Desmatamento
- 04/03/2009 - Nos últimos meses foram registrados
754 km² de desmatamentos por corte raso ou
degradação progressiva na Amazônia
Legal (em novembro, dezembro e janeiro, respectivamente,
foram registrados 355 km², 177 km² e 222
km²). Os dados foram obtidos pelo sistema Detecção
do Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT).
Entre novembro e abril, meses
em que a intensidade de nuvens na região
amazônica prejudica a observação
por satélites, o Inpe publica os dados apurados
pelo Deter a cada trimestre. Os números referentes
aos meses de fevereiro a abril serão divulgados
até o final de maio.
Em dezembro, as nuvens chegaram
a cobrir 86% da região. Em novembro, 63%
da Amazônia Legal esteve encoberta e em janeiro,
76%. No trimestre, o estado com mais áreas
desmatadas foi o Pará, onde foram registrados
319 km² do total de 753 km². No Mato Grosso,
nos três meses, o desmate atingiu 272 km².
Os mapas que indicam as áreas
com nuvens, gráficos e tabelas com os números
do desmatamento registrados pelo sistema em cada
estado e em cada mês estão disponíveis
no site do Deter: www.obt.inpe.br/deter.
Em função da cobertura
de nuvens variável de um mês para outro
e, também, da resolução dos
satélites, os dados do Deter não representam
uma avaliação fiel do desmatamento
mensal da Amazônia. A informação
sobre áreas serve para indicar prioridades
aos órgãos responsáveis pela
fiscalização. O Inpe alerta que o
Deter mostra apenas tendências do desmatamento.
O desmatamento não é
um evento, mas um processo. A conversão de
floresta primária até o estágio
de corte raso pode levar de alguns meses até
vários anos para ser concluída. Os
dados do Deter podem incluir áreas cortadas
em períodos anteriores ao do mês de
mapeamento ou em processo de desmatamento progressivo,
mas cuja detecção não havia
sido antes possível por limitações
de cobertura de nuvens.
Também é preciso
distinguir entre o tempo de ocorrência e a
oportunidade de detecção do desmatamento,
que é quando a fração de exposição
de solo permite a sua interpretação
e mapeamento.
Como sistema de alerta, o Deter
mapeia tanto áreas de corte raso, quando
os satélites detectam a completa retirada
da floresta nativa, quanto áreas em processo
de desmatamento por degradação florestal.
Os dados são organizados por município,
estado, base operativa do Instituto Nacional do
Meio Ambientes e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) e unidades de conservação,
para facilitar e agilizar as operações
de fiscalização.
Avaliação
O Inpe tem realizado uma qualificação
amostral dos dados do Deter desde maio de 2008.
Esta análise é feita mensalmente no
período seco – de maio a outubro, e em virtude
da baixa capacidade de observação
no período chuvoso, que vai de novembro a
abril, os dados do desmatamento são avaliados
em base trimestral.
Assim, a avaliação
do trimestre novembro 2008 a janeiro 2009, apresentou
que 58% dos alertas foram confirmados como desmatamento
tipo corte raso, 37% como degradação
progressiva e 5% não apresentaram indícios
de desmatamento.
Em operação desde
2004, o Deter detecta apenas polígonos de
desmatamento com área maior que 25 hectares
por conta da resolução dos sensores
espaciais (o Deter utiliza dados do sensor Modis
do satélite Terra e do sensor WFI do satélite
sino-brasileiro Cbers, com resolução
espacial de 250 metros). Devido à cobertura
de nuvens, nem todos os desmatamentos maiores que
25 hectares são identificados pelo sistema.
Contudo, a menor resolução
dos sensores usados pelo Deter é compensada
pela capacidade de observação diária,
que torna o sistema uma ferramenta ideal para informar
rapidamente aos órgãos de fiscalização
sobre novos desmatamentos. Todos os dados do Deter
são públicos e podem ser consultados
no site www.obt.inpe.br/deter.
Assessoria de Imprensa do Inpe
+ Mais
INT transforma bagaço e
palha da cana-de-açúcar em álcool
Ciclo de Conferências -
05/03/2009 - A produção do álcool
combustível (etanol) pode ser ampliada e
barateada com a utilização da biomassa
residual da cana, o bagaço e a palha. Essa
possibilidade – também válida para
outros resíduos agro-industriais – está
em estudo por pesquisadores do Instituto Nacional
de Tecnologia (INT/MCT). Eles já desenvolveram,
em escala piloto, a tecnologia de pré-tratamento
dessa matéria-prima para a produção
de bioetanol por meio de hidrólise enzimática.
O processo consiste na transformação
da celulose presente na biomassa em açúcares
usados na fermentação alcoólica,
por intermédio da ação de enzimas
(celulases).
Os detalhes do processo serão
apresentados no evento Terças Tecnológicas,
no dia 17, às 14h30, no auditório
do INT. O tema será desenvolvido pela doutora
em bioquímica Viridiana Ferreira-Leitão,
tecnologista da Divisão de Catálise
do INT na palestra Avaliação do desenvolvimento
científico e tecnológico do etanol
combustível.
No evento, Viridiana, que também
é a responsável pela pesquisa, traça
um panorama geral avaliando cada uma das tecnologias
hoje utilizadas para produção do álcool
combustível. Ela explicará o trabalho
específico do seu grupo de pesquisa neste
tema.
Viabilizar a produção
do álcool de segunda geração,
o bioetanol, vem sendo uma corrida empreendida por
vários grupos no mundo. No Brasil, o INT
integra uma Rede de Pesquisas em Biotanol, financiada
pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT),
que articula as pesquisas de desenvolvimento tecnológico
no tema.
Um dos pontos que reforçam
a importância e a viabilidade do incremento
tecnológico que será mostrado é
a vantagem logística brasileira de poder
aproveitar a biomassa residual na mesma usina que
produz o produto principal – no caso o açúcar
e o álcool de primeira geração
– dispensando o alto custo de transporte para processamento
em outro local. A produção de uma
tonelada de açúcar gera duas toneladas
de bagaço de cana: números que mostram
o potencial de aproveitamento deste resíduo
para geração de energia.
O ciclo Terças Tecnológicas é
voltado para estudantes de graduação
e pós-graduação, apresentando
projetos como este, desenvolvidos pelo INT. Seu
objetivo é estimular o debate e a interação
entre tecnologistas e o público universitário,
e divulgar tecnologias inovadoras para a sociedade.
Assessoria de Imprensa do INT