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DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA EM TRÊS MESES EQUIVALE À METADE DO MUNCÍPIO DE SÃO PAULO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2009

3 de Março de 2009 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Entre novembro de 2008 e janeiro de 2009, a Amazônia perdeu 754 quilômetros quadrados de florestas, o equivalente à metade do município de São Paulo. E a devastação pode ter sido ainda maior, pois a alta cobertura de nuvens na região dificultou a visualização dos satélites. As informações fazem parte de relatório do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) e foram divulgadas hoje (3) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Na comparação com o mesmo trimestre (novembro-janeiro) do período anterior (2007/2008), quando o Inpe registrou 2.527 quilômetros quadrados de desmatamento, houve queda de 70,2%, como adiantou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. No entanto, esse período havia sido atípico, o que levou inclusive ao desencadeamento da Operação Arco de Fogo, da Polícia Federal e do Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Normalmente, os números do Deter são divulgados mensalmente, mas, por causa do chamado “inverno amazônico", o Inpe preferiu reunir os dados em uma base trimestral “para assegurar melhor amostragem e melhor representatividade espacial das análises”, de acordo com o relatório do instituto. Em novembro de 2008, o Deter registrou 355 quilômetros quadrados de desmatamento; em dezembro, 177 quilômetros quadrados; e em janeiro, 222 quilômetros quadrados.

No acumulado do trimestre, Pará manteve a liderança entre os estados desmatadores, com 318,7 quilômetros quadrados de floresta derrubados (42% do total registrado). Mato Grosso aparece em seguida, com 272 quilômetros quadrados (36%), seguido pelo Maranhão, onde 88,4 quilômetros quadrados foram desmatados (11%). Rondônia, que sempre aparece entre os estados que mais desmatam, derrubou 58,12 quilômetros quadrados de floresta, 7% do total verificado no período.

De acordo com o Inpe, em Mato Grosso e no Pará a cobertura de nuvens no período foi menor, o que possibilitou monitoramento mais qualificado do que em outros estados. A cobertura de nuvens na região chegou a impedir a visualização de 86% da Amazônia Legal no período. “Alguns estados como Acre, Amazonas, Amapá e Roraima praticamente não foram monitorados devido à alta proporção de cobertura de nuvens no período. Dessa forma, os resultados obtidos nessa avaliação são mais representativos para os estados de Mato Grosso e Pará”, aponta o relatório.

O Deter mapeia corte raso (derrubada total) e áreas em processo de desmatamento, a chamada degradação progressiva. O sistema serve de alerta para as ações de fiscalização e controle dos órgãos ambientais.

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Força Nacional terá grupo para combater crimes ambientais

2 de Março de 2009 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Cinquenta homens da Força Nacional de Segurança (FSN) começaram hoje (2) o treinamento especial para atuação específica na repressão a crimes ambientais. A chamada Guarda Nacional Ambiental deve contar com mais 350 homens até o fim do ano. O anúncio foi feito hoje (2) pelos ministros da Justiça, Tarso Genro, e do Meio Ambiente, Carlos Minc, que assinaram portaria que cria o Comitê Interministerial de Combate aos Crimes Ambientais.

Além do contingente policial específico, a atuação da Força Nacional de Segurança em ações ambientais também foi modificada. A partir de agora, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Polícia Federal poderão convocar o auxílio da FNS em ações de combate a crimes ambientais. Atualmente, a participação da FNS depende de pedido dos governadores dos estados.

“Houve casos em que nós queríamos convocar a Força Nacional e não podíamos fazê-lo”, lembrou Minc ao citar o incêndio da sede do Ibama em Paragominas (PA) no fim de 2008, promovido por madeireiros da região.

O secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, não acredita que a mudança na convocação possa gerar conflitos com as forças policiais dos estados. “Sempre que a Polícia Federal requisitar o apoio vai fazê-lo no contexto das suas atribuições, para isso não necessitamos licença dos governos estaduais. Quando a PF está atuando dentro do seu âmbito legal de atuação, tem todo o direito de requisitar o apoio da Força [FSN]”, disse.

Minc comparou a parceria entre o Meio Ambiente e a Justiça no combate aos crimes ambientais a um “Copom [Comitê de Política Monetária] do desmatamento”, em referência ao comitê do Banco Central que define a política monetária. “Antes havia integração, mas não havia formalização. Estamos trazendo as questões de meio ambiente para o núcleo de decisões do governo, antes eram questões secundárias”, afirmou.

Na avaliação do ministro, os criminosos ambientais ainda precisam “sentir a mão pesada” da Justiça, do Ibama e da Polícia Federal. “Os mesmos que assassinaram Chico Mendes continuam com a arma da impunidade ambiental”, disse.

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MMA lança livro sobre Pagamento por Serviços Ambientais

3 de Março de 2009 - Lisiane Wandscheer - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O Ministério do Meio Ambiente (MMA) lançou hoje (3) o livro Pagamentos por serviços ambientais - Perspectivas para a Amazônia Legal.

O material, publicado em parceria com a Agência de Cooperação Técnica Alemã (GTZ), apresenta um estudo com informações técnicas e conceituais sobre formas alternativas de recuperação ambiental de áreas públicas e privadas por meio do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).

De acordo com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o objetivo do PSA é remunerar o produtor ou o proprietário para que recupere o solo, a floresta, a margem do rio ou a qualidade da água.

“Queremos inverter a visão de que cortar e vender dá dinheiro para a visão de que conservar dá dinheiro”, destaca Minc.

A experiência já é realizada no Rio de Janeiro, onde 200 agricultores são pagos para recuperar as matas ciliares do Rio Guandu, que abastece nove milhões de fluminenses.

Outro exemplo citado pelo ministro é o realizado pela Agência Nacional de Águas (ANA) que utiliza a taxação de recursos hídricos, chamada de “produtores de água”, para pagar os agricultores que replantam matas ciliares para combater o assoreamento dos rios e melhorar a qualidade da água.

Segundo Minc, os recursos para os projetos de PSA serão oriundos de diversas fontes, como o Fundo Amazônia e o Fundo de Recursos Hídricos.

O ministro lembrou que a ampliação do PSA depende da votação da Lei de Pagamento de Serviços Ambientais que tramita no Congresso Nacional. Minc também também citou como possível fonte de financiamento para as iniciativas de PSA o Fundo Clima, cuja lei de criação ainda precisa ser votada pelos parlamentares. Segundo ele, quando aprovado o Fundo pode gerar R$ 900 milhões por ano e os recursos serem utilizados para que agricultores do Nordeste combatam a desertificação.

Para utilizar o PSA é necessário haver um programa regional de recuperação de área degradada, ter o apoio técnico com orientações do como ela será recuperada, definindo, por exemplo, espécies a serem cultivadas para reconstituir o local. Os agricultores recebem o pagamento pela quantidade de terra e água recuperada ou floresta replantada.

“O importante é que o Brasil amadureceu, nós nos convencemos que não se combate a degradação, a perda da biodiversidade e as espécies ameaçadas de extinção só com o Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] e a Polícia Federal. É preciso incorporar a população e pagar por isso. Assim as pessoas poderão sobreviver recuperando o que foi desmatado e destruído durante tantos anos”, destaca Minc.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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