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FUNAI PLANEJA REESTRUTURAÇÃO DO PROJETO DE COMERCIALIZAÇÃO DA ARTE INDÍGENA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2009

12 de março de 2009 - Servidores da Funai de todo o Brasil vinculados ao Programa Artíndia estão em Brasília trabalhando na revisão dos objetivos, instrumentos existentes e resultados esperados do Programa, a fim de aprimorar a política de comercialização dos produtos indígenas empreendida pela Funai. Reunidos no seminário “Programa Artíndia 36 anos: Revisão e Perspectivas”, entre os dias 10 e 13/03/09, os técnicos indigenistas querem melhorar a atuação da Fundação na ação pública de apoio à comercialização de artesanato indígena. O evento permitirá a troca de experiências com outras instituições que trabalham com a comercialização de artesanato. O seminário é visto como primeiro passo para a reformulação e implementação de uma nova política de comercialização de artesanato e proporcionará uma discussão acerca do objetivo central do Programa, criado há mais de trinta anos.

Neste contexto, o presidente da Funai, Márcio Meira, ressalta que “não se pode pensar em etnodesenvolvimento sem considerar as expressões artísticas e culturais dos povos indígenas. Elas devem ser valorizadas como tal. Não estamos falando apenas de um produto que vai para o mercado, e sim da essencialidade das expressões culturais dos povos indígenas, que são as expressões materiais da sua cultura. É nesse sentido que o Programa Artíndia deve ser discutido.”

O Diretor de Assistência da Funai, Aloysio Guapindaia, acredita que o seminário poderá estabelecer um novo modelo de etnodesenvolvimento para as populações indígenas. “O Programa Artíndia tem de ser um dos instrumentos condutores para esse objetivo, por isso estamos reavaliando o Programa. Precisamos ver como ele se instrumentaliza para contribuir para a implementação de uma política que permita o etnodesenvolvimento”, afirmou Guapindaia.

Ao discutir o Programa Artíndia, a Funai propõe uma avaliação do que há de mais precioso para os povos indígenas, que é o tratamento que o Estado Brasileiro dá à cultura material e a enorme diversidade cultural que o Brasil possui. Nesse sentido, o Secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Hegon Krakheck, afirma que a formulação da política nacional de gestão ambiental em Terras Indígenas do MMA estará dialogando com o Programa Artíndia, fazendo com que a produção artesanal dos povos indígenas seja compatibilizada com a conservação do meio ambiente.

O Programa Artíndia tem alguns desafios, entre eles, atender com excelência e amplitude as demandas indígenas na área de artesanato e criar mecanismos de participação para as comunidades indígenas na gestão do Programa. A Funai pretende estudar e propor mecanismos para a proteção do direito intelectual dos artesanatos produzidos e, agregar valor às peças, demonstrando seu contexto social, e por fim, incentivar a produção de artesanatos ecologicamente sustentáveis. Nesse âmbito, a representante da Coordenação Técnica Alemã (GTZ), Márcia Franco, explica que a comercialização do artesanato enquanto política, está totalmente articulada nas perspectivas da cooperação técnica, apoiando os processos de proteção e regularização dos direitos indígenas.

Artíndia: da criação aos dias de hoje

O Programa Artíndia, criado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) em 1972, tem o objetivo de adquirir e comercializar artesanatos produzidos pelos diversos povos indígenas do Brasil e, visa a divulgação e valorização de suas respectivas culturas. A Coordenação de Comercialização de Artesanato (CCA), integrante da Coordenação Geral de Artesanato (CGART) da FUNAI, realiza a aquisição e comercialização de artesanatos produzidos por diversos povos indígenas do Brasil, por meio do Programa Artíndia, divulgando e valorizando a tradicionalidade indígena, incentivando a manutenção de suas respectivas culturas, promovendo, dessa maneira, a geração de renda para as comunidades.

Na efetivação do Programa Artíndia foram criadas sete lojas, localizadas em Belém/PA, Cuiabá/MT, Goiânia/GO, Recife/PE, Rio de Janeiro/RJ, São Paulo/SP e no Distrito Federal, onde são comercializadas peças de cerâmica, trançados, madeira, tecelagem, dentre outras, representativas da riqueza e diversidade das culturas indígenas de nosso país. Os recursos resultantes da comercialização são reinvestidos em benefícios das populações indígenas, sendo aplicadas em novas aquisições e promovendo a geração de renda para as mesmas.

As peças são produzidas de maneira totalmente artesanal e os produtos utilizados são naturais e confeccionados pelos índios em suas comunidades. Atualmente a Fundação não comercializa artesanatos de animais, de acordo com a lei 9.605/98- Crimes ambientais. Nesse sentido, a Funai, juntamente com o Ibama e Polícia Federal vem estudando uma forma ecologicamente sustentável para os indígenas comercializarem suas peças sem maiores impactos ao meio ambiente.

Hoje, há no estoque das lojas, peças das mais de 60 etnias existentes no Brasil (cada comunidade faz um tipo específico de artesanato), porém a maior parte dessas peças comercializados pela funai são provenientes do estado do Mato Grosso, especificamente do Xingu. Esse é um exemplo da fragilidade do Programa e que se espera sanar com a realização do seminário, e a partir daí construir formas de melhor atender as demandas dos povos indígenas, no que se refere à produção e comercialização de seus produtos.

