27 Jan
2009 - Bruxelas – Novos dados revelados hoje mostram
que a mudança para uma economia global “verde”
poderia não somente proteger o planeta dos
piores efeitos das mudanças climáticas,
mas também seria surpreendentemente acessível
em termos de custos financeiros.
Caminhos para uma Economia de Baixa Emissão
de Carbono – um novo estudo da McKinsey & Co
– demonstra que o aquecimento global pode ser mantido
abaixo do crescimento de 2º C e que fazê-lo
está perfeitamente dentro de nosso alcance.
Os estudos trazem detalhes de custos do corte das
emissões de carbono, mas deixa claro que
somente tomando atitudes agora seria possível
evitar os piores impactos das mudanças climáticas.
De acordo com a Rede WWF – um
dos patrocinadores do relatório – os líderes
mundiais têm agora toda a informação
necessária para o desenho de um acordo global
sobre o clima tanto para países desenvolvidos
como para os em desenvolvimento.
O estudo – um dos maiores e mais
detalhados do gênero já realizados
– lista mais de duzentas oportunidades, em dez setores
e 21 regiões geográficas, que poderiam,
até 2030, contribuir para o corte das emissões
globais de gases de efeito estufa para cerca de
40% abaixo dos níveis de 11000.
Até 2030, energias solar,
eólica e de outras fontes renováveis
poderiam contribuir com até um terço
de toda a demanda global; eficiência energética
poderia reduzir as emissões de gases de efeito
estufa em mais de ¼; e as emissões
oriundas do desmatamento de florestas tropicais
– atualmente um quinto das emissões globais
– poderiam ser praticamente eliminadas. E tudo isto
a um custo de menos de 0,5% do Produto Interno Bruto
Global.
O relatório mostra que
2/3 do potencial de emissões globais se encontra
em países em desenvolvimento. No caso de
países com alta taxa de cobertura florestal,
onde o desmatamento represente uma grande parte
das emissões atuais, como o Brasil, por exemplo,
a redução pode chegar em até
70% quando comparadas ao cenário projetado
para 2030. Estes números significam que,
na América Latina, as emissões podem
ser até 45% menores do que as emissões
em 11000.
“O estudo da McKinsey demonstra,
de uma vez por todas, que adotar atitudes contra
as mudanças climáticas é tão
urgente quanto economicamente viável”, disse
o diretor geral da Rede WWF, James Leape. “Os dados
demonstram claramente que não somente é
possível adotarmos uma economia de baixa
emissão de carbono, mas que os custos para
tal são administráveis. A adoção
destas medidas representa um grande passo para evitar
os efeitos nocivos das mudanças climáticas”,
acrescentou.
Durante o lançamento do
relatório, em Bruxelas, Leape lembrou que,
agora, ao investir na reconstrução
da economia global, os governos têm a oportunidade
única e imperativa de construir uma economia
de baixa emissão de carbono que irá
tanto criar empregos como estabilizar o clima. “As
tecnologias e modelos de produção
de baixa emissão já existem e fazem
sentido tanto ambiental quanto economicamente”,
disse.
Cessar o desmatamento na Amazônia
em sete anos foi a proposta do Pacto pela Valorização
da Floresta e pelo Fim do Desmatamento na Amazônia,
apresentado por nove organizações
não-governamentais, inclusive o WWF-Brasil,
no ano passado. O Pacto pressupõe o estabelecimento
de um regime de metas anuais de redução
progressiva da taxa de desmatamento da Amazônia,
que seria zerada em 2015. Para isso, as ONGs estimam
serem necessários investimentos da ordem
de R$ 1 bilhão por ano, vindos de fontes
nacionais e internacionais como incentivos para
a Redução de Emissões oriundas
do Desmatamento e Degradação florestal
(REDD).
Na área de energia, já
em 2006, o WWF-Brasil lançou a Agenda Elétrica
Sustentável 2020, um estudo de cenários
que prevê economia de R$ 33 bilhões
para os consumidores, diminuição no
desperdício de energia de até 38%
da expectativa de demanda, geração
de 8 milhões de empregos, estabilização
nas emissões dos gases causadores do efeito
estufa e afastar os riscos de novos apagões
se o cenário Elétrico Sustentável
for aplicado no Brasil até 2020. “Este trabalho
da McKinsey corrobora as informações
com as quais viemos trabalhando todo este tempo
– é mais barato e sustentável investir
no combate/controle do desmatamento, em eficiência
energética e energia renovável, além
de gerar mais empregos em um período crucial
de ações.” afirma a secretária
geral do WWF-Brasil, Denise Hamú.
“Quando os líderes mundiais
se reunirem em Copenhagen, em dezembro, para o acordo
global sobre mudanças climáticas,
não terão qualquer desculpa para a
inação. O mundo estará de olho
e na expectativa de que aqueles líderes adotem
medidas que conduzam à economia de baixa
emissão, dando oportunidade a que se mantenha
o aquecimento global abaixo dos críticos
2º C”, completa Hamú.
O estudo da McKinsey foi exaustivamente
revisado por cientistas, economistas e grupos de
especialistas, incluindo o WWF. Ele apresenta as
descobertas na forma de uma “curva de redução
de custos”, que ilustra graficamente os setores
onde as melhores relações custo-benefício
das emissões podem ser alcançadas,
incluindo a economia de: 14 bilhões de toneladas
de CO2 pela substituição, entre outras
coisas, dos combustíveis fósseis para
produção de energia elétrica
por fontes existentes e comprovadamente limpas;
14 bilhões de toneladas pelo uso mais sustentável
do solo na agricultura e no setor florestal; e 11
bilhões com a eficiência energética.
