(11/02/2009)
O manejo florestal na região amazônica
está vivendo um momento histórico
de mudança de paradigma. A Embrapa Amazônia
Oriental (Belém/PA) coordena um projeto inovador
– Rede de Biomassa Florestal – que vai gerar o novo
modelo a ser seguido nos próximos 30 anos
para se manejar floresta natural e plantada.
O coordenador da Rede de Biomassa
Florestal, pesquisador Silvio Brienza Júnior,
informa que o novo rumo para exploração
sistemática e recuperação de
áreas degradadas na Amazônia implica
a incorporação às atividades
florestais de dois pontos principais: manejo baseado
em grupos de espécies e reflorestamento.
"Fazer pesquisa e monitorar
manejo a partir de grupos de espécies incluindo
as que atingem diâmetros menores do que os
atualmente previstos em lei é decisivo para
otimizar o uso da floresta. E reflorestamento na
Amazônia não pode mais ser visto como
uma heresia no meio florestal, como era considerado
há 30 anos", explica o pesquisador.
Brienza ressalta que o trabalho
envolve também conceitos de inovação,
determinantes, segundo ele, para que as pesquisas
científicas aconteçam em sintonia
com as necessidades do usuário.
O projeto prevê também
a construção do Portal Florestal do
Estado do Pará. O espaço virtual reunirá
e disponibilizará na internet informações
que, além de comunicarem à sociedade
os resultados e atividades do projeto, poderão
servir de subsídio para empresários,
legisladores e formuladores de políticas
públicas.
SEMINÁRIO
Sílvio Brienza apresenta
em Belém, nesta quarta-feira, dia 11 (16h20min,
no Hangar Centro de Convenções e Feiras
da Amazônia), os vários projetos componentes
da Rede de Biomassa Florestal, da qual fazem parte
pesquisadores da Universidade Federal do Pará
e da Universidade Federal Rural da Amazônia,
além de representantes do setor privado e
de organizações governamentais e não-governamentais
ligadas ao setor florestal.
A apresentação do
pesquisador faz parte da programação
do seminário "Redes de pesquisa induzidas
pelo governo do Estado do Pará". O projeto
"Rede de `Pesquisa" do governo estadual,
orçado em R$ 10 milhões, contempla
cinco áreas consideradas prioritárias:
pesca e aqüicultura; tecnologia da informação
e comunicação; engenharia biológica;
energias renováveis; eficiência energética
e biomassa florestal.
Izabel Drulla Brandão
+ Mais
Dia de campo aborda o sistema
de integração lavoura-pecuária-floresta
na bacia do rio Xingu
(06/02/2009) Pesquisadores da
Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
e parceiros, unidades Meio Ambiente (Jaguariúna,
SP), Soja (Londrina, SP), Arroz e Feijão
(Santo Antônio de Goiás, GO) e Transferência
de Tecnologia (Rondonópolis, RO) organizam
dia de campo na Fazenda Certeza, em Querência,
MT, Bacia do Rio Xingu, no sábado (7) para
a apresentação do sistema de integração
lavoura-pecuária-floresta - ILPF e dos resultados
já alcançados desde sua implantação
naquela localidade há dois anos.
De acordo com o pesquisador da
Embrapa Meio Ambiente, Ladislau Skorupa, integrante
da equipe, “os sistemas de integração
lavoura-pecuária e integração
lavoura-pecuária-floresta possibilitam aos
produtores conciliarem a pecuária bovina
e a produção de grãos na mesma
área, conciliando também a atividade
florestal sustentável”.
“Essa integração
permite a intensificação do uso da
terra por meio de rotações ou cultivos
em sequência, ou mesmo associados, de grãos
com pastagens, garantindo a sustentabilidade da
produção”, diz o pesquisador.
Benefícios múltiplos
Segundo Skorupa, os benefícios
são múltiplos e ocorrem tanto para
a agricultura - aumento do teor de matéria
orgânica do solo, redução de
erosão, supressão de patógenos,
entre outros - quanto para a pecuária, com
a recuperação química e física
dos solos das pastagens e produção
de alimentos para a estação seca do
ano a custos reduzidos. “Estes sistemas preconizam
a rotação de culturas por meio do
sistema de plantio direto, utilizando boas práticas
agropecuárias e o manejo integrado de pragas,
que otimizam o uso de agroquímicos, quando
comparados aos sistemas de produção
tradicionais”, completa ele.
Do ponto de vista estratégico,
para a manutenção das florestas nativas,
a adoção dos sistemas propostos reduz
a pressão para a expansão da fronteira
agrícola, e novos desmatamentos, uma vez
que há uma intensificação do
uso do solo ao longo do ano, de forma vantajosa
e sustentável. Outros benefícios atribuídos
ao Sistema ILPF é a redução
do uso de agroquímicos e de melhorias nos
parâmetros físicos dos solos, aumentando
a capacidade de infiltração das águas
das chuvas e, com isso, o abastecimento dos lençóis
freáticos.
O Dia de Campo irá abordar
o funcionamento do sistema Integração
Lavoura-Pecuária-Floresta, desafios, controle
de invasoras, recomendações fitossanitárias,
indicadores físicos de sustentabilidade em
sistemas de lntegração, dinâmica
de nutrientes, bem como a recuperação
de Áreas de Preservação Permanente
(APP), sua importância e recomendações.
São 150 vagas gratuitas
e as inscrições podem ser feitas no
local.
São parceiros: Bunge, Plantagro
Ltda., Assessoria Agronômica, Dow AgroSciences,
Fazenda Certeza (proprietário Neuri Winck),
Grupo SinAgro, Semear Agrícola, Pioneer e
Unipasto.
Cristina Tordin