26 de
Fevereiro de 2009 A indústria eólica
e de painéis solares podem gerar juntas 8,4
milhões de empregos até 2030.
Brasília (DF), Brasil — PDE aposta em grandes
hidrelétricas e termelétricas fósseis,
deixando de lado energias renováveis e eficiência
energética.
O modelo energético brasileiro
continuará apostando todas suas fichas na
geração hídrica de grande porte,
a ser complemetada por termelétricas fósseis,
principalmente de carvão e óleo diesel.
O espaço dedicado às fontes renováveis
de energia e à aplicação de
medidas de conservação e eficiência
energética será mínimo. Esse
é o cenário energético para
o futuro do Brasil de acordo com o que foi apresentado
pelas autoridades do setor durante audiência
pública promovida pelo Ministério
Público Federal, em Brasília, no último
dia 18 de fevereiro. No evento foram apresentados
os dados do Plano Decenal de Expansão de
Energia 2008-2017 (PDE), elaborado pelo Ministério
de Minas e Energia.
A audiência pública
contou com a presença de autoridades e representantes
do Ministério do Meio Ambiente, Funai, sociedade
civil (entre eles Ricardo Baitelo, especialista
em energia renovável do Greenpeace) e Empresa
de Planejamento Energético (EPE), que foi
duramente criticada durante o encontro pela falta
de ambição do PDE em relação
à eficiência energética e pela
expansão da geração de energia
por meio de usinas termelétricas fósseis,
grandes emissoras de gases do efeito estufa.
O Plano Decenal de Expansão
de Energia do governo foi apresentado por Altino
Ventura Filho, secretário de Planejamento
e Desenvolvimento Energético do Ministério
de Minas e Energia, e Maurício Tolmasquim,
presidente da EPE.
Maurício Tolmasquim, presidente
da EPE, tentou defender as baixas emissões
da matriz energética nacional, mas os representantes
do Ministério Público e da academia
brasileira, como Célio Bermann (USP) e Carlos
Vainer (UFRJ), criticaram a falta de consideração
aos impactos socioambientais nos empreendimentos
planejados e a baixa confiabilidade dos dados utilizados.
Tolmasquim admitiu que há
espaço para o desenvolvimento da energia
eólica e de biomassa no país, bem
como para programas de eficiência energética,
mas afirmou que esses recursos não completam
a matriz brasileira sozinhos. Disse ainda que a
EPE está aberta ao diálogo com ONGs
para discutir melhores opções, mas
ressaltou que a questão do preço da
energia é de responsabilidade exclusiva do
governo federal.
"A audiência pública
foi positiva por abrir espaço para questionamentos
ao Plano Decenal de Expansão Energética
do governo", afirmou Baitelo. "Mas não
foram assumidos formalmente compromissos quanto
à concreta revisão do mesmo, muito
menos mudanças das premissas que o guiaram",
lamenta.
+ Mais
Desconstruindo o plano do governo
brasileiro para a geração de energia
18 de Fevereiro de 2009 O potencial
de países como o Brasil para a geração
de energia por meio de fazendas eólica é
gigantesco e o custo (financeiro e ambiental) bem
menor do que o de fontes sujas como a nuclear.
Brasília (DF), Brasil — Nossas críticas
serão apresentadas em audiência pública
do MPF e em seminário sobre conservação
e eficiência energética em Brasília.
O Greenpeace apresenta nesta quarta-feira
(18/2), em audiência pública do Ministério
Público Federal (MPF), em Brasília,
a sua crítica ao Plano Decenal de Expansão
de Energia 2008-2017 elaborado pelo Ministério
de Minas e Energia.
Na oportunidade, Ricardo Baitelo,
especialista em energias renováveis do Greenpeace,
divulga também os cenários que a organização
produziu sobre o potencial do país para energias
renováveis e programas de eficiência
energética.
Na quinta-feira (19/2), Baitelo
apresenta os mesmos estudos e a crítica durante
seminário Conservação e Eficiência
Energética: Prioridade para o Desenvolvimento?,
promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico
e Social (CDES) também em Brasília.
Estarão presentes ao evento os ministros
Edison Lobão (Minas e Energia) e José
Múcio Monteiro (Secretaria de Relações
Institucionais), além de Paulo Sérgio
Oliveira Passos (secretário-executivo do
Ministério dos Transportes), entre outros.
"O Plano Decenal de Expansão
mostra que o governo vai na contramão de
todas as propostas internacionais de redução
de gases de efeito estufa. Opta por sujar a matriz
elétrica com energias caras e sujas, como
o óleo combustível e a energia nuclear",
afirma Baitelo. "O governo ainda ignora o enorme
potencial nacional de novas energias renováveis
e da eficiencia energética. Se parte dele
fosse utilizado, nao precisariamos construir estas
termelétricas e aumentar as emissoes nacionais.
No lugar disso, precisamos de uma nova legislação
para garantir o crescimento das renováveis
no país e garantir que reduziremos nossas
emissões na próxima década."