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AMAZÔNIA TEM 10 MIL PLANTAS COM POTENCIAL ECONÔMICO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2008

Amazônia - 26/12/2008 - 09:17
Região concentra também outras 300 espécies de frutas comestíveis
Mais de 10 mil espécies de plantas da Amazônia são portadoras de princípios ativos para uso medicinal, cosmético e controle biológico de pragas. A região concentra também outras 300 espécies de frutas comestíveis e uma rica fauna silvestre. Ao todo, a Amazônia guarda em suas florestas, várzeas, cerrados e rios, um total de 33 mil espécies de plantas superiores.

É o que aponta o Plano de Amazônia Sustentável (PAS), lançado este ano pelo governo federal. O plano faz um diagnóstico detalhado da realidade e potenciais econômicos amazônicos.

Ainda poucos significativos em termos macroeconômicos, os produtos florestais não-madeireiros, em especial as plantas medicinais, podem se tornar, se tiverem sua exploração incentivada corretamente, em atrativa e rentável atividade econômica para os povos da Amazônia. É o caso específico das ervas e plantas com aplicação nas áreas medicinais e de cosméticos.

"Esse segmento tem tudo para crescer e se tornar uma atividade lucrativa em vários estados da Amazônia desde que se profissionalize", prevê o pesquisador Juan Revilla Cordenas, doutor em Ciências Biológicas. Cordenas atua na área de botânica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), em Manaus (AM), órgão que é referência em estudo de produtos não-madeireiros.

Ele avalia que o aproveitamento dos atuais produtos florestais não-madeireiros pode significar a geração de emprego e renda para o ribeirinho, o caboclo, e melhorar a qualidade de vida das pessoas que lidam diretamente com a coleta, armazenamento e venda das plantas medicinais, por exemplo. Cordenas avalia, no entanto, que o extrativismo a ser praticado na região deve ser planejado. "Não é a descoberta de princípios ativos de remédios - o grande interesse da indústria - que vai ajudar", avalia. Muitas vezes, diz ele, o caboclo da Amazônia repassa seu conhecimento sobre os poderes medicinais das plantas, os laboratórios descobrem poderosos medicamentos, mas não recebe royalties algum.

Potencial
Em Manaus, o Inpa emprega grande parte dos seus recursos à pesquisa e à descoberta do potencial das plantas da Amazônia. E o resultado é surpreendente. São cerca de 300 espécies nativas da Amazônia ou nela introduzidas já catalogadas pelo instituto e com potencial para as áreas medicinal, fitoterápica, aromática e de cosméticos. "O que falta é operacionalizar a produção local de medicamentos e cosméticos com a utilização de plantas amazônicas", diz Cordenas.

Em Manaus, o Inpa emprega grande parte dos seus recursos à pesquisa e à descoberta do potencial das plantas da Amazônia. E o resultado é surpreendente. São cerca de 300 espécies nativas da Amazônia ou nela introduzidas já catalogadas pelo instituto e com potencial para as áreas medicinal, fitoterápica, aromática e de cosméticos. "O que falta é operacionalizar a produção local de medicamentos e cosméticos com a utilização de plantas amazônicas", diz Cordenas.
Ele é autor do livro Plantas da Amazônia - Oportunidades Econômicas e Sustentáveis, editado pelo Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) no Amazonas, em parceria com o Inpa. O livro cataloga as potencialidades comerciais de 72 espécies de plantas da Amazônia, nativas e introduzidas, que têm aplicação garantida nas áreas medicinal e de cosméticos.

Já o PAS indica uma grande variedade de produtos florestais para a alimentação. São espécies que podem ser usadas tanto no consumo próprio quanto em escala comercial. A lista inclui açaí, araçá, araticum, babaçu, bacaba, bacuri, biribá, buriti, buritirana, cacau, caju, camu-camu, cupuaçu, graviola, jambo, jenipapo, mamorana, mangaba, murici, pequi, pitanga, pupunha, sapota, taperebá, umbu e uxi.

Hoje, alguns produtos são comercializados em mercados nacionais: o açaí, o guaraná, as frutas tropicais - em forma de polpas, doces e sorvetes -, o palmito (pupunha e açaí), diversos fitoterápicos e fitocosméticos, o couro vegetal, o artesanato de capim dourado e o artesanato indígena. Além desses, existem outros produtos não-madeireiros com grande valor de exportação: castanha do Brasil, jarina (o marfim vegetal), a rutila e jaborandi (princípios ativos), pau-rosa (essência de perfume), e resinas e óleos.

