A Secretaria
de Meio Ambiente e Recursos Hídricos fez
nesta quinta-feira (04), uma semeadura de 500 quilos
de sementes de palmito Jussara na Serra do Mar,
ao longo da linha do trem. Esta é a segunda
ação em menos de um mês feita
em parceria com o Programa Rotary Club de Curitiba
– Parque Barigui para garantir a recomposição
da espécie originária da floresta
atlântica e que vem sendo ameaçada
pela exploração irregular e alto valor
de compra no mercado nacional e internacional.
O Instituto Ambiental do Paraná
(IAP) estima que cerca de 80% das sementes lançadas
irão germinar e 60% se transformarão
em árvores adultas. No último dia
14 de fevereiro, a Secretaria e o Rotary lançaram
dois mil quilos de sementes de palmito sobre o Parque
Estadual do Pau Oco, em Morretes. Dois helicópteros
do Governo foram cedidos para o lançamento
das sementes.
Novidade - desta vez, as sementes
foram lançadas de dentro do trem da Serra
Verde Express, que administra o trecho turístico
que percorre a Serra do Mar, de Curitiba para o
Litoral. Cada participante da semeadura recebeu
12 sementes de palmito para serem lançadas
durante o percurso.
Após o lançamento,
a empresa entregou um certificado atestando que
as pessoas que andaram de trem neste dia, participaram
do programa “Preserve o Planeta Terra”. Uma palestra
sobre a importância do palmito e o objetivo
da campanha foi feita, pelo secretário do
Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca
Rodrigues, juntamente com integrantes do Rotary.
De acordo com o secretário
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca
Rodrigues, a semeadura férrea é um
ato simbólico e de educação
ambiental, usado para conscientizar a população
sobre a necessidade de proteger as espécies
nativas da região, onde estão os maiores
remanescentes de mata atlântica do Paraná.
“Estamos semeando palmito e ao
mesmo tempo semeando a parceria com o Rotary. É
um incremento que propiciará a germinação
desta árvore, que tem uma importância
fundamental no equilíbrio ambiental da floresta,
pois além de ser um importante ecossistema,
também serve de alimento para os animais”,
disse Rasca Rodrigues.
Clandestinidade – Segundo o secretário,
a idéia da semeadura do palmito também
serve para chamar a atenção da população
para o corte clandestino de palmito. “O IAP e o
Iapar possuem reserva de sementes para plantios
homogêneos de palmito, abastecendo as fábricas
que movimentam a economia da região. Ou seja,
não há necessidade da clandestinidade
e do crime ambiental”, afirmou o secretário,
alertando a população para que não
compre palmitos sem o selo ou o registro dos órgãos
ambientais na embalagem. O palmito leva em média
10 anos para se tornar uma árvore adulta
apropriada para o corte.
O governador do Rotary, Nilton
Migliozzi, disse que as ações de semeadura
têm superado as expectativas em relação
ao número de participantes e de conscientização
dos integrantes de todos os Rotarys de Curitiba.
“Todos estão envolvido para garantir que
o trabalho dê resultados. Além disso,
após cada ação as pessoas têm
expectativa para que uma nova campanha seja iniciada.
É muito gratificante ver tanta gente inserida
voluntariamente em prol da causa ambiental”, disse.
São parceiros do Programa
além da SEMA e do Rotary, a Universidade
Federal do Paraná (UFPR), Polícia
Militar, Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura
e Agronomia do Estado do Paraná (CREA - PR),
Associação dos Engenheiros Agrônomos
do Paraná (AEPR – Curitiba), Associação
Brasileira de Devesa Civil, Telelistas, Associação
dos Geógrafos Brasileiros (AGB) e Serra Verde
Express.
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IAP garante sementes de alta qualidade
genética
Para garantir 500 quilos de sementes
de palmito Jussara, usadas no reflorestamento férreo
foram cerca de 15 dias de trabalho. Uma equipe de
técnicos do Instituto Ambiental do Paraná
(IAP) que atua nos viveiros, produzindo mudas para
o Programa Mata Ciliar, foi responsável pela
coleta das sementes. Os técnicos entram nas
matas e sobem nas árvores nos períodos
em que as sementes estão aflorando para garantir
sementes de alta qualidade genética.
“No caso do palmito, são
colhidos apenas quatro cachos de sementes por árvore
porque temos a preocupação de deixar
sementes para que os animais e pássaros se
alimentem”, afirmou o chefe do viveiro do IAP, em
Curitiba, Benedito Eugênio Padilha.
Depois de coletadas, as sementes
são separadas, beneficiadas e enviadas ao
IAP de Curitiba, passam por outra seleção
de laboratório. Segundo Benedito, apenas
no ano passado foram coletadas 20 toneladas de sementes,
exclusivamente de espécies nativas, enviadas
aos 20 viveiros do IAP no Paraná para a produção
de mudas.