Orientações
incluem roteiro para elaboração de
projetos e relação de entidades nacionais
e internacionais que financiam estudos e pesquisas.
A Secretaria Estadual do Meio
Ambiente – SMA reuniu informações
de 71 entidades, que atuam como fontes de cooperação
no desenvolvimento de estudos e pesquisas, com a
finalidade de orientar estudantes e profissionais
que tenham interesse em desenvolver projetos na
área ambiental. As fontes de cooperação
foram disponibilizadas na seção “faça
a sua parte”, no menu principal do site da SMA –
www.ambiente.sp.gov.br.
O levantamento aponta entidades
oficiais, ligadas aos governos, e outras, como organizações
não governamentais – ONGs, que atuam nas
três modalidades de cooperação:
técnica, financeira e científica e
tecnológica. Dessa forma, os interessados
na elaboração de projetos podem obter
informações detalhadas da atuação
das entidades bem como aquelas que concedem bolsas
para a elaboração de estudos e pesquisas
ligadas à área ambiental.
Dentre as orientações,
está disponibilizado um roteiro de elaboração
de projeto, que detalha os procedimentos e a seleção
das entidades, bem como a montagem dos mesmos. Os
interessados também podem obter informações
de procedimentos das fontes de cooperação
de âmbito nacional e internacional.
Texto: Valéria Duarte Fotografia: Pedro Calado
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Torneios reúnem ídolos
e promessas do tênis brasileiro no Parque
Villa-Lobos
12/01/2009 - O Parque, administrado
pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente, sediou
as finais do Aberto de São Paulo 2009 e da
IV Copa Bola Dentro
Bem lembrou o secretário
Xico Graziano que o local onde se localiza o Parque
Villa-Lobos
- apontado recentemente por jornal de grande circulação
na capital, como espaço ideal para caminhada,
corrida e lazer - antigamente abrigou um lixão.
O fato foi mencionado pelo secretário no
domingo, 11.01, durante a entrega dos troféus
aos tenistas vencedores do torneio internacional
Aberto de São Paulo 2009 e da IV Copa Bola
Dentro, realizados no Parque. Lugar, portanto, marcado
pela mudança, recuperação e
transformação radical, para melhor,
o Villa-Lobos, administrado pela Secretaria Estadual
do Meio Ambiente - SMA, foi mais uma vez palco de
boas notícias e promessas futuras.
Não só o brasileiro
Ricardo Mello, até antes do torneio posicionado
como 195º no “ranking” mundial, quebrou o seu
jejum de títulos – suas últimas vitórias
haviam sido no Aberto de São Paulo de 2005
e Campos do Jordão e Florianópolis,
em 2006 – e chegou ao bicampeonato, ao vencer o
chileno Paul Capdeville, 111º colocado no “ranking”,
por 2 sets a 0, como também, como prelúdio
à grande decisão internacional, os
adolescentes Bruno Correia, 16 anos, e Weverson
Leão, 15 anos, do Projeto Bola Dentro, que
ensina tênis gratuitamente, a 128 meninos
e meninas carentes da capital, mostraram seu potencial,
fazendo a final da IV Copa Bola – vencida por Bruno,
em apenas um set, por 9 a 4.
O Projeto Bola Dentro é
uma iniciativa com objetivo de inclusão social,
da Maricic Eventos, organizadora do Aberto de São
Paulo, e da SMA, criado em 2005 e desenvolvido nas
quadras do Parque Villa-Lobos, sob a coordenação
do professor Agostinho Carvalho. Com ajuda de outros
professores, auxiliares, psicólogo e assistente
social, não só forma tenistas, como
também professores da modalidade, pegadores
de bola, juízes de linha e de cadeiras.
“Nossa preocupação
é proporcionar um futuro a essas crianças
e adolescentes, que muitas vezes chegam aqui sem
a menor perspectiva, e inseri-los na sociedade através
do tênis”, afirma Agostinho, que ministrou
aulas em academias de São Paulo por 27 anos
antes de ser convidado por Juliano Tavares, da Maricic,
para integrar o projeto. Como fruto desse trabalho,
já são 14 alunos incluídos
na Federação Paulista de Tênis
- FPT, além de quatro que já atuam
como juízes de linha e até de cadeira
em torneios oficiais.
Bruno Correia é um bom
exemplo. Mora na unidade Cingapura do “Ceasa”, com
uma tia que o adotou, e estuda no 2º ano do
Dilermando Dias dos Santos, uma escola estadual
na Vila Leopoldina. Seus pais adotivos estavam desempregados
em 2005, quando o projeto foi divulgado na escola
e ele foi conhecê-lo. A partir de então,
os treinos diários, de segunda a sexta-feira,
às tardes, permitiram-lhe chegar à
2a. posição na 4a. Classe de sua categoria,
na FPT, com o título na IV Copa, deve ascender
para a 3a. Classe. E, além da pretensão
de se tornar um tenista profissional, tem um sonho:
“Se conseguir chegar ao profissionalismo no tênis,
quero ajudar no projeto, ensinando outros garotos”.
Em tempo: Bruno foi campeão nas quatro edições
da Copa Bola Dentro.
Weverson Leão é
outro bom exemplo. Mora na comunidade da Vila Andrade,
na zona sul e estuda no 1º ano da escola estadual
de 2º grau Jardim Bronzato, também na
região. Começou como catador de bola
há nove anos, por influência do irmão,
Weverton, 21, que atualmente é professor
de tênis no projeto. No momento, Weverson
ocupa a 14a. posição em sua categoria,
na FPT, e acaba de ganhar uma semana grátis
de treinamento no hotel-fazenda-clínica de
tênis Kirmayr, pertencente ao famoso tenista,
Carlos Alberto Kirmayr, defensor do país
na Copa Davis por quinze anos e treinador da jogadora
argentina Gabriela Sabatini, quando ela se sagrou
campeã do US Open em 11000.
Ambos, Bruno e Weverson, após
jogarem a final da IV Copa Bola Dentro, na quadra
central do Parque Villa-Lobos, em pleno “Fast Stadium”,
com capacidade para 4.500 pessoas, especialmente
montado para o Aberto de São Paulo, participaram,
ainda, como pegadores de bola na partida entre Ricardo
Mello e Paul Capdeville, junto com outros garotos
do projeto. E, com a mesma humildade e seriedade
com que atuam como alunos e praticantes do esporte,
também se mostraram muito bons e atentos
nessa tarefa, aproveitando o privilégio de
poderem estar bem próximos e aprenderem um
pouco mais, com esses ídolos nacionais das
quadras, que empolgaram o público que lotou
o estádio. No caso de Weverson, foi contemplado
com o troféu de melhor pegador da competição.
Provocados, com o questionamento
sobre se num futuro próximo teriam condições
de encarar um Mello e um Capdeville, enfrentando-os
nas quadras, tiveram reações diferentes.
Bruno, mantendo a humildade, acredita faltar muito
e vê a convivência e proximidade com
os profissionais, como estas vividas no Villa-Lobos,
como mais um passo importante. Weverson, por sua
vez, arriscou um palpite ousado: “Daqui a dois anos,
posso estar aí, no lugar deles!”. Quem sabe,
motivados pela concreta e positiva transformação
do Parque, ex-lixão, e pelo início
de temporada promissor para os tenistas brasileiros,
essas promessas realmente não se concretizem?
É o que espera o professor Agostinho e os
idealizadores do Projeto Bola Dentro.
Texto: Mário Senaga Fotografia: Pedro Calado