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LULA CANCELA ANISTIA A EMBARGO DE TERRAS DESMATADAS

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Dezembro de 2008

16 de Dezembro de 2008 - São Paulo - Brasil — Cinco dias depois de assinar um decreto impedindo o Ibama de embargar áreas de desmatamento, o presidente volta atrás.

Surtiu pequeno efeito as críticas dos ambientalistas ao decreto 6.686, que, entre outras medidas em favor do desmatamento, impedia, até o dia 11 de dezembro de 2009, os embargos de áreas de reservas legais desmatadas. O novo texto, número 6.694, assinado pelo presidente Lula na segunda-feira (15/12), exclui do beneficiamento os desmatamentos irregulares ocorridos no bioma Amazônia. A anistia às multas, no entanto, continuam suspensas até dezembro do próximo ano.

“Claro que a nova redação do decreto ficou melhor, mas ainda não é o ideal. Quem desmatou outros biomas não pode escapar da sanção do embargo, além disso a anistia às multas foi mantida”, diz o diretor de campanhas do Greenpeace, Sérgio Leitão. “A alteração é bem vinda, mas mostra a esquizofrenia dessa gestão quando o assunto é meio ambiente. No dia 22 de julho, o presidente assinou o decreto 6.514 sobre as sanções para os crimes ambientais e quatro meses depois alterou seu conteúdo com decreto 6.686, que agora foi modificado novamente”, afirma Leitão.

A instabilidade da política ambiental coloca em risco a estratégia do governo de atrair investimento estrangeiro para mecanismos de proteção às florestas e redução de emissões dos gases do efeito estufa. “Como investidores estrangeiros vão confiar em uma política ambiental tão instável?”, questiona Leitão.

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Madeireiras e hackers inventam o ciber-desmatamento

12 de Dezembro de 2008 Com a invasão dos hackers, o mercado foi inundado com madeira ilegal.
Manaus, (AM) — Hackers contratados por 107 madeireiras invadiram o sistema de controle de transporte de madeira e estão sendo acusados de falsificaram os registros online para aumentar a quantidade permitida para comercialização. As multas aplicadas pelo Ministério Público superam os R$ 2 bilhões.

Destruir a Amazônia cortando árvores e ateando fogo na mata não tem nada a ver com alta tecnologia, certo? Errado. Madeireiras decidiram contratar hackers para invadir o sistema de controle de extração madeireira do Pará e fraudar os registros que autorizam o transporte de madeira, inundando o mercado com madeira ilegal “esquentada”.


Para monitorar a quantidade de madeira comercializada no Pará, o governo federal decidiu, em 2006, substituir as autorizações em papel por um sistema online. As madeireiras que destroem as florestas para produção de madeira e carvão só são autorizadas a retirar uma certa quantidade de madeira por ano. Na Amazônia, essa quantidade é controlada por dois sistemas eletrônicos, o Documento de Origem Florestal (DOF) do governo federal ou o Sisflora, gerenciado pela Secretaria de Meio Ambiente do Pará.

Para ser exportado ou comercializado no sul do país, cada carregamento de madeira precisa de um documento eletrônico, emitido online, como numa operação de Internet banking. O volume de madeira de cada carregamento é deduzido da quantidade total anual permitida (a “conta-corrente” da empresa), de acordo com o plano de manejo de cada empresa madeireira. Quando o volume é reduzido a zero, nenhuma outra autorização é emitida e a empresa não pode mais explorar ou comercializar.

Ao menos deveria ser assim. Hoje, o Ministério Público Federal do Pará divulgou detalhes de como hackers contratados por 107 madeireiras e carvoarias invadiram o sistema de controle de transporte de madeira que, na época era o DOF. Eles estão sendo acusados de falsificaram os registros online para aumentar a quantidade permitida para comercialização. O Estado do Pará é conhecido nacionalmente por abrigar quadrilhas de hackers, especializadas em fraudar o sistema bancário.

Aproximadamente 1,7 milhão de metros cúbicos de madeira ilegal foram “esquentados” pelo esquema, o suficiente para encher 680 piscinas olímpicas. As multas aplicadas pelo Ministério Público Federal superam os R$ 2 bilhões. De acordo com o procurador Daniel Avelino, muitas destas empresas respondem a diversos outros processos por práticas ilegais. "Aproximadamente metade das empresas envolvidas neste escândalo têm outras acusações pendentes por crimes ambientais ou uso de trabalho escravo”.

A polícia começou a investigar hackers suspeitos em abril de 2007, culminando na prisão de 30 chefes da quadrilha meses depois. Escutas telefônicas registraram as conversas entre as madeireiras, os mentores do esquema e os hackers. O líder do grupo que conectou os hackers aos madeireiros, ainda está na cadeia. Os demais aguardam o processo em liberdade. No total, 202 pessoas estão sendo acusadas.

"O Greenpeace já tinha apontado que este método de controle do transporte de madeira era passível de fraude. E isso é só a ponta do iceberg, pois os sistemas adotados pelos estados e pelo governo federal não são seguros. Além disso, a quantidade de auditores não é suficiente para monitorar e evitar fraudes ", disse André Muggiati, da campanha da Amazônia. "Ao invadir o sistema, estas empresas transformam seus carregamentos ilegais em madeira legal, como se viesse de planos de manejo florestal. Na realidade, eles estão comercializando madeira de desmatamento ilegal. A falta de governança na região estimula este tipo de crime, e reforça a sensação de impunidade”, completa.

Além dos processos referentes ao esquema com hackers, o Ministério Público Federal no Pará também encaminhou ontem à Justiça Federal ações contra as empresas que até 2007 deviam as maiores multas aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Estado. Entre elas está a madeireira Eidai, que já foi denunciada várias vezes pelo Greenpeace por compra e comercialização de madeira ilegal. As ações ajuizadas nesta quinta-feira compõem a maior quantidade de ações por irregularidades ambientais que a instituição já encaminhou de uma só vez à Justiça Federal no Pará. Os acusados também serão obrigados a reflorestar as áreas desmatadas, calculadas em um total de 364 quilômetros quadrados.

O município com maior número de empresas denunciadas é Paragominas, no sudeste paraense, onde também está sediado o empreendimento que, das 107 ações, é acusado de ser o responsável pelo maior prejuízo socioambiental, a U-Guazu Agropecuária. O MPF quer que a empresa pague R$ 90,8 milhões em indenização pelo desmatamento de uma área de 22 quilômetros quadrados, de onde foram retirados 88,3 mil metros cúbicos de madeira.Outro pedido da ação, coordenada pelo procurador da República Daniel César Azeredo Avelino, é que a Justiça Federal suspenda a atuação das empresas condenadas.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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