informações de Boa Vista. Eles vão nos ligar”, afirmou Oliveira. Ele disse ainda que não há nenhuma programação de eventual comemoração do resultado da decisão dos ministros do STF.

Aparentemente, a maioria dos indígenas na Vila Surumu está indiferente ao que acontece em Brasília. Muitos estão deitados em redes e outros jogam futebol.

No dia 27 de agosto, quando o julgamento começou, cerca de 700 indígenas favoráveis à demarcação contínua da reserva organizaram uma missa e fizeram apresentações de dança e música típicas das etnias que vivem na Raposa.

Segundo agentes da Força Nacional de Segurança que patrulham a Vila Surumu, os grupos contrários e favoráveis à permanência das não-índios na reserva estão tranqüilos e não há nenhuma concentração de indígenas próxima à Fazenda Depósito, de propriedade do prefeito do município de Pacaraima, Paulo César Quartiero. Ele é um dos líderes da mobilização em defesa da permanência dos produtores de arroz na região.

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Relator afirma que voto de Menezes Direito está de acordo com seu parecer

10 de Dezembro de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto, relator do processo do julgamento da constitucionalidade da demarcação contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR), disse hoje (10) que o voto do ministro Carlos Alberto Menezes Direito está de acordo com seu parecer, emitido em agosto, pela manutenção da reserva e retirada dos não-índios da área.

Menezes Direito apresentou 18 condições para manutenção da demarcação contínua.

“Não é conflitante com meu voto. As condições que ele propõe já estão no meu voto, em linhas gerais. Nenhum dos meus raciocínios foi contrabatido”, comentou na saída do plenário.

O ministro elogiou a menção ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade como responsável pela preservação ambiental da área da reserva, feita no voto de Menezes Direito.

“Eu sempre disse que índio e meio ambiente são como unha e carne, olho e pálpebra. Porém se um grupo desses grupos degrada, a União e os estados intervêm imediatamente. A preservação do meio ambiente é dever constitucional”, apontou.

Ayres Britto lamentou o pedido de vista antecipado do ministro Marco Aurélio Mello, que deve adiar a decisão do STF sobre a Raposa Serra do Sol para o ano que vem.

“Eu confesso que não esperava que alguém pedisse vista, mas é um direito de qualquer ministro”, ponderou.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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