3 de Março
de 2009 - Da Agência Brasil - Brasília
- Como alternativa para enfrentar o aumento de preço
dos fertilizantes, a Embrapa Cerrados divulga na
próxima quinta-feira (5), em Planaltina (DF)
,os resultados da pesquisa Manejo e Fertilidade
do Solo e Uso de Plantas de Cobertura em Sistemas
Agrícolas.
O estudo constatou a eficiência
de métodos agrícolas de baixo custo
para aumentar o índice de fertilidade do
solo, a produtividade e a lucratividade no setor
agrícola.
Durante o chamado Dia de Campo,
serão apresentadas cinco diferentes tecnologias
de plantio e abordados a importância do sistema
de plantio direto, o uso racional de fertilizantes
e a coleção de plantas de cobertura.
“São tecnologias que temos
disponíveis para manter o nosso solo com
produtividade adequada e poder então superar
com mais facilidade o problema do alto custo dos
insumos”, afirma o pesquisador da Embrapa Cerrados,
Djalma Martinhão, um dos autores da pesquisa.
A produção de soja
e de milho foram os principais tipos de cultivo
utilizados como experimento nos estudos, já
que correspondem a maior parte da produção
de grãos no cerrado, mas, segundo Martinhão,
os resultados da pesquisa valem para todas as variedades
de cultivo.
A correção da acidez
do solo está entre as tecnologias criadas
para o aumento da fertilidade. Os pesquisadores
da Embrapa utilizaram, junto com o adubo, calcário
e gesso, no plantio de soja e milho.
Segundo Martinhão, enquanto
com os métodos convencionais se produz, em
média, trinta sacos de soja por hectare,
com a aplicação do calcário,
a produtividade vai a 55 sacos.
Os ganhos são ainda maiores
se a técnica for ultilizada no cultivo de
milho: o número de sacas obtidas por hectare
passa de 70 para 165 quando a plantação
é feita a base de calcário.
“Numa avaliação
econômica feita em um período de oito
cultivos sucessivos, utilizando calcário
nessa rotação soja /milho concluímos
que o produtor cada vai ganhar R$ 5,4 no valor final
da produtividade para cada R$ 1 investido em calcário”,
revela o pesquisador.
O estudo também indica
que, com o uso do gesso, o aumento na produtividade
do milho pode chegar a até 50% em relação
ao cultivo convencional. No caso da cultura de soja,
a variação positiva fica em torno
de 30%.
“Isso dá uma relação
custo/benefício espetacular”, considera Martinhão.
Outro destaque da pesquisa é
em relação aos benefícios das
plantas de cobertura, ou seja, plantas que impedem
o desgaste do solo, melhorando a eficiência
da reciclagem de nutrientes.
“É importante trabalhar
com uma planta que melhore o solo biologicamente.
Na divulgação dos resultados, vamos
apresentar as diferentes plantas de cobertura que
estamos estudando e o objetivo de cada uma delas
para a fertilização do solo”, disse.
O pesquisador aponta as plantas
mucuna e mineto, entre as consideradas fundamentais
no estudo desenvolvido pela Embrapa.
“Em um período de oito
anos de rotação soja/milho, eu ampliei
a produção em 18% quando usei mucuna,
comparada a área que não usei a planta.
O estudo revela também a importância
do uso da planta mineto. Ela aumenta muito a reciclagem
de nutrientes”, relatou.
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Imazon aponta redução
do desmatamento na Amazônia em janeiro
5 de Março de 2009 - Luana
Lourenço - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - A organização
não-governamental Instituto do Homem e Meio
Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou hoje
(5) novos dados sobre o desmatamento na Amazônia.
De acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento
(SAD), levantamento paralelo ao feito pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em janeiro
de 2009, a Amazônia perdeu 51 quilômetros
quadrados de cobertura vegetal, redução
de 38% em relação a janeiro de 2008.
Levantamento do Inpe divulgado
na última terça-feira apontou 222
quilômetros quadrados de desmate no mesmo
período. No entanto, o Inpe preferiu divulgar
dados trimestrais (novembro a janeiro), que somaram
754 quilômetros quadrados, resultado 70% menor
que no mesmo período do ano anterior. Outra
diferença entre os dois levantamentos é
que os dados do Imazon não incluem o Maranhão
na contagem.
De acordo com a ONG, a maioria
dos novos desmatamentos em janeiro ocorreu em Mato
Grosso, 73 quilômetros quadrados (85% do total),
seguido pelo Pará, com quatro quilômetros
quadrados (7%) e Tocantins, com três quilômetros
quadrados (5%). No entanto, a cobertura de nuvens
pode ter influenciado o resultado da medição
dos satélites. Enquanto em Mato Grosso foi
possível visualizar 72% do território,
a média de visibilidade de toda a região
no período foi de apenas 33%.
“A cobertura de nuvens pode ter
subestimado os dados de desmatamento ocorrido em
janeiro. A região não-mapeada corresponde
a mais de dois terços do território
da maioria dos estados do Acre, Amazonas, Amapá,
Pará, Rondônia e Roraima”, aponta o
levantamento.
A maioria dos desmatamentos no
período (79%) ocorreu em áreas privadas,
segundo a ONG. Oito por cento das derrubadas foram
registradas em assentamentos da reforma agrária,
7% em terras indígenas e 5% em unidades de
conservação.
O relatório do Imazon também
comparou o desmate acumulado nos seis primeiros
meses do calendário do desmatamento (agosto
a janeiro) com o mesmo período do ano anterior.
Entre agosto de 2008 e janeiro de 2009, a ONG verificou
687 quilômetros quadrados de desmatamento,
redução de 80% em relação
ao período anterior (2007/2008), quando os
satélites registraram 3.515 quilômetros
quadrados de devastação.
Em análise também
divulgada hoje, o Imazon afirma que as políticas
adotadas pelo governo para combater o desmatamento
estão sendo efetivas na preservação
da Amazônia. A ONG cita a apreensão
e o leilão dos chamados “bois piratas”, as
operações de fiscalização
e a restrição de crédito agrícola
às propriedades irregulares como medidas
que já demostraram efeitos positivos.