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INDÍGENAS DA AMAZÔNIA APRESENTAM MANIFESTO POR RESPEITO A GARANTIA DE DIREITOS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2009

19 de Fevereiro de 2009 - Amanda Mota - Repórter da Agência Brasil - Manaus - A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) apresentou nesta quinta-feira (19), em Manaus, um manifesto pedindo respeito e garantia aos direitos dos povos indígenas no país.

Casos polêmicos e conflituosos, envolvendo indígenas, como o da Reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, e as acusações – não confirmadas pela polícia – de canibalismo dos Kulina em Envira, no Amazonas, levaram os representantes da organização a pedir apoio e defesa do Ministério Público Federal diante do que consideram perseguições e violações de direitos.

O manifesto foi apresentado durante reunião da Coiab com lideranças indígenas dos nove estados que compõem a Amazônia, representando 180 povos indígenas.

Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador da Coiab, Jecinaldo Sarteré, informou que o documento será encaminhado às entidades de direitos humanos e deve também servir de base para futuras discussões com o governo federal previstas para esse ano. Sarteré explicou que a apresentação do manifesto também está de acordo com uma seqüência de atividades iniciadas este ano, durante o Fórum Social Mundial (FSM) no Pará, visando a promoção dos povos indígenas.

"Temos que levar cada vez mais informações à sociedade em geral sobre os diversos tipos de violência praticados atualmente contra os povos indígenas. Queremos legitimar essas denúncias que são provenientes das lideranças dos nove estados da Amazônia", declarou.

Segundo o documento, indígenas da Amazônia estão atualmente mais vulneráveis às violações de seus direitos e sendo colocados em posição de selvagens, canibais e empecilhos ao desenvolvimento nacional.

A criação de uma comissão mista, composta por representantes do governo, do Poderes Legislativo e Judiciário, e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, entre outras instâncias, é uma das principais propostas apresentadas no manifesto como alternativa para combater o que a entidade classifica como perseguição anti-indigenista.

Para Isaías Munduruku, é vereador no município de Jacareacanga (PA), o manifesto traz questões que precisam ser consideradas pelos governantes brasileiros. Ele considera que é preciso melhor aplicação dos recursos públicos para garantir o bem-estar não só dos povos indígenas, mas também de toda a população brasileira.

"Basta respeito e aplicação correta e justa dos recursos públicos para que as coisas comecem a melhorar. Desrespeito, preconceito e discriminação com certeza também são elementos que dificultam diretamente o desenvolvimento de qualquer população", disse.

Na opinião de Sabá Manchieri, morador da Terra Indígena Mamuadadi (AC), o preconceito é um dos principais problemas vivenciados pelos indígenas na atualidade.

"O preconceito gera antipatia e essa antipatia contribui para os conflitos. Trabalhamos para garantir a especificidade de nosso povo. Como povo, temos nossa cultura, nossa espiritualidade, nossa forma organizacional. Entendemos que a Amazônia e o Brasil são de todos nós e queremos apenas a boa convivência", finalizou.

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Incra reassenta não-índios de Raposa Serra do Sol

19 de Fevereiro de 2009 - Da Agência Brasil - Brasília - A Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Roraima reassentou, nesta quinta-feira (19), 17 famílias de não-índios remanescentes da terra indígena Raposa Serra do Sol, na região do Passarão, zona rural de Boa Vista. Eles receberam lotes medindo entre 290 e 450 hectares.

A ação de reassentamento das famílias não-indígenas vem sendo realizada desde 2006, depois que as a reserva foi demarcada com o objetivo de retirar os não-índios da área. Todas as famílias beneficiadas apresentaram requerimento ao Incra, solicitando o recebimento dos lotes.

Segundo o chefe da Divisão e Obtenção de Terras do Incra, o engenheiro-agrônomo Isaías Valeriano Leite, ainda restam 75 famílias, com processo tramitando no Incra, para serem assentadas. Isaías disse que 40 delas serão reassentadas até o final desete ano e as restantes só no primeiro semestre de 2010.

Até agora, o Incra atendeu com terras 105 famílias remanescentes da Raposa Serra do Sol. Segundo o órgão, o trabalho continua à medida que são identificadas áreas com potencial para reassentá-las.

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Demarcação de terras será tema central de assembléia indígena em Mato Grosso do Sul

26 de Fevereiro de 2009 - Vinicius Konchinski - Repórter da Agência Brasil - São Paulo - O processo de demarcação de reservas em Mato Grosso do Sul será o tema central da assembléia de lideranças indígenas aberta hoje (26), em Amambai (MS). No chamado aty guassu (grande reunião, em língua guarani), líderes de 45 comunidades do cone sul do estado vão debater, até sábado (28), o andamento dos estudos de identificação das áreas iniciados em julho e definir uma forma de cobrar da Fundação Nacional do Índio (Funai) uma solução ágil para o problema fundiário dos cerca de 40 mil índios que habitam a região.

“Vamos discutir sustentabilidade, a Conferência de Educação Escolar Indígena e ,principalmente, os problemas de terra”, disse o índio guarani-kaiowá Anastácio Peralta, membro da Comissão Nacional de Política Indigenista (Cnpi) e um dos participantes do aty guassu. “Há uma demora para conclusão da demarcação”, afirmou.

Em novembro de 2007, a Funai assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Procuradoria da República em Dourados (MS) comprometendo-se em resolver a questão das terras indígenas em Mato Grosso do Sul até o fim de 2010. Em julho do ano passado, grupos de pesquisadores começaram a estudar a região sul do estado para identificar as áreas que futuramente devem ser transformadas em reservas, mas, em setembro, os trabalhos foram paralisados.

A suspensão foi determinada pelo presidente da Funai, Marcio Meira, após reunião com o governador André Puccinelli. À época, Meira afirmou que a paralisação seria temporária e acabaria assim que a Funai publicasse uma instrução normativa detalhando os estudos para demarcação de terras indígenas. Até agora, a instrução não foi publicada.

De acordo com Peralta, deve sair do aty guassu um documento que será enviado à Funai pedindo a retomada dos estudos. É possível, também, que as lideranças deliberem para que um grupo de indígenas viaje a Brasília para cobrar rapidez nas ações do órgão.
Peralta ainda afirmou, em entrevista à Agência Brasil, que os protestos realizados por um grupo de indígenas contra a atual chefe do escritório regional da Funai em Dourados, Margarida Nicoletti, não devem ser discutidos na assembléia. Ele disse que encontros anteriores já definiram o apoio das lideranças à permanência de Nicoletti na chefia da Funai.

Os índios que participaram do protesto, no entanto, devem tentar retomar a discussão a saída de Nicoletti. Naor Ramos Machado, índio e vice-capitão da aldeia Jaguapiru, em Dourados (MS), afirmou hoje que a permanência de Nicoletti é inadmissível. De acordo com ele, ela não reconhece o papel dos capitães nas aldeias e direciona a assistência da Funai para “grupinhos”. A Funai, via assessoria de imprensa, informou que a saída de Nicoletti está descartada.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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