Panorama
 
 
 

PAÍSES SAEM DE CONFERÊNCIA SOBRE CLIMA EM POSIÇÃO DE COBRAR AÇÕES, DIZEM EMBAIXADORES

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2008

18 de Dezembro de 2008 - Ana Luiza Zenker - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A apresentação de planos nacionais de combate às mudanças climáticas deixou o Brasil e outros países em desenvolvimento, como México, Índia e África do Sul, em uma posição mais confortável para cobrar de outros países, especialmente os desenvolvidos, maior engajamento no combate a essas mudanças.

A opinião é do diretor do Departamento de Meio Ambiente e Temas Especiais do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Luiz Alberto Figueiredo, e do embaixador extraordinário para mudanças climáticas, Sérgio Serra, que participaram da Reunião das Partes sobre o Clima (COP-14) em Poznan, na Polônia.

“Nós cobramos de qualquer forma, porque quem tem obrigação são eles, pelo texto da Convenção do Clima. O que estamos mostrando é que ainda que não tenhamos obrigação, debaixo da convenção, de um compromisso mais claro, ainda assim estamos dispostos e engajados a fazer mais do que já temos feito e essa é a sinalização importante que cobra do outro lado uma resposta”, disse Figueiredo. Ele lembrou que evitar os efeitos das mudanças climáticas é um esforço global, em que cada um tem que fazer a sua parte.

O embaixador acrescentou que o fato de o Brasil ter um plano nacional é uma sinalização muito clara de engajamento e compromisso com um resultado robusto no fim de 2009. Isso mostra, segundo ele, que o governo e a sociedade estão engajados no combate às mudanças do clima e em contribuir para um esforço global nesse sentido.

Os dois embaixadores lembraram que esse engajamento foi ressaltado em Poznan pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Ban Ki-moon disse, durante a COP-14, que o Brasil está construindo a economia mais verde do mundo. O ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore destacou o fato de o Brasil, o México, a África do Sul e a Índia estarem apresentando seus planos nacionais.

“Isso foi uma característica de Poznan, em que os países em desenvolvimento mostraram um engajamento muito claro e os países desenvolvidos, um engajamento menos claro do que se esperava”, observou Luiz Figueiredo.

De acordo com os embaixadores, uma das mensagens do encontro na Polônia é de que a crise econômica global não poderia afetar negativamente o combate à crise climática. “Ao contrário, seria uma oportunidade para ajudar no combate à crise climática, porque está havendo uma série de desembolsos pelos governos e ao menos parte desses desembolsos poderia ser canalizada ou condicionada a uma ação dessas empresas, que estão sendo ajudadas para que adotem um certo tipo de tecnologia mais limpa”, explicou Figueiredo.

Sérgio Serra ressaltou que a crise econômica tem horizontes de curto e médio prazo para serem resolvidos, enquanto as mudança climáticas devem ser encaradas como um problema com efeitos de longo prazo. Para ele, esse é um momento de impulsionar alterações tecnológicas que colaborem com o combate à crise climática.

+ Mais

Países desenvolvidos devem dificultar negociações para convenção sobre clima, diz MRE

17 de Dezembro de 2008 - Ana Luiza Zenker - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A postura dos países desenvolvidos, durante a Conferência das Partes sobre o Clima (COP-14), em Poznan, na Polônia, nas negociações sobre a ampliação das fontes de recursos para o Fundo de Adaptação, indica que deve haver mais dificuldades em outros pontos da convenção, que deve ser fechada até a COP-15, em Copenhagen, na Dinamarca, em dezembro de 2009. A Reunião das Partes (COP-14), na Polônia, foi realizada do dia 1º deste mês até a madrugada do último sábado (13).

Essa avaliação foi feita hoje (17) pelo diretor do departamento de Meio Ambiente e Temas Especiais do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e presidente das negociações sobre a convenção, embaixador Luiz Alberto Figueiredo.

“Isso é um sinal negativo com relação ao ano de 2009, porque na verdade nós vamos ter que alavancar recursos muito mais importantes que isso e o sinal que foi dado é que haverá resistências entre aqueles países que têm uma obrigação legal, de acordo com os termos da Convenção do Clima, de proverem esses recursos”, afirmou.