Para o governo, esses produtos podem alcançar nichos significativos em nível nacional. "Estes nichos podem garantir escala suficiente para prover meios de vida sustentáveis com a diversidade socioambiental amazônica", destaca o PAS, quando avalia o potencial dos produtos não-madeireiros da Amazônia.
Com informações de Chico Araújo da Agência Amazônia
Assessoria de Comunicação do MCT

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Pesquisadores lançam guia de samambaias da Amazônia

Publicação Científica - 29/12/2008 - 08:30
Uma das maiores limitações para se desenvolver estudos básicos ou aplicados na Amazônia é ter material de referência para se identificar espécies em campo, com segurança e objetividade. Vista de fora, as florestas amazônicas podem parecer um mar verde, infinito e relativamente homogêneo em seus elementos constituintes. Mas quem se aprofunda no conhecimento sobre a biodiversidade da região descobre logo a insustentabilidade desse argumento.

A Amazônia é extremamente heterogênea. A variação na composição de espécies, a diversidade é imensa mesmo entre locais próximos. Compreender processos que influenciam essa taxa de mudança espacial é essencial para planejar a conservação biológica. Contudo, os pesquisadores interessados nesses temas se deparam inevitavelmente com a carência de guias de identificação.

O Guia de Samambaias e Licófitas da Rebio Uatumã - Amazônia Central, de Gabriela Zuquim, Flávia Costa, Jefferson Prado e Hanna Tuomisto, é fruto dessa demanda. O guia representa um exemplo de colaboração entre ecólogos e taxonomistas, que essencialmente têm visões complementares sobre a biodiversidade.

Jefferson Prado, do Instituto de Botânica, IBt-SP, é o mais experiente em taxonomia. Ele foi fundamental para sustentar o processo de identificação das espécies que ocorrem no Uatumã. Contudo, Gabriela Zuquim, Flávia Costa, ambas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, (Inpa/MCT), e Hanna Tuomisto, da Universidade de Turku, são ecólogas na maior parte do tempo e têm muita experiência em campo, fornecendo aos leitores informações únicas sobre como observar características das plantas, muitas das quais são diagnósticas. Muitas dessas características de campo, como cor, brilho e hábito, não são preservadas nos materiais depositados em herbário e, por isso, não são usadas nas descrições das espécies.

O guia trata de 120 espécies, ricamente ilustradas e acompanhadas de descrições e dicas para o reconhecimento em campo. Tem uma introdução sobre o grupo direcionada para o público em geral, mas seu conteúdo é completo, abrangendo aspectos sobre biologia, ecologia, evolução e conservação, o que permite que seja usado como referência em cursos básicos de botânica.

Como os outros guias produzidos pelo Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) e pela Áttema Design Editorial, o guia é escrito em português e inglês, em uma linguagem menos técnica o possível. Há ainda um glossário e uma chave ilustrada, que facilita a compreensão de termos técnicos e das estruturas das plantas e a busca dos possíveis gêneros ao qual uma espécie pode pertencer.

O prefácio é de Alan Smith, botânico e especialista em samambaias da Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA). Os autores esperam que o guia possibilite a ampliação do estudo das samambaias na Amazônia e sirva de incentivo para a escolha deste grupo em trabalhos de iniciação científica, cursos de campo e trabalhos escolares. Ele pode também ser útil para um público formado por professores de escolas primárias e secundárias, guias turísticos, estudantes de biologia e pesquisadores.

O livro estará disponível em versão impressa em janeiro próximo, mas por ser derivada de uma doação do Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT) ao Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7), ele não pode ser comercializado.

Os interessados em receber a versão impressa podem fazer pedidos para Gabriela Zuquim no e-mail fernguide@gmail.com. Entretanto, como a tiragem é de apenas mil exemplares, será dada prioridade a instituições e profissionais que trabalham diretamente na área.

O guia está disponível para consulta e download na página do PPBio. Outros guias também estão disponíveis em http://ppbio.inpa.gov.br/Port/guias/.
Com informações de Ricardo Braga Neto do PPBio
Assessoria de Comunicação do Inpa

 
 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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