Panorama
 
 
 

ONG E GOVERNO DO PARÁ FAZEM PARCERIA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2009

Para fortalecer o sistema estadual de unidades de conservação (UCs) do Pará, o WWF-Brasil e o governo do estado assinaram um termo de cooperação técnica, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA). A cooperação entre SEMA e WWF-Brasil inclui apoio aos processos de criação de UCs estaduais, às atividades de implementação, gestão e avaliação dessas unidades e à gestão integrada de ecossistemas no estado. O termo de cooperação, assinado em fevereiro, tem vigência de cinco anos.

As unidades de conservação cobrem cerca de 33% da área total do Pará. As UCs federais, como parques nacionais, reservas biológicas, reservas extrativistas e florestais nacionais, correspondem a aproximadamente 16% do território estadual. Já as unidades de conservação estaduais, objeto do termo de parceria , cobrem cerca de 17% da área total do estado e somam 21.135.431 ha. São 19 unidades de conservação, sendo cinco de proteção integral, como parques estaduais e estações ecológicas, e 14 de uso sustentável, como áreas de proteção ambiental, reservas de desenvolvimento sustentável e florestas estaduais.

De acordo com o termo de cooperação, o WWF-Brasil, sob orientação da SEMA, oferece ao governo do Pará recursos humanos, tecnológicos e materiais para as ações de fortalecimento do sistema estadual de UCs, com base na experiência institucional de aprimoramento da gestão de UCs, adquirida ao longo dos anos de trabalho na Amazônia. As ações visam à construção de instrumentos de aprimoramento da implementação das unidades estaduais. Em contrapartida, a SEMA oferece apoio logístico e encaminhamento às ações, a partir das informações técnicas geradas nos trabalhos de campo.

+ Mais

Gradual lança fundo de investimentos que reverterá recursos para a conservação da natureza

O WWF-Brasil e a Gradual Investimentos fizeram parceria corporativa e criaram o Fundo Gradual Amazônia Viva FI Renda Fixa, que tem como meta garantir recursos para projetos que visam a promover a conservação da natureza e o uso sustentável dos recursos naturais. O fundo será lançado na próxima quinta-feira, dia 5 de março, a partir das 19h, no Hotel Da Vinci em Manaus.

Ao adquirir uma cota do Gradual Amazônia Viva, além de garantir retornos compatíveis aos seus objetivos pessoais, o investidor colabora para conservar o meio ambiente e garantir qualidade de vida para a presente e as futuras gerações. Qualquer pessoa, física ou jurídica, pode investir. Até mesmo estrangeiros podem participar.

Os primeiros recursos doados serão destinados à compra de equipamentos para unidades de conservação (UCs) na Amazônia.

"Para o WWF-Brasil, as unidades de conservação, ou áreas protegidas, têm se mostrado um instrumento de sucesso para a promoção do desenvolvimento sustentável nas regiões onde são implementadas e funcionam como importante barreira à expansão do desmatamento e degradação ambiental, impulsionada pela expansão da pecuária e pela grilagem, especialmente na Amazônia. Contribuir com implementação de UCs significa fortalecer esses bons resultados", declarou Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil.

Financeiramente, o Fundo Amazônia Viva tem como objetivo alcançar retorno próximo aos Certificados de Depósito Interbancário (CDI) no longo prazo, por meio de uma gestão ativa de investimentos em renda fixa, basicamente através de títulos do governo. O fundo não permite alavancagem e nem operações com Renda Variável. Além disso, não tem taxa de performance e a taxa de administração é de 1,20% ao ano. A aplicação inicial, movimentação mínima e saldo mínimo são de R$ 1.000,00.

+ Mais

A ilusão dos números

04 Mar 2009 - Por André Tavares e Karen Suassuna* - Modelagens e números servem a diversos propósitos em nossa sociedade. Seu uso correto permite preparar-nos para o futuro, revela conclusões surpreendentes sobre o mundo ao nosso redor e é essencial para o progresso técnico da sociedade.

No entanto, quando mal usado, um número pode ser corrompido para expressar idéias que a ele não compete por ser completamente livre de qualquer ideologia. É como diz aquele velho ditado: “torture os números e eles te dirão o que você quer”. Um bom exemplo disso é o famoso Produto Interno Bruto (PIB) per capita. O PIB é a soma de todas as riquezas produzidas no país e não inclui considerações de distribuição de renda ou demográfica ou mesmo outros fatores de bem-estar social ou ambiental. Em um país onde a distribuição de renda é o seu calcanhar de Aquiles, usar PIB per capita para medir riqueza é um instrumento que acaba não refletindo a realidade.

No debate sobre o setor elétrico, ocorre semelhante distorção, já que é frequente o uso inadequado de duas variáveis como argumentos para justificar diversas políticas de planejamento e expansão do setor elétrico brasileiro. A primeira é o consumo de kWh por habitante como única variável capaz de medir o bem-estar advindo do consumo de energia elétrica. Esta medida não considera eventuais desperdícios, que acabam aumentando os custos para os consumidores e ainda geram impactos socioambientais desnecessários. Isso sem nem falar nas questões distribuição, onde o desperdício também é grande.

O próprio Plano Nacional de Mudanças Climáticas destaca que o potencial atual de conservação no país está na faixa de 32 TWh, ou seja, quase 8% do consumo per capita de energia elétrica no país. Otimizar o consumo não significa redução do bem-estar. Muito pelo contrário, pode contribuir enormemente para este fim ao reduzir custos. Nada ilustra melhor o potencial de redução de consumo de energia que a lâmpada fluorescente que consome até 9 vezes menos energia que lâmpadas convencionais, dura dez vezes mais e oferece o mesmo bem-estar.

