22/01/2009
- A equipe técnica da Coordenadoria de Recursos
Hídricos – CRHi, vinculada à Secretaria
Estadual do Meio Ambiente – SMA, está analisando
os 19 planos de bacia hidrográfica – PBH,
entregues pelos comitês no final de 2008.
Com dados técnicos fornecidos por diferentes
órgãos de governo, os planos são
verdadeiros diagnósticos de cada bacia hidrográfica
e funcionam como instrumentos de gestão dos
recursos hídricos, ou seja, orientam a priorização
de ações para recuperação
ou proteção da bacia e a consequente
aplicação de recursos do Fundo Estadual
de Recursos Hídricos - FEHIDRO.
O Conselho Estadual de Recursos
Hídricos – CRH, presidido pelo secretário
estadual de Meio Ambiente, Xico Graziano, aprovou,
em 2006, a deliberação de nº
62 que define o prazo de entrega, encerrado em dezembro
de 2008, e os procedimentos para a elaboração
dos planos. A deliberação apresenta
um roteiro mínimo de conteúdo dos
planos, que inclui informações como
disponibilidade e qualidade dos recursos hídricos,
prognósticos e cenários.
“Alguns comitês já
haviam elaborado seus respectivos planos há
algum tempo e apenas adequaram certas informações
baseando-se no roteiro da deliberação”,
explicou Maurício Lenzi Brandão, responsável
pelo departamento de comunicação e
informações gerais da CRHi. O trabalho
da CRHi, juntamente com outros órgãos,
como a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
– CETESB e o Departamento de Águas e Energia
Elétrica – DAEE, é justamente avaliar
se as informações técnicas
presentes nos planos estão de acordo com
o que determina a deliberação 62.
A elaboração dos
PBHs rende pontos a mais aos comitês de bacia
na repartição de verbas oriundas do
FEHIDRO e suas respectivas informações
são fundamentais durante o processo de revisão
do Plano Estadual de Recursos Hídricos, vigente
até 2011.
“Esse cenário é
inédito e muito especial para a gestão
de recursos hídricos no Estado, pois nunca
tantos planos foram entregues simultaneamente e
concomitante à entrega do relatório
de situação das bacias, que é
um rol de indicadores que demonstram os pontos fortes
e fracos em cada região do estado. A soma
destes dois elementos possibilitará a construção
de um Plano Estadual pactuado e atualizado ainda
em 2009.” – ressalta Rosa Mancini – Coordenadora
de Recursos Hídricos.
Mais informações: acesse o Link –
www.ambiente.sp.gov.br/crhicomites.php
Texto: Valéria Duarte Fotografia: José
Jorge
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Menores carentes aprendem tênis
no Parque Villa-Lobos
21/01/2009 - “As mães me
pedem para ocupar o dia inteiro deles, aqui no parque,
pois o maior temor delas é que, sem isso,
eles não tenham outra saída a não
ser ficar na favela, no meio dos “nóia”.
A preocupação, enfatizada pelo professor
Agostinho, fundador e um dos idealizadores do Projeto
Bola Dentro, que ensina tênis gratuitamente
a 128 meninos e meninas carentes da capital, mostra
a importância do trabalho desenvolvido desde
2005 nas quadras do Parque Villa-Lobos. “Nóia”,
na gíria, remete aos traficantes ou viciados
em drogas.
O Projeto Bola Dentro é
uma iniciativa com objetivo de inclusão social,
da Maricic Eventos, organizadora de competições
de tênis como o torneio internacional Aberto
de São Paulo, e da Secretaria Estadual do
Meio Ambiente – SMA, sob a coordenação
do professor Agostinho Carvalho. Com ajuda de outros
professores, auxiliares, psicólogo e assistente
social, além de profissionais voluntários
de outras áreas, não só forma
tenistas, como também professores da modalidade,
pegadores de bola, juízes de linha e de cadeiras.
Promove, ainda, há quatro anos, no Villa-Lobos,
quase simultaneamente ao Aberto de São Paulo,
a Copa Bola Dentro, reunindo os garotos do projeto.
“Nossa preocupação
é proporcionar um futuro a essas crianças
e adolescentes, que muitas vezes chegam aqui sem
a menor perspectiva, e inseri-los na sociedade através
do tênis”, afirma Agostinho, 56 anos, que
já ministrou aulas em academias de São
Paulo por 27 anos antes de ser convidado por Juliano
Tavares, da Maricic, para iniciar o projeto. Como
fruto desse trabalho, já são 14 alunos
federados na Federação Paulista de
Tênis - FPT, além de quatro que já
atuam como juízes de linha e até de
cadeira em torneios oficiais.
Bruno Correa, de 16 anos, que
obteve o tetracampeonato na IV Copa Bola Dentro,
de 2009, é um bom exemplo. Mora na unidade
Cingapura do “Ceasa”, com uma tia que o adotou e
estuda no 2º ano do Dilermando Dias dos Santos,
uma escola estadual na Vila Leopoldina. Seus pais
adotivos estavam desempregados em 2005, quando o
projeto foi divulgado na escola e ele foi conhecê-lo.
