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PESQUISAS VÃO IDENTIFICAR ONÇAS POR MEIO DO DNA DAS FEZES

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2009

Luciana Melo - Brasília (03/02/2009) – O Centro Nacional de Pesquisa para Conservação dos Predadores Naturais (Cenap), do Instituto Chico Mendes (ICMbio), desenvolve, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), o Instituto para Conservação dos Carnívoros Neotropicais (Pró-Carnívoros) e o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), um projeto de pesquisa para identificar onças por meio da extração de DNA das fezes dos animais.

O Projeto de Diversidade Genética e Estrutura de Populações de Onça Pintada é coordenado pela PUC-RS e visa a desenvolver uma técnica que auxilie na diferenciação de amostras de fezes de onças pardas e pintadas, espécies que ocupam o mesmo nicho ecológico, extraindo o DNA de amostras encontradas na natureza.

De acordo com o coordenador das pesquisas no âmbito do ICMBio, Ronaldo Morato, essa técnica é muito importante para estudos de populações e, posteriormente, como ferramenta de monitoramento da biodiversidade. “Vamos usar muito essa técnica para avaliar o fluxo gênico, ou seja, animais que moram em uma determinada unidade de conservação (UC) e que interagem (geneticamente) com outras UCs”.

Segundo Morato, as pesquisas tiveram início há cerca de três anos e o primeiro passo foi estabelecer a técnica de extração do DNA das fezes para estudos populacionais de onças. “No início a grande dificuldade era de encontrar amostras de fezes no habitat natural desses animais, já que eles vivem em grandes territórios (aproximadamente 50 km²). Como solução estamos trabalhando paralelamente com o treinamento de cães farejadores”, diz o pesquisador.

Em março, uma equipe do projeto fará a primeira expedição de campo para avaliar o desempenho das onças em seu habitat. As atividades de campo serão feitas no Parque Nacional do Iguaçu (PR), Parque Estadual do Invinhema (MS), Parque Estadual do Morro do Diabo (SP), Corredor Ecológico da Caatinga (que interliga oito unidades de conservação na região Nordeste), Pantanal e Mata Atlântica costeira.

Morato comentou também que, por meio do projeto, será possível identificar a espécie (se a onça é parda ou preta, por exemplo) e o sexo ( se é macho ou fêmea). “Isso terá implicações importantes em estudos de evolução, distribuição e será uma importante ferramenta para o monitoramento da biodiversidade e estudos populacionais”, diz ele.
Ascom ICMBio

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Operação Poraquê apreende gerador de energia no Parque Montanhas do Tumucumaque

Carla Lisboa - Brasília (02/02/2009) - Equipes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Ibama, em conjunto com o Exército, a Polícia Federal (PF) e a Polícia Militar (PM) do Amapá, apreenderam, no dia 23, um gerador clandestino de eletricidade em Ilha Bela, um lugarejo erguido ilegalmente à margem direita do rio Oiapoque no interior do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque.

O proprietário do equipamento, José Francisco da Silva, um comerciante da cidade de Oiapoque, foi multado em R$ 873.158,40 pela manutenção do gerador e de um motor. Ele recebeu ainda multa, diária, no valor de R$ 2.011,89, pela instalação de rede elétrica no local. Francisco cobrava pela cessão da energia elétrica aos ocupantes da área.

A apreensão ocorreu durante a Operação Poraquê, cujo nome é uma homenagem ao peixe do rio Amazonas que libera descarga elétrica quando ameaçado, e faz parte de uma série de ações de fiscalização que vem sendo realizadas na região desde 2007 para reprimir o garimpo ilegal de ouro.

Durante a operação, cerca de 70 pessoas se concentraram ao redor da casa em que estava o equipamento para impedir sua retirada. De acordo com a chefe substituta do parque, Marcela de Marins, elas desafiaram as equipes do Exército, da PM e da Polícia Federal e avisaram que nenhuma força iria retirar o gerador da localidade. Para dispersá-las, a PM lançou uma granada de gás lacrimogêneo.

