(27/01/2009) - Pesquisadores
da Embrapa Rondônia avaliaram o desempenho
de 11 espécies nativas com potencial para
recuperação de áreas degradadas
na Amazônia e segundo os dados obtidos, mesmo
sem condições ideais de solo, o índice
de sobrevivência das plantas nos seis primeiros
meses foi superior a 99% o que comprova o rápido
crescimento de algumas espécies na região.
A pesquisa avança na coleta
de informações ainda raras sobre o
cultivo de árvores nativas na Amazônia.
O experimento é conduzido em uma unidade
de observação de 3,86 hectares localizada
no Campo Experimental de Presidente Médici,
uma propriedade da Embrapa localizada na região
central do Estado de Rondônia, a 400 quilômetros
da capital, Porto Velho. Foram plantadas 262 mudas
em uma pastagem cortada por um rio e impactada pela
pecuária intensiva.
O trabalho recupera área
de preservação permanente e reserva
legal, que são exigidos por lei e precisariam
ser recompostos em inúmeras propriedades
rurais da região.
Melhor desempenho
Dentre as espécies plantadas,
uma das que apresentou melhor desempenho foi a guapuruvú
ou garapuvú, uma leguminosa característica
da floresta atlântica, mas que também
ocorre naturalmente na região amazônica.
No primeiro ano de acompanhamento, mudas com crescimento
mais rápido alcançaram 1,6 metro de
altura.
Outra árvore nativa que
apresentou crescimento acelerado e alto índice
de sobrevivência no experimento foi o sobrasil,
também conhecido como sobraji, que ocorre
naturalmente em matas abertas e pode alcançar
20 metros de altura na fase adulta.
Mudas de ipê amarelo e
jatobá também se mostraram aptas para
a recuperação da área. A pesquisadora
Michelliny Bentes-Gama, da Embrapa Rondônia,
explica que a área foi dividida em três
seções para avaliar o desempenho das
mudas plantadas em diferentes espaçamentos.
Na primeira seção, a de menor densidade,
foi adotado espaçamento de 10 por 10 metros.
Dessa forma, as plantas apresentam
bom crescimento, sem tortuosidade no tronco e sem
competição por espaço, explica
a pesquisadora. Nas outras duas seções
foram adotados espaçamentos de cinco por
cinco metros e de três por três metros,
onde a competição é maior.
O sucesso de cada espécie está sendo
avaliado.
Recuperação natural
Um dos pontos que chamou a atenção
da equipe que acompanha o experimento foi a regeneração
natural da área. Entre as árvores
plantadas surgem mudas que nasceram naturalmente,
influência de um remanescente natural de floresta
que fica nas proximidades. “O fato de isolar a área,
impedindo o acessos dos búfalos criados na
propriedade, já favoreceu a regeneração
natural da vegetação”, explica a pesquisadora
Michelliny.
Daniel Medeiros