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Funai busca erradicar o sub-registro de nascimento

12 de março de 2009 - A Funai pactuou com cinco estados da Amazônia Legal (Amazonas, Acre, Roraima, Tocantins e Pará) a busca pela erradicação do sub-registro de nascimento para a população geral e indígena da região. “Na Amazônia 45% da população é indígena. Essa é, portanto, uma ação prioritária do Governo Federal e está na Agenda Social dos Povos Indígenas”, afirmou a Coordenadora Geral da CGIRC e responsável pelas ações de proteção social dos povos indígenas, Irânia Marquês. “A Funai comprometeu-se com os estados que irá participar efetivamente desta ação e já definiu, inclusive, o programa de erradicação do sub-registro de nascimento, como prioridade, destinando recursos orçamentários para a implementação das ações junto às administrações regionais”, ressaltou Irânia.

O trabalho foi iniciado, em 2008, em parceria com a Secretaria de Estado de Assistência Social (SEAS), por meio do Barco de Pronto Atendimento Itinerante (PAI). Como resultado, entre abril e maio do ano passado, na calha do Rio Juruá, um dos lugares mais isolados e distantes do País, foram emitidas 2.519 certidões de nascimentos de indígenas das etnias Kanamari, Kulina e Deni. Atualmente, em função desse atendimento, mais de três mil registros de nascimento já foram emitidos para os povos indígenas, em ação conjunta da SEAS, Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) em parceria com o projeto Rondon, e Funai, que participa do projeto, por meio de suas administrações regionais.

A reunião de pactuação ocorreu nos dias 4 e 5 deste mês em Manaus e foi convocada pela SEDH. Nos dias 9 e 10 de março, a reunião foi na Região Nordeste, envolvendo todos os seus estados, finalizando hoje (12/03/2009), com os três estados da Amazônia Legal (Mato Grosso, Rondônia e Amapá) não contemplados na primeira reunião.

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MEC apresenta propostas para educação escolar indígena em Conferência Regional no Nordeste

10 de março de 2009 - Indígenas dos estados de Alagoas, Bahia e Sergipe lotam auditório para a Conferência Regional de Educação Escolar Indígena, etapa Nordeste I, que inicia nesta terça-feira (10) e vai até o dia 13 de março, em Salvador/BA. As comunidades dos três estados elegeram 140 delegados que irão debater propostas para criação de um sistema próprio de educação escolar indígena. De iniciativa do Ministério da Educação (MEC), o evento conta com a participação de 60 representantes de instituições protagonistas na gestão da educação escolar indígena, como a Funai, as secretarias estaduais e municipais de educação, universidades e organizações indigenistas.

A Conferência Regional constitui uma importante etapa para a realização da I Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena, que ocorrerá em setembro deste ano, em Brasília, com previsão de mais de 600 delegados indígenas. Até agosto de 2009 serão realizadas mais 16 conferências regionais. A etapa Nordeste I corresponde à realização da segunda conferência regional e deverá eleger ao menos 18 delegados para a Conferência Nacional até o final desta semana. Na Bahia, existem 14 povos e 57 escolas indígenas; em Alagoas, 11 povos e 15 escolas; e em Sergipe, um povo e uma escola. A primeira regional foi realizada em dezembro de 2008, em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas.

Palestrando na primeira mesa do evento, Gersem Baniwa, coordenador da educação escolar indígena da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC, exibiu proposição para implantação de territórios etnoeducacionais – agrupamento das terras indígenas que respeitam a territorialidade dos povos e suas redes de relações interétnicas. Para o coordenador do MEC, essa proposta seria a solução para as diferentes necessidades e especificidades educacionais das comunidades indígenas. “Uma nova forma de organização, estrutura e prestação de serviço na educação escolar indígena pode ser obtida em médio prazo. O primeiro passo é a realização da Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena, que deve nos apontar as principais diretrizes para esse novo marco legal da educação”, explica Gersem Baniwa.

As conferências irão debater cinco eixos temáticos: educação escolar, territorialidade e autonomia dos Povos Indígenas; práticas pedagógicas indígenas; políticas, gestão e financiamento da educação; participação e controle social; diretrizes para a educação escolar indígena. A Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena é uma iniciativa do MEC em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Fundação Nacional do Índio (Funai) e Secretarias de Educação.

A mesa de abertura da regional Nordeste I contou com a participação do secretário de Educação da Bahia, Adeum Hilário Sauer; do diretor de Educação para Diversidade do MEC, Armênio Bello Schmidt; da chefe de Gabinete da Funai, Salete Miranda; do coordenador da Apoinme, José Barbosa dos Santos; da Presidente da Undime, Maria das Graças Silva Bispo; da representante do Conselho Estadual de Educação da Bahia, Alda Pepe; da membro indígena do Conselho Nacional de Educação Escolar Indígena, Cecília Gomes Tumbalalá; e da gerente de Educação Escolar Indígena do Estado de Alagoas, Edilene Rodrigues dos Santos.

 
 

Fonte: Funai – Fundação Nacional do Índio
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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