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MINC COBRA ENGAJAMENTO DOS PAÍSES DESENVOLVIDOS NO COMBATE ÀS MUDANÇAS DO CLIMA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2008

11/12/2008 - Em seu discurso, agora à tarde, na solenidade de abertura do segmento ministerial da 14ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em Poznan, na Polônia, o ministro Carlos Minc, do Meio Ambiente, cobrou dos países desenvolvidos mais empenho na busca pela redução de emissões de gases de efeito estufa. "Os países mais desenvolvidos, que mais emitem e têm maior capacidade tecnológica, devem avançar mais, começando pelos Estados Unidos", defendeu.

Ele citou como exemplo de esforço o Reino Unido que avançou com metas de redução de 80% das emissões em 2050 sendo que até 2030 há uma meta de 40% de redução de CO². Menos do que isto é insuficiente para reverter um desastre que já se manifesta com o derretimento das geleiras , disse Minc.
Segundo o ministro, o que se fez até o momento, desde a adoção do Plano de Ação de Bali, no ano passado, não está ainda à altura do desafio que há pela frente. Para ele, os países mais ricos devem cumprir suas obrigações financeiras, nos termos de Bali para apoiar mudanças tecnológicas, redução do desmatamento e substituição de fontes sujas de energia nos países em desenvolvimento.

"Esta responsabilidade deve ser diferenciada, proporcional e acompanhada de aporte financeiro e tecnológico. Este deve se dar sob a forma de uma Aliança Tecnológica de Inovações Antiaquecimento. Um esforço inédito e contínuo, de caráter interativo e adequado às realidades locais para descarbonizar as economias emergentes. As patentes podem ser sem ônus e compensadas por um Fundo Global da Aliança Tecnológica", sugeriu Minc.

Segundo ele, as transferências de recursos podem ter simultaneamente vários modelos. Um deles seria um Fundo Público Voluntário para redução de emissões por desmatamento e degradação e para conservação. Ele citou os exemplos da Noruega e da Alemanha que têm investido recursos para apoiar o Brasil no combate ao desmatamento.

Pela proposta do ministro, para obter recursos desse fundo global, os países em desenvolvimento, além de comprovadamente reduzirem e evitarem emissões, devem garantir direitos indígenas e de povos tradicionais.

Segundo ele, os países em desenvolvimento também devem demonstrar seu esforço imediato na redução de emissões e do desmatamento, com ações mensuráveis e verificáveis. "O Brasil avançou na sua posição com o Plano Nacional sobre Mudança do Clima, lançado em 1º de dezembro pelo presidente Lula", disse Minc.

O plano foi elaborado por 17 ministérios com forte participação popular. "Queremos reduzir o desmatamento da Amazônia em 70% até 2018, evitando a emissão de 4,8 bilhões de toneladas de carbono, mais do que o esforço total previsto em Kyoto", informou.
Minc disse ainda que com o incremento da participação do etanol em 10% ao ano na matriz de combustível, o Brasil evitará a emissão de 500 milhões de toneladas de CO² em dez anos. "Queremos compartilhar com outros países um programa de cooperação sul-sul, onde o Brasil, com sua experiência, apoiará países em desenvolvimento na produção sustentável de biocombustíveis, com ganhos econômicos, sociais, ambientais e aumento de autonomia energética", afirmou.

Para Minc, sem o aporte significativo de recursos financeiros dos países desenvolvidos é impossível reorientar o desmatamento ilegal para uma economia sustentável. Como modelo para essa iniciativa ele citou o Fundo Amazônia, criado pelo presidente da República em agosto de 2008. "Os recursos somente serão utilizados caso no ano anterior o desmatamento tenha sido reduzido em relação à média dos dez anos anteriores, e comprovado por cientistas independentes", explicou.

