09 de
Março de 2009 - Marcelo Furtado, diretor
executivo do Greenpeace, explica a Antonio Carlos
Batista Neves, Secretário de Infra-Estrutura
da Bahia, a importância de se instalar um
Parque Eólico na cidade de Caetité.
Aumentar a ImagemSalvador (BA),
Brasil — Governo do Estado anuncia licenciamento
do empreendimento, que será construído
na mesma região da mineração
de urânio que abastece o programa nuclear
brasileiro.
O governo da Bahia anunciou nesta
segunda-feira, a bordo do navio do Greenpeace, Arctic
Sunrise, o licenciamento do primeiro parque eólico
do estado, que será construído em
Caetité. Com capacidade total de 700 MW,
a nstalação das usinas eólicas
na cidade do interior baiano é especialmente
significativa, já que a cidade abriga a mina
de onde é extraído todo o urânio
usado como combustível nuclear pelas usinas
Angra 1 e 2. A região sofre com contaminação
da água por urânio, conforme denunciou
o Greenpeace em outubro do ano passado.
O anúncio do licenciamento
eólico foi feito pelos secretários
estaduais de Meio Ambiente, Juliano Matos e de Infra
–Estrutura Antonio Carlos Batista Neves urante seminário
sobre energias renováveis e mudanças
climáticas, que reuniu mais de 60 representantes
do governo e da sociedade civil organizada. O evento
faz parte da expedição “Salvar o Planeta.
É agora ou agora.”, que está percorrendo
sete cidades brasileiras para informar a população
sobre a urgência do combate às mudanças
climáticas. Em Salvador, mais de 2 mil pessoas
visitaram o navio durante o final de semana.
"A notícia do parque
eólico na Bahia é excelente e deve
servir de exemplo para outros estados brasileiros
e para o próprio governo federal", disse
Ricardo Baitelo, especialista em energia do Greenpeace.
"É ainda um argumento poderoso contra
os planos da indústria nuclear de ampliar
a mineração de urânio na região
e de instalar usinas nucleares na Bahia. Somente
a geração renovável pode trazer
a verdadeira segurança energética
ao nordeste brasileiro."
As energias renováveis
colaboram na redução de emissões
de gases do efeito estufa e o estado da Bahia possui
papel fundamental nesse cenário: o Atlas
Eólico Nacional, documento elaborado pelo
governo federal, afirma que o potencial de geração
de energia eólica do Nordeste chega a 75
gigawatts (GW). Desse total, de acordo com estudos
do professor Osvaldo Soliano, da Universidade Salvador
(Unifacs), 17,5 GW poderiam ser gerados na Bahia,
o que equivale à energia produzida por Itaipu
e uma usina do Rio Madeira juntas. Hoje, o Parque
Eólico de Osório (RS), maior parque
eólico do Brasil, possui capacidade instalada
de 150 MW.
Durante as exposições
dos convidados para o seminário foram discutidas
políticas públicas que favoreçam
o desenvolvimento das energias renováveis.
Foi apresentado também o documento Lei de
Energias Renováveis: Propostas para a Sustentabilidade
Energética Brasileira que contém o
projeto de lei 4550/08, elaborado pelo deputado
Edson Duarte (PV-BA), que incentiva as energias
renováveis baseado no mecanismo tarifário
feed-in, modelo que garante acesso dos geradores
à rede e determina um preço justo
e fixo pela venda dessa energia em contratos de
longo prazo.
Programação - Dando
sequência às atividades da expedição
Salvar o Planeta. É Agora ou Agora, o Greenpeace
participa nesta terça-feira, às 9
horas, na Câmara dos Vereadores de Salvador,
de uma sessão especial para discutir Projeto
de Lei municipal que proíbe o transporte
de material radioativo na cidade. Às 14hs
a organização promove uma marcha contra
a energia nuclear. A concentração
será em frente ao Mercado Modelo. Está
confirmada a presença de um grupo de moradores
de Caetité, que vão relatar os impactos
da origem do Programa Nuclear Brasileiro.
Participaram do evento Marcelo
Furtado e Ricardo Baitelo do Greenpeace, Neilton
Fidelis da Silva do Fórum Brasileiro de Mudanças
Climáticas,Paulo Altaur Pereira Costa, secretário
adjunto de Planejamento e Desenvolvimento Energético
do MME/Comitê Interministerial sobre Mudanças
do Clima (CIM), Antonio Carlos Batista Neves, Secretário
Estadual de Infra-Estrutura, Juliano Matos, Secretário
Estadual do Meio Ambiente, Bete Wagner, presidente
do Instituto do Meio Ambiente (IMA), Osvaldo Soliano
da UNIFACS, Luiz Vitor Constant de Almeida, representante
do BNDES, Eduardo Mattedi, Superintendente de Políticas
para Sustentabilidade / Fórum Baiano de Mudanças
Climáticas,Silvano Ragno, Superintendente
de Energia e Comunicação da SEINFRA
e Edson Duarte, Deputado Federal PV-BA.
+ Mais
Projeto de lei proíbe transgênicos
em merenda escolar do Rio Grande do Sul
10 de Março de 2009 Ao
se recusarem a servir arroz transgênicos a
seus clientes, as principais cadeias de restaurantes
de Manila, nas Filipinas, demonstram respeito ao
consumidor e ao meio ambiente.
Porto Alegre (RS), Brasil — Projeto, que conta com
apoio do Greenpeace, poderá beneficiar 56
mil estudantes de 95 escolas municipais de Porto
Alegre.
Projeto de lei que proíbe
o uso de alimentos geneticamente modificados nas
merendas de escolas municipais de Porto Alegre (RS)
foi apresentado nesta terça-feira à
Câmara Municipal pelo vereador Beto Moesch
(PP). A iniciativa, que conta com o apoio do Greenpeace,
poderá beneficiar 56 mil estudantes de 95
escolas municipais da capital gaúcha.
Ao justificar o seu projeto, o
vereador lembrou que o consumo de alimentos transgênicos
vem sofrendo restrições no mundo inteiro
e que ainda não há comprovação
da segurança desses produtos para a saúde
humana e meio ambiente.
O projeto prevê a priorização
do uso de alimentos orgânicos que, segundo
Moesch, além de mais saudáveis, é
educativo, pois coloca a comunidade escolar em contato
com um sistema de produção que busca
manejar de forma sustentável os recursos
naturais.
"Este projeto tem uma dupla
função: garantir alimentação
segura para os estudantes das escolas municipais
de Porto Alegre e incentivar fornecedores a trabalhar
com produtos não transgênicos. É
muito simbólico que a capital do Rio Grande
do Sul, que produz a maior parte do arroz brasileiro,
pense em afastar do prato de seus estudantes alimentos
transgênicos", afirma Rafael Cruz, coordenador
da campanha de Engenharia Genética do Greenpeace,
lembrando que o Brasil pode ser o primeiro país
do mundo a plantar e consumir um arroz transgênico.
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança
(CTNBio) analisará no próximo dia
18 um pedido da Bayer para a liberação
comercial do arroz geneticamente modificado LL 62,
resistente ao agrotóxico glufosinato de amônio
- produzido pela própria Bayer.
O Rio Grande do Sul produz 57%
do arroz brasileiro.