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CONSUMO SUSTENTÁVEL: UMA SAÍDA CONTRA O HÁBITO DAS SACOLAS PLÁSTICAS

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Fevereiro de 2009

06/02/2009 - Após o Governo do Estado de São Paulo ter vetado, há um ano e meio, projeto de lei da Assembléia Legislativa, que pretendia obrigar todo comerciante a usar sacolas plásticas erroneamente chamadas de ecológicas, novas discussões e pesquisas recentes, no Brasil e no exterior, vêm confirmar o acerto da posição defendida pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Exemplo disso é um estudo dirigido pelo engenheiro de materiais e pesquisador da Universidade de São Paulo - USP e da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Guilhermino José Macêdo Fechine, com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, e divulgado no final de 2008 e início de 2009. As pesquisas conduzidas por Fechine, que é especialista em biodegradação de polímeros, mais uma vez comprovam que o chamado plástico oxibiodegradável na realidade não é biodegradável, mas apenas acelera a fragmentação dos polímeros, que compõem os plásticos. Conforme explica o engenheiro Casemiro Tércio Carvalho, Coordenador de Planejamento Ambiental da Secretaria Estadual do Meio Ambiente - SMA, a tecnologia dos oxibiodegradáveis, com uso de aditivos químicos, acelera o esfarelamento do plástico em pequenas partículas, até desaparecer a olho nu. Não obstante, o mesmo continua presente na natureza.

Além disso, para o coordenador da SMA, a degradabilidade, por si só, não deve ser o foco principal. A degradabilidade, ou biodegradabilidade, no caso, segundo Tércio, implica no consumo integral dos fragmentos, por microorganismos no meio ambiente, decompondo-os em água e gás carbônico num curto período de tempo. “A degradabilidade é boa quando sob controle, como por exemplo, em processos de compostagem. Se o plástico não for reciclado e acabar em um aterro sanitário, não é bom que seja biodegradável, pois vai gerar gases do efeito estufa no curto prazo”, afirma.

Ele esclarece também que o processo, no aterro sanitário, ocorre de forma eficaz dependendo de fatores como temperatura, umidade e iluminação, entre outros. Além disso, devem ser consideradas na equação as velocidades de fixação e de emissão do carbono da e na atmosfera, respectivamente. Na realidade, conforme Tércio, o “x” da questão das sacolas plásticas depositadas nos aterros é o volume. Estima-se que o mundo utilize um milhão dessas sacolinhas por minuto. Em São Paulo, 18% do lixo é composto desse material.

Por outro lado, ele lembra que os esgotos domésticos, essencialmente formados por materiais orgânicos biodegradáveis, se tornaram os maiores poluentes de nossos rios. Com relação aos oxibiodegradáveis, além de não se biodegradarem nos aterros, ainda continuam contaminando o meio ambiente de forma agressiva, em razão dos catalisadores empregados, derivados de metais pesados, como níquel, cobalto e manganês. Pigmentos de tintas, utilizados nos rótulos, também se misturarão ao solo. As sacolas plásticas oxibiodegradáveis poderão, ainda, causar um efeito contrário na educação ambiental, desestimulando a sociedade no que diz respeito à reciclagem.

Para o Coordenador de Planejamento Ambiental da SMA, as soluções para o problema dos resíduos sólidos passam obrigatoriamente pelo tripé Redução, Reutilização e – principalmente – Reciclagem, explicitadas nas diretrizes da Política Estadual de Resíduos Sólidos, atualmente em discussão. A idéia é que todos os produtos entrem em uma cadeia cíclica, retornando à cadeira produtiva. Em outras palavras, a saída correta reside no consumo sustentável.

Tércio enfatiza que a reciclagem, a compostagem e a valorização energética são fundamentais nesse processo educativo. “É necessário que as pessoas alterem seu padrão de consumo, reutilizem suas sacolas, usem embalagens retornáveis. Sou favorável mesmo a que cada cidadão compre seu saco de lixo. É importante que se pague por utilizá-lo, como forma de combate ao consumo descontrolado”, complementa. Ele destaca, ainda, a necessidade do apoio às iniciativas e investimentos envolvendo a compostagem e a implantação de novas tecnologias para recuperação energética, por meio da incineração, implementada com sucesso na Europa, onde os aterros sanitários estão a caminho da extinção: “O banimento de todos os aterros sanitários, no continente, faz parte das diretivas da União Européia”.