Com isso, o grupo afastou-se da casa, mas avançou, armado de paus e pedras, sobre uma ubá do Exército, tipo de embarcação regional de 12 metros de comprimento. Para impedir a destruição da embarcação, a polícia detonou outra granada de efeito moral para quebrar a resistência do grupo. “Graças à ação da PM conseguimos a segurança necessária para içarmos o gerador com um helicóptero do Ibama e encerrar a operação”, conta Marcela de Marins.

Segundo ela, apesar dos avisos de que se trata de unidade de conservação de proteção integral e, portanto, não pode abrigar nenhum tipo de aglomeração humana, e da notificação feita anteriormente para que a máquina fosse retirada e os barracos desmontados, os invasores permaneciam no local.

De acordo com a chefia do parque, a área é usado como base para cerca de dez mil garimpeiros que atuam ilegalmente o outro lado do rio, já no território da Guiana Francesa. O número de imóveis saltou de 124 barracas, em 2005, para 215 construções de madeira e de alvenaria, em 2008.

O crescimento resultou no aumento também das irregularidades, como a instalação da rede de distribuição de energia elétrica clandestina. Segundo a equipe do ICMBio, o proprietário do gerador foi notificado em novembro do ano passado, durante a Operação Pacajá II, e foi-lhe dado um prazo de 60 dias para retirar o gerador e suspender a comercialização de energia elétrica.

No dia 11 de janeiro, quando venceu o prazo, o proprietário, que recebia de cada imóvel, como pagamento pelo fornecimento de energia, entre 1 e 2,5 gramas de ouro por semana, ainda não havia retirado o gerador e mantinha a rede clandestina de energia elétrica.

CRIMES – Além de instalar o equipamento e a rede e de comercializar energia sem a concessão do Estado, ele infringiu a legislação ambiental por instalá-los em área proibida, de proteção integral, e por transportar, pelo rio Oiapoque, grande quantidade de óleo diesel em recipientes inapropriados, poluindo a região.

De acordo com a equipe do ICMBio no parque, a própria existência do lugarejo é irregular. Não só por ter sido construído em local proibido, mas também por ter sido erguido com o objetivo de dar suporte ao garimpo ilegal.

Com muita água e de densa floresta, a região é rica em vários tipos de metais, incluindo o ouro, encontrado de forma granular no fundo dos rios e no solo firme. Os garimpeiros extraem o metal do rio Oiapoque e de vários afluentes por meio do garimpo aluvionar, bem como nas margens, por meio do desmanche de barrancos com moto-bombas.

IMPACTOS – Os impactos ambientais provocados por esses tipos de extração são visíveis na região. A garimpagem aluvionar, feita com balsas que dragam os sedimentos dos leitos fluviais e usa o mercúrio para separar o ouro das partículas de areia e de argila, tem provocado o assoreando e a contaminação de vários igarapés.

Os danos não param por aí. Ao contaminar a água, o mercúrio passa a integrar-se à cadeia alimentar da região. Marcela de Marins afirma que, além disso, o rio Oiapoque está mudando de cor: o que era água límpida, hoje, tornou-se turva.

O crime é praticado tanto no Brasil como na Guiana Francesa. No entanto, com o endurecimento da polícia francesa na fronteira nos últimos anos, os garimpeiros intensificaram a extração do ouro em território brasileiro e fixaram acampamento na região do Parna, na divisa com o país vizinho.

O problema foi objeto de acordo entre Brasil e França. Em dezembro do ano passado, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva firmaram um acordo que dentre outras coisas previu a repressão à exploração ilegal de ouro na fronteira com a Guiana Francesa e a abertura da Amazônia para cientistas franceses em um centro de estudos a ser construído no Amapá.
Ascom/ICMBio

 
 

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