A partir de então, os treinos diários,
de segunda a sexta-feira, no período da tarde,
permitiram-lhe chegar à 2a. posição
na 4a. Classe de sua categoria, na FPT. Com mais
este quarto título na Copa, deve ascender
para a 3a. Classe. E, além da pretensão
de se tornar um tenista profissional, tem um sonho:
“Se conseguir chegar ao profissionalismo no tênis,
quero ajudar no projeto, ensinando outros garotos”.
Weverson Leão, 15 anos,
vice-campeão na IV Copa, é outro bom
exemplo. Mora na comunidade da Vila Andrade, na
zona sul e estuda no 1º ano da escola estadual
de 2º grau Jardim Bronzato, também na
região da comunidade. Começou como
catador de bola há nove anos, por influência
do irmão, Weverton, 21, que atualmente é
professor de tênis no projeto. Weverson, que
até antes da Copa ocupava a 14a. posição
em sua categoria, na FPT, acaba de ganhar e passar
uma semana grátis de treinamento no hotel-fazenda-clínica
de tênis Kirmayr, em Serra Negra, pertencente
ao famoso tenista Carlos Alberto Kirmayr, defensor
do país na Copa Davis por quinze anos e treinador
da jogadora argentina Gabriela Sabatini, campeã
do US Open em 11000. Sobre a experiência no
centro de treinamento, Weverton afirma que foi diferente,
além de tudo por ter ficado integralmente
focado no esporte - “era tênis o dia todo”
-, e pelo fato de ter sentido uma melhora técnica
principalmente em seu “backhand”, golpe de fundo
de quadra executado do lado contrário ao
que o jogador segura a raquete, também conhecido
como “revés”. Ambos, Bruno e Weverson, após
jogarem a final da IV Copa Bola Dentro, na quadra
central do Parque Villa-Lobos, em pleno “Fast Stadium”,
com capacidade para 4.500 pessoas, especialmente
montado para o Aberto de São Paulo, participaram,
no mesmo dia, como pegadores de bola na partida
entre o brasileiro Ricardo Mello e o chileno Paul
Capdeville, classificados entre os 150 melhores
do mundo e finalistas do torneio internacional.
E, com a mesma humildade e seriedade com que atuam
como alunos e praticantes do esporte, também
se mostraram muito bons e atentos nessa tarefa,
aproveitando o privilégio de poderem estar
bem próximos e aprenderem um pouco mais,
desses ídolos nacionais das quadras. No caso
de Weverson, foi contemplado ainda com o troféu
de melhor pegador da competição.
Dias de glória
Uriel, Jorge, Axel, Mayron, Alexandre
e Washington são outros adolescentes participantes
do Bola Dentro, alguns bem mais recentemente integrados,
com condições de vida, escolaridade,
ingresso no projeto e histórias parecidas
com as de Bruno e Weverson. Aliás, histórias
e fatos marcantes e inesquecíveis não
faltam, todos têm algo para contar. Uriel
da Costa Arakilian, 15 anos, desde 2006 no Bola,
campeão da chave B da IV Copa, que gosta
muito de tudo relacionado à modalidade e
tem pretensão de se tornar um dia juiz de
cadeira - “ganha muito bem” -, teve o seu dia de
glória quando, munido do seu celular, “entrevistou”
durante o Aberto de São Paulo do início
do ano passado ninguém menos que Carlos Bernardes,
juiz de cadeira brasileiro considerado um dos melhores
árbitros de tênis do mundo: “Foi legal,
estava nervoso”.
Já Uriel, com base em experiências
que tem tido como juiz de linha, sentiu necessidade
de aprender inglês - para poder se comunicar
com os jogadores estrangeiros - e acaba de ser convidado
para receber, gratuitamente, aulas do idioma, com
uma professora e tradutora simpatizante do projeto.
Vitalina Câmara, a professora e tenista amadora,
diz que os garotos do Bola Dentro sempre atendem
a suas solicitações para rebaterem
bola nas quadras do Villa-Lobos e quer retribuir,
contribuindo com o projeto. Ela vai ensinar inglês
para o Uriel, uma hora por semana, lá mesmo,
na “sede” improvisada do Bola, ao lado das quadras.
