09 Mar
2009 - Na quinta feira, dia 5 de março, foi
lançado o Fundo Gradual Amazônia Viva,
uma carteira de renda fixa de característica
conservadora cujos rendimentos contribuirão
com ações que visam a promover a conservação
da natureza e o uso sustentável dos recursos
naturais por meio do apoio à criação,
implementação e gestão de unidades
de conservação (UCs) na Amazônia.
A iniciativa é fruto de uma parceria entre
o WWF-Brasil e a Gradual Investimentos e tem o objetivo
de captar R$ 100 milhões até o fim
do ano.
Durante o evento de lançamento,
realizado em Manaus, Pedro Paulo Silveira, economista-chefe
da Gradual Investimentos, apresentou o fundo. Ele
explicou que a idéia de criar uma carteira
de investimento que trouxesse benefícios
para região surgiu após a inauguração
do escritório da corretora em Manaus, capital
do estado que abriga o maior número em hectares
de área continua de floresta tropical intacta
do Brasil.
“Para nós da Gradual, a melhor forma de contribuirmos
com a preservação desse patrimônio,
é nos unir a uma organização
séria e que realiza trabalhos de conservação
focados na floresta, que é o que entendemos
como algo mais emergencial”, declarou.
Silveira disse ainda que a corretora
optou em oferecer um formato de fundo conservador
– que não está baseado em multimercados
ou ações – devido ao cenário
instável que, atualmente, movimenta o mercado.
“Queremos oferecer uma oportunidade de risco mínimo
às pessoas, sejam físicas ou jurídicas,
que queiram contribuir com a conservação
ambiental e também usufruir do retorno financeiro
atraente”, completou.
Mauro Armelin, coordenador do
Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável
do WWF-Brasil, representou a organização
durante o evento e falou da importância da
região, da representatividade dos serviços
ambientais que presta e de sua influencia no equilíbrio
ambiental de todo o planeta. Falou também
sobre os efeitos das áreas protegidas na
redução das emissões de gases.
Segundo Mauro, as áreas
protegidas representam um componente essencial de
um conjunto de estratégias para conter o
desmatamento e a conseqüente liberação
de carbono. Além do seu papel de reduzir
o efeito estufa por evitar emissões de carbono,
as áreas protegidas contribuem para reduzir
a degradação, mantendo as funções
dos serviços ambientais prestados pela floresta.
“Segundo as indicações
de um modelo matemático que simula os efeitos
das áreas protegidas na redução
das emissões de desmatamento, a Amazônia
brasileira lançaria cerca de sete bilhões
de toneladas de gás carbônico na atmosfera
até 2050, caso as unidades de conservação
criadas entre 2003 e 2007 não existissem.
Se o cenário atual persistir ou melhorar,
esse número cairá para, pelo menos,
0.6 bilhões”, declarou.
O evento de lançamento
contou com a participação de um público
diversificado, entre empresários, investidores
e membros da sociedade civil que se preocupam com
o futuro do planeta.
Sofia Medeiros participou do evento e disse ver
no fundo uma ótima oportunidade de associar
seus interesses de ascensão econômica
com a possibilidade de exercer sua responsabilidade
socioambiental.
“Soube da existência do fundo no jornal e
resolvi prestigiar o lançamento para entender
melhor como funciona. Acho ótima a idéia
de ajudar ações pela conservação
ambiental e ainda ter um retorno financeiro com
isso. Pretendo investir. Estarei lucrando duas vezes”,
declarou.
A gestão do Fundo Gradual Amazônia
Viva será feita pela Gradual Investimentos.
Parte da taxa de administração, que
será de 1,20% anuais, irá mensalmente
para o WWF-Brasil. Os primeiros recursos doados
serão destinados à compra de equipamentos
para unidades de conservação (UCs)
na Amazônia.
WWF-Brasil em ação
A criação, implementação
e consolidação de áreas protegidas
na Amazônia, junto com o apoio técnico
ao Programa Áreas Protegidas da Amazônia
(Arpa) que é uma iniciativa do governo federal,
é um dos focos de atuação do
WWF-Brasil para garantir a perenidade da diversidade
biológica, bem como dos processos ecológicos
e serviços ambientais fornecidos por esse
bioma.
Na Amazônia, além do apoio financeiro,
o WWF-Brasil fornece assistência técnica
ao Arpa, uma das maiores iniciativas de conservação
ambiental do planeta. Para subsidiar a criação
de novas áreas protegidas, por exemplo, o
WWF-Brasil realiza levantamentos ecológicos,
com a coleta de dados durante expedições
científicas.
Com o objetivo de potencializar seu trabalho na
Amazônia brasileira, o WWF- Brasil adotou
a estratégia de blocos de conservação.
Atualmente, as ações de campo da organização
dão ênfase para seis blocos amazônicos:
Rio Negro (AM/RR), Tumucumaque (AP/PA), Terra do
Meio (PA), Juruena-Apuí (AM/MT), Itenez-Mamoré
(AC/RO) e Acre-Purus (AC/AM). Além dos blocos,
o WWF-Brasil também atua diretamente, por
meio do Projeto Diálogos, na área
do Distrito Florestal da BR-163, rodovia que liga
Cuiabá (MT) a Santarém (PA).
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Carbon Finance Workshop
11 Mar 2009 - A Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo
- PUC-SP, o Center for Environment da University
of Toronto (Canadá) e a PriceWaterhouseCoopers
- Brasil, associados a renomadas instituições
nacionais diretamente envolvidas no mercado de carbono,
têm a honra de apresentar o Seminário
Internacional "Carbon Finance Workshop".
Este evento será realizado em São
Paulo, na PUC-SP (Teatro TUCA), dias 30 e 31 de
março de 2009.
O objetivo principal do evento
é promover o diálogo entre empreendedores,
indústrias, governo, universidades e setor
privado sobre questões específicas
do mercado de carbono, instrumentos financeiros
e de mercado, e práticas de gerenciamento.
O Carbon Finance Workshop abordará
diversos temas, como a estrutura do mercado de carbono,
tributação versus comercialização,
mercado voluntário, redução
de emissões, project finance, política
climática, gerenciamento de riscos, princípios
contábeis, mensuração, divulgação
e verificação do carbono.
Também serão debatidos
os riscos associados ao emergente mercado de carbono,
o estado atual das iniciativas em âmbito internacional,
o crescimento material de fatores de carbono em
áreas específicas do mercado e os
riscos percebidos pelo Canadá e outros países.
Os técnicos do WWF-Brasil,
Anthony Anderson e Eliana Salmaso, participam do
evento.
O evento é organizado pela
Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo, Centre for Environment - University
of Toronto e PriceWaterhouseCoopers.