O estudo identifica um potencial de outros 9 bilhões
de toneladas de emissões cuja redução
é mais cara ou envolve mudanças de
hábitos, que são difíceis de
quantificar.
“Esperamos que este trabalho seja
um subsídio para nossos governos e empresas
ao redefinirem suas políticas públicas
e de negócios. Não há mais
tempo para esperar, nem motivos” conclui a secretária
geral do WWF-Brasil.
+ Mais
Prefeitura apaga as luzes de ícones
cariocas
27 Jan 2009 - Para marcar a adesão
do Rio de Janeiro à Hora do Planeta, em 28
de março, o prefeito da cidade, Eduardo Paes,
anunciou hoje que desligará as luzes de monumentos
cariocas como o Cristo Redentor, o Pão de
Açúcar, o Parque do Flamengo e a orla
de Copacabana, que terá a segurança
reforçada pelas autoridades competentes.
O Jockey Club também confirmou sua participação.
Além do Rio de Janeiro,
outras grandes cidades mundiais, como Atenas, Buenos
Aires, Edimburgo e Nova Iorque participam do movimento.
Até o momento, mais de 170 cidades de 62
países já confirmaram sua adesão
à Hora do Planeta.
O WWF-Brasil espera contar com
a adesão de empresas, entidades, ONGs, associações
de bairro e demais movimentos da sociedade civil.
Os cidadãos serão convidados a se
cadastrar no site www.horadoplaneta.org.br .
+ Mais
Resex Arapixi conclui plano de
utilização
29 Jan 2009 - Por Lysa Ribeiro
– Funbio - A equipe gestora da Resex Arapixi (no
Amazonas) terminou o ano de 2008 com uma importante
missão cumprida: a elaboração
do Plano de Utilização. Com apoio
do Núcleo de Educação Ambiental
do IBAMA no Acre, do CNPT de Manaus e do Sindicato
dos Trabalhadores Rurais de Boca do Acre/AM, na
segunda quinzena de dezembro, uma reunião
com os representantes comunitários da Resex
fechou o documento final. As atividades de construção
do Plano de Utilização tiveram o apoio
também do WWF-Brasil e do Programa Arpa.
A reunião na Comunidade
São José foi a última etapa
do processo de dois anos para construir de maneira
participativa as regras para utilização
dos recursos naturais da unidade e como se dará
a ocupação do espaço. O principal
produto extrativista de Arapixi é a castanha,
comercializada na região de Boca do Acre
e Sena Madureira, mas outros itens também
são produzidos pelas famílias, como
açúcar mascavo, tabaco, farinha, banana,
melancia e feijão. A partir das regras estabelecidas,
o ICMBio terá os instrumentos adequados para
regular junto com as comunidades e as associações
de moradores o uso do solo na Reserva.
"O Plano de Utilização
é um instrumento de grande importância
para a gestão da reserva e a adesão
dos moradores é fundamental para o seu sucesso.
Na Resex Arapixi mobilizamos e convidamos todas
as pessoas a participarem da discussão, e
optamos por conduzir o trabalho no tempo delas,
dando espaço, num primeiro momento, para
que pudessem discutir sozinhas os principais temas.
Percebemos que a presença do IBAMA/ICMBio
no início poderia inibir as famílias
na expressão de suas opiniões e desejos.
O resultado foi muito bom e a partir dessa primeira
discussão entre elas é que fizemos
uma série de reuniões para pensar
juntos as regras", explica Felipe Mendonça,
chefe da Resex desde sua criação em
2006.
Concluído o Plano de Utilização,
que entrará em vigor tão logo seja
analisado pelo ICMBio em Brasília e publicado
no Diário Oficial da união, a equipe
da Resex Arapixi segue trabalhando para criar o
Plano de Manejo da Reserva. O prazo previsto para
terminar mais essa missão, segundo Felipe,
é o final de 2009.
+ Mais
Fórum Social Mundial 2009
23 Jan 2009 - Acontece entre os
dias 27 de janeiro e 1º de fevereiro, o Fórum
Social Mundial 2009. Com o lema “Um outro mundo
é possível”, o evento é um
espaço de debate, encontro e construção
de alianças entre diferentes atores sociais
ao redor do mundo em busca de uma sociedade mais
justa.
Organizado por um Conselho Internacional
(formado por 129 países), o Fórum
representa uma grande oportunidade para a troca
de experiências e a formulação
de ações alternativas no combate aos
problemas sociais. A defesa da natureza e de seus
povos originários, a preservação
do planeta e seus recursos naturais e o acesso universal
e sustentável aos bens comuns da humanidade
e da natureza estão entre os objetivos do
Fórum.
Depois de quatro edições
do evento realizadas em Porto Alegre (RS), uma no
Quênia e duas edições descentralizadas
(com ações realizadas em diversos
países), a cidade de Belém (PA) será
a sede do Fórum Social Mundial 2009. A importância
da região Pan-amazônica, onde a cidade
está localizada, a necessidade de chamar
a atenção da população
mundial para a urgência dos problemas regionais
e a comemoração do Dia da Pan-amazônia,
em 28 de janeiro, motivaram a escolha do local.
Durante a semana, aproximadamente
1.940 atividades estarão à disposição
dos participantes, entre painéis de debates,
seminários, oficinas e manifestações
culturais.
O Projeto Diálogos, consórcio financiado
pela União Européia do qual o WWF-Brasil
é parceiro, promoverá atividades relacionadas
a sua área de atuação: a BR-163.
As ações do projeto serão organizadas
pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
– IPAM, entidade que também compõem
o consórcio.