Jorge Pereira de Souza Junior,
16 anos, não fica por menos. Atualmente oitavo
no “ranking” do projeto, ele conta, com a felicidade
estampada em seu rosto, como foi o seu “jogo” com
Pete Sampras, o tenista norte-americano ex-melhor
do mundo e detentor do maior número de títulos
em torneios do circuito “Grand Slam”, em que as
estrelas da elite do tênis conquistam seus
maiores prêmios. Tratava-se de um torneio
exibição, o “Grand Champions Brasil”,
no ano passado, no complexo World Trade Center (WTC)
São Paulo, ele mesmo relata: “Eu estava pegando
as bolinhas no jogo entre o Sampras e o Muster –
o austríaco Thomas Muster -, e no intervalo
entre um set e outro, o Muster não se levantou
da cadeira em que descansava, esticou a raquete,
o juiz olhou para mim e falou para eu pegar a raquete
e bater bola com o Sampras. Eu comecei a trocar
bolas com o Sampras, ele sorria e a torcida ficava
gritando, me apoiando. E ainda estava passando na
tevê. Foi uma das sensações
mais felizes que eu tive!” Jorge diz ainda que só
pelo toque do norte-americano, “deu para sentir
o nível, a técnica”. Depois disso,
conta que ficou mais motivado para treinar – antes,
dividia os interesses no esporte por causa do futebol
- e pretende se federar este ano.
O professor Agostinho acompanha
toda a movimentação da garotada e,
apesar de todos os frutos que alcançou até
o momento, não distrai por nenhum minuto
de sua missão, mostra-se convicto da importância
do projeto e cobra seriedade e compromisso dos seus
alunos e colaboradores, além de não
permitir que abandonem os estudos e, por outro lado,
se esforcem para tirar boas notas na escola. Reconhece
que acaba se tornando como que “um pai” para muitos
deles e faz questão de zelar pelo respeito
mútuo e disciplina: “Não permito namoro
aqui dentro, imagine se algo errado acontece, como
fica minha responsabilidade diante dos pais, que
confiaram às minhas mãos seus filhos?”
Quanto ao futuro do Bola Dentro e dos garotos mais
promissores e que já se encontram em estágio
avançado, explica que a idéia é
“segurá-los até quando puder, mas
o importante mesmo é eles saírem daqui
com um futuro garantido”. Condições
para isso não faltam, se depender da vontade
de Agostinho e dos idealizadores, patrocinadores
e apoiadores do projeto, entre eles a fabricante
de raquetes Head, a indústria de frios Ceratti,
a rede de padarias Letícia, a Sucos Del Valle
e a Esportes Bayard, além da Bombril e Fila,
assim como da Administração do Parque
Villa-Lobos.
Weverson lembra que as quadras
rápidas do parque são das melhores
que se encontram na capital. José Henrique
dos Santos, o administrador do Villa-Lobos, explica
que as sete quadras do parque têm nível
internacional, pois são reformadas todos
os anos, pela Maricic Eventos, para permitir a realização
do torneio Aberto de São Paulo. E complementa,
enfatizando o apoio do Villa-Lobos e da Secretaria
Estadual do Meio Ambiente ao Bola Dentro, afirmando
ser “totalmente favorável ao projeto, que
envolve as crianças carentes da região,
além de ajudar na não degradação
do parque e incentivar os esportes, que é
um pilares do Villa-Lobos”.
Texto: Mário Senaga Fotografia: José
Jorge
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Jardim Botânico: Um cantinho
de paz em uma cidade grande
21/01/2009 - O Jardim Botânico
de São Paulo, vinculado ao Instituto de Botânica
e à Secretaria Estadual do Meio Ambiente
– SMA, é uma agradável opção
de lazer, que atende ao público de qualquer
idade, já que entre seus atrativos estão
o orquidário, o cantinho da leitura, o museu
e a trilha das nascentes do riacho do Ipiranga.
Em comemoração aos
seus 80 anos, completados em novembro de 2008, o
Jardim Botânico ganhou uma nova atração:
o córrego Pirarungaua, que é afluente
do riacho do Ipiranga e estava canalizado desde
1940.
No cantinho da leitura, ambientado
em um trailer, ficam à disposição
dos visitantes livros e jogos de educação
ambiental e no Museu Botânico Doutor João
Barbosa Rodrigues os frequentadores podem observar
a sala dos ecossistemas, com representações
do litoral, do cerrado e de campos rupestres. Outro
espaço interessante para visita é
a sala econômica, onde é possível
conhecer espécies de cogumelos, algas e madeiras,
bem como apreciar essências vegetais. Inaugurado
em 1942, o museu conta com um vitral, em sua sala
central, inspirado na flora brasileira, especialmente
nas orquídeas, que eram a inspiração
de João Barbosa e as responsáveis
por seu renome internacional.
Fundado em 1938, com a criação
do Departamento de Botânica, à época
ligado á Secretaria de Agricultura, o Jardim
Botânico recebeu, em 2008, o prêmio
de melhor parque para relaxar da Capital, segundo
avaliação da revista Época
São Paulo.
O Jardim Botânico funciona
de terça a domingo, das 9h às 17h.
Como entrada é cobrada uma contribuição
de R$ 3,00, sendo isentas crianças menores
de 10 anos e adultos acima de 65. Estudantes pagam
R$1,00.
Texto: Valéria Duarte Fotografia: José
Jorge/Pedro Calado