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Ministério apresenta plano sobre clima e Fundo Amazônia em evento na COP-14

11/12/2008 - O ministro Carlos Minc participou nesta quinta-feira, pela manhã, de um evento paralelo promovido pelo governo brasileiro para apresentar aos participantes da Conferência sobre Clima da ONU, em Poznan, na Polônia, o Plano Nacional sobre Mudança do Clima e o Fundo Amazônia. O objetivo do evento foi demonstrar a relação entre os dois instrumentos para a redução do desmatamento.

O encontro foi bastante concorrido e contou com a presença de parlamentares brasileiros e estrangeiros, de ONGs, de delegados de diversos países, além do ministro Norueguês para o Meio Ambiente, Erik Solheim, e do economista Nicholas Stern, conselheiro do governo britânico sobre mudanças climáticas e autor do primeiro relatório a inserir o aspecto econômico no combate às mudanças climáticas.

Em seu discurso Minc foi longamente aplaudido quando reconheceu que os países desenvolvidos têm responsabilidades históricas com a redução das emissões, mas que os países em desenvolvimento precisam ousar mais e assumir compromissos. "Estamos fazendo nossa parte. O importante é que o Brasil não tinha plano e agora tem, não tinha metas e agora tem, não tinha um fundo e agora temos o Fundo Amazônia que começará a funcionar em janeiro", disse.

Minc insistiu na importância de os países desenvolvidos apoiarem o Brasil com recursos financeiros e transferência de tecnologia para combate ao desmatamento e conclamou outros países a seguirem o exemplo da Noruega e investirem no Fundo Amazônia. "Nós precisamos de recursos contínuos para manter as ações sustentáveis na Amazônia", cobrou Minc afirmando que não bastam ações de repressão ao desmatamento, é preciso estimular o desenvolvimento sustentável.

Na abertura do evento, a secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Suzana Kahn, apresentou o Plano Nacional sobre Mudança do Clima. Ela falou sobre os principais objetivos do plano, entre eles a meta de reduzir até 2017 em 70% o desmatamento na Amazônia Legal.

Suzana também destacou a importância de o país manter sua matriz energética majoritariamente renovável. "Hoje 77,3% da nossa matriz é de hidroeletricidade", disse.

O diretor do Serviço Florestal Brasileiro, Tasso Azevedo, apresentou o Fundo Amazônia. A expectativa é que até 2021 o Brasil consiga captar com o fundo cerca de US$ 21 bilhões de recursos, nacionais e estrangeiros, para projetos que visem acabar com o desmatamento na Amazônia.

Os projetos a serem apoiados com os recursos do Fundo Amazônia precisam contemplar os temas: Gestão de florestas públicas e áreas protegidas; controle, monitoramento e fiscalização ambiental; manejo florestal sustentável; atividades econômicas desenvolvidas a partir do uso sustentável da floresta; zoneamento ecológico-econômico, ordenamento territorial e regularização fundiária; conservação e uso sustentável da biodiversidade; recuperação de áreas desmatadas; e pagamentos por serviços ambientais.
Esses projetos precisam se articular com as estratégias do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal e com os objetivos do Plano Amazônia Sustentável.

Sobre a COP-14 - O encontro de Poznan é mais uma jornada de negociações entre os países para definir um acordo substituto ao Protocolo de Kyoto - que atualmente regula as emissões de gases de efeito estufa e vence em 2012 - e pretende avançar em decisões para a próxima reunião em dezembro de 2009, em Copenhagen (Dinamarca), prazo final para se chegar a um novo acordo global sobre o clima.

Criado em 1997, o acordo de Kyoto determina que as nações industrializadas devem reduzir, até 2012, as emissões de gases de efeito estufa em aproximadamente 5% em relação aos níveis registrados em 11000. Para o próximo período de compromisso, a expectativa é de que as metas sejam mais ambiciosas.

Na agenda das delegações, temas como a Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD), transferência de tecnologia entre países, financiamento de ações de mitigação e adaptação e metas quantitativas de redução de emissões de gases de efeito estufa.

 
 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Ascom

 
 
 
 

 

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