Além disso, comparar este dado entre diferentes países do mundo mascara as diferentes realidades de consumo entre os países, realidade moldada por variáveis tão heterogêneas quanto clima – por viver nos trópicos, precisamos de mais eletricidade para refrigeração, por exemplo – ou arquitetura.

Energias alternativas
Outra deturpação ocorre com os custos mais elevados de formas alternativas de energia também conhecidas como energias renováveis não-convencionais. O dado bruto de custos por MWh compara diversas formas de geração de energia e mostra que energia eólica, por exemplo, pode ser mais cara que outras formas de energias convencionais como hidrelétricas convencionais. Entretanto, o preço final da eletricidade gerada está diretamente relacionado a diversas considerações políticas, financeiras e tributárias.

Ora, se fossem tomadas medidas adequadas como estabelecimento de uma política industrial efetiva, isenções fiscais ou regras de amortização diferenciadas para a energia eólica, o preço da energia poderia cair consideravelmente sem a necessidade de novos avanços tecnológicos. Além disso, o fato de o Brasil operar hoje com um sistema de rateio por todo o sistema elétrico do custo da transmissão de energia entre os centros geradores e os centros consumidores, faz com que os dados de custo por MWh mascarem o fato de que energias produzidas em lugares mais distantes, como por exemplo na Amazônia, são de fato mais caras do que aquelas produzidas em lugares mais próximos.

Complementariedade
A questão fundamental posta na mesa não é o embate entre hidrelétricas e termelétricas, mas sim a complementariedade entre as duas fontes.

No período do ano de menos chuvas ou durante picos de consumo de energia, são necessárias outras fontes para suprir as necessidades de consumo de eletricidade. Em outras palavras, a energia hídrica produzida pelo país não é suficiente para satisfazer a demanda o tempo todo. São necessárias outras fontes que a complementam.

A visão do WWF-Brasil
O WWF-Brasil defende o uso de biomassa e de energia eólica, não por ser um substituto à energia hídrica, mas sim por ser uma alternativa ambientalmente mais correta e de farta disponibilidade em comparação às fontes térmicas convencionais movidas a óleo combustível, carvão ou gás. Além disso, podem vir a ser igualmente competitivas, visto o leque de opções de apoio financeiro disponível ao estado.

Em setembro de 2006, o WWF-Brasil deu importante contribuição para o setor ao lançar o estudo Agenda Elétrica Sustentável 2020, documento realizado por pesquisadores da Universidade de Campinas, que resume as principais colocações da instituição sobre o tema mais amplo de planejamento do setor elétrico.

No ano de sua publicação, o estudo apontava uma possibilidade de baixar a demanda esperada de energia em 38% até 2020, bem como gerar 8 milhões de novos postos de trabalho e manter um patamar de 20% de energias renováveis não-convencionais na matriz elétrica brasileira.

Não cabe aqui ressaltar todas as vantagens do estudo. Basta dizer que o país possui um enorme potencial para produção de energias alternativas em curto, médio e longo prazo, e este ainda não está sendo plenamente utilizado. Medidas específicas para as diversas energias renováveis não-convencionais devem ser implementadas pelo governo com vista a transformá-las de alternativas a convencionais.

Entre essas medidas, estão leilões específicos para diferentes tipos de energia elétrica como de biomassa ou energia eólica, algo que já está sendo feito pelo governo. Mas, o esforço precisa ser ainda maior, sobretudo considerando as necessidades urgentes em reduzir as emissões de gases de efeito estufa da humanidade.

Em suma, em muito aumentaria o bem-estar dos brasileiros se esta guerra de números se transformasse no que realmente deveria ser o foco das discussões: um debate de funções.
André Taveres e Karen Suassuna são analistas em Mudanças Climáticas do WWF-Brasil

 
 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

Universo Ambiental  
 
 
 
 
     
SEJA UM PATROCINADOR
CORPORATIVO
A Agência Ambiental Pick-upau busca parcerias corporativas para ampliar sua rede de atuação e intensificar suas propostas de desenvolvimento sustentável e atividades que promovam a conservação e a preservação dos recursos naturais do planeta.

 
 
 
 
Doe Agora
Destaques
Biblioteca
     
Doar para a Agência Ambiental Pick-upau é uma forma de somar esforços para viabilizar esses projetos de conservação da natureza. A Agência Ambiental Pick-upau é uma organização sem fins lucrativos, que depende de contribuições de pessoas físicas e jurídicas.
Conheça um pouco mais sobre a história da Agência Ambiental Pick-upau por meio da cronologia de matérias e artigos.
O Projeto Outono tem como objetivo promover a educação, a manutenção e a preservação ambiental através da leitura e do conhecimento. Conheça a Biblioteca da Agência Ambiental Pick-upau e saiba como doar.
             
       
 
 
 
 
     
TORNE-SE UM VOLUNTÁRIO
DOE SEU TEMPO
Para doar algumas horas em prol da preservação da natureza, você não precisa, necessariamente, ser um especialista, basta ser solidário e desejar colaborar com a Agência Ambiental Pick-upau e suas atividades.

 
 
 
 
Compromissos
Fale Conosco
Pesquise
     
Conheça o Programa de Compliance e a Governança Institucional da Agência Ambiental Pick-upau sobre políticas de combate à corrupção, igualdade de gênero e racial, direito das mulheres e combate ao assédio no trabalho.
Entre em contato com a Agência Ambiental Pick-upau. Tire suas dúvidas e saiba como você pode apoiar nosso trabalho.
O Portal Pick-upau disponibiliza um banco de informações ambientais com mais de 35 mil páginas de conteúdo online gratuito.
             
       
 
 
 
 
 
Ajude a Organização na conservação ambiental.