(04/03/2009)
Alunos e professores do Centro de Ensino Fundamental
do Núcleo Rural Pipiripau, em Planaltina
– DF, terão oportunidade de discutir, no
próximo sábado (07), como o manejo
correto de plantas nativas do Cerrado pode ajudar
na recuperação de áreas degradadas.
O Dia de Campo, evento coordenado
pela equipe do projeto de educação
ambiental e recuperação de áreas
degradadas, conduzido pela Embrapa Cerrados – Unidade
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), terá início às 8h
com palestras educativas seguidas de demonstrações
práticas.
Os participantes irão aprender
sobre o aproveitamento de matéria orgânica
para fabricação de adubo, manejo e
produção de mudas de espécies
nativas do Cerrado. A equipe da Embrapa Cerrados
irá apresentar também o aproveitamento
alimentar de frutas nativas do Cerrado.
Há duas semanas, os técnicos
da Unidade da Embrapa montaram no Núcleo
Rural Pipiripau a primeira unidade demonstrativa
de recuperação de áreas degradadas
com a participação dos pequenos produtores
locais.
A atividade do projeto de educação
ambiental, coordenado pela analista Evie Sousa,
consiste no plantio de espécies nativas em
área de 5 hectares, “visando a recuperação
da parte degradada e proteção do remanescente
de campos de murundum”, destaca o agrônomo
José Orlando Madalena, responsável
pela atividade.
O projeto contribui com a preservação
do córrego Pipiripau, responsável
pelo abastecimento de 70% do consumo de água
de Sobradinho - DF e Planaltina - DF. “O trabalho
também visa solucionar conflitos de uso da
água, que já ocorrem no local”, comenta
Madalena. Ainda neste ano, haverá demarcação
e abertura de covas para montagem de mais três
unidades demonstrativas.
O Dia de Campo do próximo
sábado também é aberto à
comunidade do Núcleo Rural Pipiripau. Os
organizadores esperam atrair oitenta participantes
para o evento.
+ Mais
Especialistas discutem diretrizes
para a Agroecologia
(02/03/2009) Ações
do documento Especialistas da área de Agroecologia
se reúnem nos dias 4 e 5 de março
na Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju – SE) para
estabelecer diretrizes para a elaboração
de um termo de referência em sistematização
de experiências e conhecimentos.
“Ao longo dos anos, diversas instituições
e produtores rurais têm trabalhado com a Agroecologia,
mas há pouca sistematização.Esse
termo funcionará como um manual que irá
nortear as pesquisas nesta área”, explica
o pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros e
vice-presidente da Associação Brasileira
de Agroecologia (ABA)/Região Nordeste, Amaury
da Silva dos Santos
A reunião contará
com a presença do vice-presidente da ABA/Brasil
e coordenador da Articulação Nacional
de Agroecologia (ANA), Paulo Petersen; a secretária
da ABA e técnica do Departamento de Assistência
Técnica e Extensão Rural do Ministério
de Desenvolvimento Agrário, Maria Virgínia
Aguiar; a representante da Assessoria e Serviços
a Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA/Paraíba),
Adriana Galvão; e do vice-presidente da ABA/Região
Sul e agrônomo da Emater/RS Gervásio
Paulus.
Ainda participam da reunião
pesquisadores e técnicos da Embrapa Tabuleiros
Costeiros e da Embrapa Transferência Tecnologia
– Unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,
vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento - que na terça-feira( 3),
também estarão planejando as ações
para 2009 do projeto componente “Gestão dos
Conhecimentos e Sistematização de
Métodos e Experiências Agroecológicas,
que é integrante do macroprograma 1 da Embrapa
“Transição Agroecológica –
Construção Participativa do Conhecimento
para a Sustentabilidade.
Este projeto pretende sistematizar
e disponibilizar o conhecimento agroecológico
que está disperso nos centros de pesquisa
nas universidades e com os produtores rurais.
Termo de referência
De acordo com o pesquisador Amaury
Santos, o termo de referência deve ficar pronto
ainda em 2009, já que ele dará suporte
ao Seminário de Construção
do Conhecimento Agroecológico, que ocorrerá
paralelo ao VI Congresso Brasileiro de Agroecologia
e II Congresso Latino Americano de Agroecologia
(www.agroecologia2009.org.br/).
Antes do seminário nacional,
serão realizados seminários regionais,
nos quais serão debatidos e sistematizados
experiências de promoção da
transição agroecológica por
meio da interação de pesquisadores,
extensionistas e agricultores.
A Agroecologia é uma ciência
em construção e já recebeu
diversas denominações ao longo dos
anos. Ela engloba uma agricultura que segue princípios
ecológicos básicos ao mesmo tempo
em que sejam produtivos, economicamente viáveis,
preservem o meio ambiente e sejam socialmente justos.
A adoção de sistemas
agroecológicos não é uniforme
no Brasil e varia de acordo com as características
de cada região. No Nordeste, por exemplo,
a agroecologia encontra as condições
ideais para se estabelecer de forma massiva, uma
vez que conta com uma rede de organizações
da sociedade civil fortemente engajadas, como é
o caso da Articulação do Semi Árido
(ASA) e da ANA, além de universidades e centros
de pesquisa que já contam com pessoas envolvidas
nesta perspectiva. Amaury Santos informa, ainda,
que os agricultores familiares dessa região
adotam os princípios agroecológicos
desde os seus antepassados, não utilizando
insumos externos como fertilizantes químicos
e agrotóxicos, reduzindo assim os custos
de produção.
Gislene Alencar