11 de
Março de 2009 A indústria eólica
e de painéis solares podem gerar juntas 8,4
milhões de empregos até 2030.
Copenhagen, Dinamarca — Elas podem
garantir proteção climática,
reduzindo emissões de CO2, e estímulo
econômico, criando renda e empregos.
Cientistas reunidos esta semana
no Congresso Internacional sobre Clima, realizado
em Copenhague, na Dinamarca, foram claros e enfáticos:
é preciso que aja um maior apoio político
e financeiro para as energias renováveis
no mundo. Com elas, podemos enfrentar e vencer tanto
a crise climática como a financeira. Esse
apoio é fundamental para que consigamos fazer
com que as emissões de gases do efeito estufa
atinjam seu pico em 2015. Caso contrário,
teremos que enfrentar as drásticas consequências
das mudanças climáticas.
"Ainda é economica
e tecnicamente possível reduzir as emissões
de gases do efeito estufa nos próximos seis
anos", afirmou Stephanie Tunmore, do Greenpeace
Internacional. "De fato, o Greenpeace tem mostrado
que a energia renovável combinada com a eficiência
energética pode suprir um terço da
demanda global por eletricidade até 2020.
No entanto, ainda falta vontade política.
Quantos alertas e desastres ainda são necessários
até que os governos comecem a necessária
revolução energética para impedir
uma catástrofe climática?"
O relatório [R]evolução
Energética do Greenpeace revela como fazer
para reduzir as emissões de CO2 dos setores
de energia e transporte a partir de 2015 e cortar
até 50% delas em 2050.
O investimento em energias renováveis
e em programas de eficiência energética
poderão criar uma indústria com faturamento
anual de US$ 360 bilhões, providenciando
metade da eletricidade do mundo. Isso poderia cortar
mais de US$ 18 trilhões em custos de combustível
anualmente, dando um estímulo e tanto em
tempos de crise financeira, além de combater
efetivamente o aquecimento global.
"Os benefícios não
são apenas ambientais, mas econômicos
- utilizando-se energias que não dependem
de combustíveis e com preços tendem
a cair com o tempo, e sociais - com a criação
de milhares de postos de trabalhos nas cadeias de
energia eólica e solar", afirma Ricardo
Baitelo, especialista em energia renovável
do Greenpeace Brasil.
+ Mais
Protesto exige que Europa ponha
dinheiro na mesa para salvar o planeta
10 de Março de 2009 Ativistas
do Greenpeace de 20 países diferentes bloqueiam
prédio em Bruxelas onde ministro de finanças
da Europa se reuniram para discutir financiamento
ao combate de mudanças climáticas
para países em desenvolvimento.
Bruxelas (Bélgica) — Cerca de 300 ativistas
do Greenpeace bloquearam as saídas do prédio
onde ministros de finanças da Europa se reuniram.
Se bilhões de dólares
podem ser usados para salvar bancos falidos e seus
gerentes, porque o mesmo não pode ser feito
para salvar algo bem mais importante - o nosso planeta?
Para exigir uma resposta, cerca de 300 ativistas
do Greenpeace, de 20 diferentes países da
Europa, bloquearam nesta terça-feira as saídas
do prédio onde se reuniam ministros de finanças
da União Européia. A polícia
de Bruxelas entrou em ação e todos
os manifestantes foram presos. A truculência
policial levou três de nossos ativistas para
o hospital. Os demais continuam na cadeia, mas nenhuma
acusação formal foi feita até
o momento.
Estava em discussão na
reunião ministerial o financiamento para
países em desenvolvimento combaterem as mudanças
climáticas. Mas ao contrário dos pacotes
rapidamente desenhados e postos em prática
para salvar o sistema financeiro, salvar o planeta
ainda encontra muita relutância e discussões
infrutíferas.
"Estamos aqui para assegurar
que eles coloquem dinheiro na mesa para enfrentar
as mudanças climáticas", disse
Thomas Henningsen, da campanha de clilma do Greenpeace
Internacional. "Se o planeta fosse um banco,
certamente receberia dinheiro."
As decisões tomadas hoje
em Bruxelas vão influenciar diretamente a
posição da Europa na reunião
da ONU sobre clima marcada para dezembro em Copenhague,
na Dinamarca.
Uma nova reunião será
feita na capital belga, nos próximos dias
19 e 20 de março, com chefes de Estado de
toda a Europa, para bater o martelo sobre o tamanho
do suporte financeiro que será dado aos países
em desenvolvimento para enfrentar as mudanças
climáticas.
Para reduzir suas emissões
de gases do efeito estufa e lidar com os impactos
das mudanças climáticas, os países
em desenvolvimento precisam de pelo menos 110 bilhões
de euros por ano, até 2020, dos países
ricos. A parte dos países europeus seria
de pelo menos 35 bilhões de euros por ano,
algo como 1,30 euro por semana por cidadão
europeu - o preço médio de um bilhete
de ônibus na Europa.
"Nossos líderes fracassaram
em responder aos sinais de alerta para a crise financeira
e nós agora estamos pagando o preço.
Não podemos deixar que eles cometam o mesmo
erro com a crise climática. Investimento
substancial deve ser feito agora para se evitar
as mudanças climáticas, caso contrário
nos custará literalmente a terra", afirmou
Joris den Blanken, diretor de política climática
do Greenpeace Europa.
Para ajudar a levantar esses recursos,
o Greenpeace apóia um novo sistema que coloca
uma etiqueta de preço nas emissões
de gases do efeito estufa e pede para que os países
ricos paguem por sua 'pegada de carbono' de acordo
com suas possibilidade e sua responsabilidade no
problema.