Por tudo isso, mais uma vez, os produtos oxibiodegradáveis dissimulam o problema, varrendo a sujeira para debaixo do tapete. Finalmente, Tércio recorda que, como parte das soluções técnicas que estão sendo desenvolvidas, vêm ganhando relevância os bioplásticos, biodegradáveis ou recicláveis, produzidos a partir de cana-de-açúcar e de milho, fontes renováveis da natureza.
Texto: Mário Senaga Fotografia: Zé Jorge

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Um domingo de festa para comemorar os 113 anos do P.E. Alberto Löfgren

09/02/2009 - Gilmar Brito era um dos cerca de oito mil visitantes que, no dia 08.02, um domingo ensolarado de fevereiro, passeavam no Parque Estadual Alberto Löfgren, aproveitando os amplos espaços verdes para fazer exercícios, piqueniques com a família e contemplar a natureza. Nascido na região, reside no Jardim Antártica, desde criança, e esse é um dos seus passeios prediletos. “É perto de casa e, sempre que posso, venho correr aqui”, diz.

No domingo, Brito ainda se divertiu com os filhos assistindo às brincadeiras dos palhaços Tok Tok e Goiabada que, entre uma piada e outra, alertavam as crianças para que “não joguem lixo no chão e nem alimentem os animais”. Esta é a rotina dos muitos moradores da região, onde o parque faz parte da paisagem, em cujas alamedas o próprio Brito, e hoje os seus filhos, correu solto e feliz, sem se preocupar com a crise econômica ou outro problema qualquer.

É isso que o parque vem proporcionando há 113 anos, a serem completados na próxima terça-feira, 10.02. Um amplo espaço de lazer onde pessoas como Brito podem passar momentos de paz e de tranquilidade, contemplando a natureza, apreciando aves como tucanos, biguás e socós, ou animais como macaco prego, esquilos e até mesmo bugios.

Criado no dia 10 de fevereiro de 1896, pelo Decreto Estadual nº 335, ocupa uma área de 174 hectares onde havia o engenho Pedra Branca. Foi nesse local que o naturalista Alberto Löfgren instalou o Horto Botânico e Florestal com a finalidade de estudar as essências florestais, avaliando as condições de cultura e crescimento, taxonomia, anatomia e fisiologia, bem como a qualidade das madeiras existentes no Estado.

Conhecido como Horto Florestal, trata-se da unidade de conservação mais antiga do país, mais antiga que o Parque Nacional do Itatiaia criado pelo próprio Alberto Löfgren em 1937, conhecido principalmente pelo Pico das Agulhas Negras, com 2.791 m de altitude.

O biólogo Álvaro Rocha Elesbão, coordenador de Educação Ambiental do Parque Estadual Alberto Löfgren, que também mora nas proximidades, tem consciência da importância da unidade de conservação na vida da população local, que sofre com a carência de espaços e de lazer. É por isso que, junto com a diretora do parque, Ana Lúcia Arromba, e outros funcionários, organizou uma extensa programação de atividades para comemorar os 113 anos de existência do parque.

Depois dos palhaços Tok Tok e Goiabada, que abriram as comemorações do aniversário do parque, houve as apresentações do músico Toninho Nascimento e das bandas Ted Zeromeia e Mecenas, que animaram o público até o fim do dia. Para os que procuravam uma atividade mais amena, havia as tendas do WWF - Brasil, que estava divulgando os projetos ambientais da entidade, e do Greenpeace que, para trabalhar questões como aquecimento global e desmatamento, despertava a atenção das crianças fazendo pinturas no rosto.

Brenda, de 7 anos, estudante do 3º ano do Ensino Fundamental, foi uma das quase 80 crianças que, só no período da manhã, esperaram a sua vez para pintar o rosto, transformando-se em uma gata. Tímida, acompanhada o pai Adilson Sanches, disse que ouviu muito sobre como preservar a natureza e cuidar dos animais.

Outro atrativo muito procurado era a tenda da Polícia Militar Ambiental, onde o soldado Carvalho, sempre solícito, mostrava animais empalhados vítimas de atropelamentos ou de maus tratos, para explicar que é preciso combater o tráfico de animais. “Para isso, explicou, é preciso que toda a sociedade participe denunciando os que praticam a caça predatória.” Trabalhando há oito anos como educador ambiental, mostrava como os traficantes agiam, utilizando gaiolas disfarçadas em caixas de som ou outros equipamentos, para transportar os animais e burlar a fiscalização. “Quem souber de algum crime ambiental é só fazer a denúncia pelo 0800-113560”, disse.

As comemorações incluíam muitos outros atrativos como as “barracas” da Noely e da Terezinha, que estavam expondo objetos como bolsas, fios para varais e canecas feitos com garrafas PET, ensinando que muitos materiais normalmente descartados como lixo podem ser reciclados e reaproveitados. Outras crianças preferiram assistir ao teatro de fantoches ou ouvir os contadores de histórias do SESC Santana.
Texto: Newton Miura Fotografia: Pedro Calado

 
 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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