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INCRA DIZ QUE CRIAÇÃO DE AGÊNCIA PARA REGULARIZAR TERRAS NA AMAZÔNIA É UM ERRO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Janeiro de 2009

22 de Janeiro de 2009 - Luana Lourenço e Ivanir José Bortot - Repórteres da Agência Brasil - Elza Fiúza/Abr - Brasília - O presidente do Incra, Rolf Hackbart, acredita que o fechamento de postos de trabalho nas cidades, em conseqüência da crise financeira internacional, pode gerar um fluxo migratório rumo ao interior
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reúne-se hoje (22) com representantes dos Ministérios do Desenvolvimento Agrário, Meio Ambiente e Agricultura para discutir a regularização fundiária do país, em especial de uma área de 100 milhões de hectares da Amazônia Legal.

A proposta do ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, de criação de um órgão específico para cuidar de todas as questões que envolvam terras na Amazônia, deverá ser o principal assunto da pauta.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) é contra a proposta. Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, o presidente do instituto, Rolf Hackbart, disse que a proposta de Mangabeira “é um erro” e defendeu o fortalecimento do órgão para dar conta do caos fundiário da região.

“Criar uma agência agora é um erro. Nem a LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias] permite, porque teria que criar cargos e outras medidas. Se a agência for criada agora, só vai começar a funcionar, se tudo correr bem, em 2010. E o tempo é contra nós”, disse.

Na avaliação de Hackbart, a identificação e solução de problemas fundiários na região é “um processo, não um estoque” e por isso não podem ser conduzidas visando apenas ao repasse das terras.

“A regularização fundiária é fundamental, desde que vinculada à reforma agrária e à proteção do meio ambiente. A grande diferença entre o que Incra acredita e uma outra proposta é que o Incra não quer não só criar um mercado de terras.”

Como alternativa à criação de uma agência executiva, Hackbart defende o fortalecimento do instituto, inclusive com a criação de uma diretoria ou de uma superintendência regional na Amazônia Legal para tratar especificamente da regularização de terras. Segundo ele, essa será a proposta que o Ministério do Desenvolvimento Agrário vai levar à reunião com Lula.

A força tarefa do Incra, segundo Hackbart, teria que ser acompanhada de mudanças na legislação que garantissem a preservação do meio ambiente e evitassem a transferência das propriedades. Ele teme que essas terras sejam revendidas e acabem concentradas nas mãos de poucos investidores, inclusive os internacionais.

“Temos que ter condições para entregar o título de propriedade, cláusulas resolutivas. Por exemplo, digamos que o senhor Joaquim receba seu título de propriedade: por dez anos não poderá vender, porque senão vai haver um mercado de terras enorme. Pela proposta do Mangabeira, não há essa restrição, no dia seguinte ele vai poder vender. O grande produtor de Goiás, de São Paulo, do Paraná vai lá e compra tudo e teremos uma concentração de terra pública”, comparou.

O presidente do Incra, no entanto, não descarta a possibilidade de chegar a um meio termo, uma proposta consensual entre as idéias de Mangabeira e do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

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Stephanes diz que negociação sobre Código Florestal não está avançando

22 de Janeiro de 2009 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, voltou a defender hoje (23) a necessidade de mudanças no Código Florestal sem prejuízos para os produtores rurais. O assunto tem causado polêmica entre o setor agrícola e a área ambiental.

"Não temos avançado suficientemente com o ministro Minc para equacionar essas questões”, disse durante entrevista a emissoras de rádio no programa Bom dia, Ministro. Stephanes definiu a relação de sua pasta com a área ambiental do governo como uma “parceria difícil e complicada”.

Umas das principais divergências sobre o código é a área de reserva legal. Os ambientalistas querem manter restrições ao desmatamento, com exigência de manutenção de 80% de floresta preservada nas propriedades da Amazônia. Os ruralistas querem reduzir esse percentual para até 50%.

Em dezembro, organizações não-governamentais ambientalistas (ONGs) deixaram o grupo de trabalho criado pelo governo para discutir as mudanças na lei. Em seguida, Stephanes decidiu extinguir o colegiado.

O ministro criticou os ambientalistas e afirmou ser “o maior interessado” na preservação da Amazônia. “Há uma diferença entre ser ambientalista e ter formação, conhecimento e capacitação em meio ambiente. E o Ministério da Agricultura é o que tem o maior número de doutorados e pós-doutorados em meio ambiente, que estão na Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária]”.

O ministro voltou a argumentar que se a mudança do Código Florestal for feita como querem os ambientalistas, a produção agrícola no país será inviabilizada, principalmente por causa das restrições ao plantio em várzeas, encostas e topos de morro.

“Vão eliminar 1 milhão de pequenos produtores do campo em áreas já consolidadas. Quem definiu isso mora em Brasília ou em Ipanema, não conhece nada de agricultura”, disse.
Com o fim do grupo de trabalho, a negociação deverá ser conduzida no Congresso Nacional.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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