O Fundo de Adaptação é um mecanismo destinado a ajudar os países em desenvolvimento mais vulneráveis a se prepararem para enfrentar os resultados das mudanças climáticas – que já são sentidas em alguns desses países, em particular, as pequenas ilhas.

Atualmente, os recursos do fundo são advindos de 2% dos crédito gerados por projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). “É, portanto, um fundo alimentado por dinheiro dos países em desenvolvimento, porque é um dinheiro tirado dos créditos de carbono dos países em desenvolvimento”, explicou Figueiredo.

Um dos resultados que se esperava ter em Poznan era a extensão das fontes para outros mecanismos do mercado de carbono, como a implementação conjunta (projetos implementados por dois países para redução de emissões) e o comércio de emissões (quando um país vende a outro permissões ligadas às suas metas de redução das emissões de carbono). Essa extensão possibilitaria o aumento dos recursos do fundo, que hoje estão em cerca de US$ 50 milhões, para US$ 200 milhões.

Figueiredo destacou que existe uma busca por meios adicionais de viabilizar as ações de adaptação dos países mais vulneráveis e se pensou em instrumentos de mercado, e não apenas doações governamentais, a fim de garantir um fluxo de recursos mais estável e robusto. No entanto, os países desenvolvidos argumentaram que as negociações ainda estão em curso, que o pacote final vai sair em 2009 e não há necessidade de se precipitar agora.

“A questão não é nem isso, é porque essa é uma parte fácil do pacote. Essa não é a parte difícil, essa não é dizer aos países industrializados que eles devem tirar de seus cofres públicos doações importantes, isso é mais complicado. A parte mais fácil é utilizar um mecanismo de mercado, que já está acontecendo e estabelecer esse tipo de 'taxação' de 2%, que é algo que não afetaria negativamente os governo dos países industrializados, mas ainda assim eles se opuseram, o que lança um sinal equivocado ao meu ver para 2009”, rebateu o embaixador.

Ainda assim, ele afirmou que isso não atrapalha o cronograma previsto para as negociações das metas para o segundo período do Protocolo de Quioto e que ainda se espera conseguir um aumento nos recursos do fundo, para fazer frente à mudança climática. “A gente quer que seja um resultado equitativo, mas robusto em termos de que tem que ser de acordo com o que a ciência está mostrando que é o necessário, então não pode ser algo aquém do que a ciência mostra”, concluiu.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

Universo Ambiental  
 
 
 
 
     
SEJA UM PATROCINADOR
CORPORATIVO
A Agência Ambiental Pick-upau busca parcerias corporativas para ampliar sua rede de atuação e intensificar suas propostas de desenvolvimento sustentável e atividades que promovam a conservação e a preservação dos recursos naturais do planeta.

 
 
 
 
Doe Agora
Destaques
Biblioteca
     
Doar para a Agência Ambiental Pick-upau é uma forma de somar esforços para viabilizar esses projetos de conservação da natureza. A Agência Ambiental Pick-upau é uma organização sem fins lucrativos, que depende de contribuições de pessoas físicas e jurídicas.
Conheça um pouco mais sobre a história da Agência Ambiental Pick-upau por meio da cronologia de matérias e artigos.
O Projeto Outono tem como objetivo promover a educação, a manutenção e a preservação ambiental através da leitura e do conhecimento. Conheça a Biblioteca da Agência Ambiental Pick-upau e saiba como doar.
             
       
 
 
 
 
     
TORNE-SE UM VOLUNTÁRIO
DOE SEU TEMPO
Para doar algumas horas em prol da preservação da natureza, você não precisa, necessariamente, ser um especialista, basta ser solidário e desejar colaborar com a Agência Ambiental Pick-upau e suas atividades.

 
 
 
 
Compromissos
Fale Conosco
Pesquise
     
Conheça o Programa de Compliance e a Governança Institucional da Agência Ambiental Pick-upau sobre políticas de combate à corrupção, igualdade de gênero e racial, direito das mulheres e combate ao assédio no trabalho.
Entre em contato com a Agência Ambiental Pick-upau. Tire suas dúvidas e saiba como você pode apoiar nosso trabalho.
O Portal Pick-upau disponibiliza um banco de informações ambientais com mais de 35 mil páginas de conteúdo online gratuito.
             
       
 
 
 
 
 
Ajude a Organização na conservação ambiental.