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AMBIENTALISTAS QUEREM FREAR MP QUE AUTORIZA
VENDA DE TERRAS SEM LICITAÇÃO NA AMAZÔNIA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2009

1 de Abril de 2009 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Organizações não-governamentais (ONGs) e parlamentares da bancada ambientalistas deverão dificultar a aprovação da Medida Provisória 458, que autoriza a transferência de terras na Amazônia sem licitação. A MP já está trancando a pauta de votações da Câmara.

O plenário deverá analisar o relatório do deputado Asdrubal Bentes (PMDB-PA), apresentado no último dia 18, que ampliou as possibilidades de transferência de terras da Amazônia sem licitação previstas no texto enviado pelo governo, inclusive com redução da reserva legal (percentual de floresta original que deve ser mantido nas propriedades) e autorização para compra por pessoas jurídicas.

“Ele [Asdrubal Bentes] extrapolou o escopo da MP, que por si só é perigosa sem que seja feito antes o zoneamento ecológico e econômico da região”, afirmou hoje (1º) o presidente da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Sarney Filho (PV-MA).

A ONG Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou nota técnica com críticas ao relatório de Bentes. “[O texto] mantém e acrescenta estímulos à desocupação desordenada da região, além de consolidar um processo histórico de grilagem de terras na Amazônia”, de acordo com a entidade.

Segundo o Imazon, se a regularização fundiária da região for conduzida da forma prevista no relatório de Bentes, o processo poderá “legalizar a grilagem”, com incentivos ao desmatamento e sem critérios claros de transparência na concessão dos títulos.

Na avaliação de Sarney Filho, um dos pontos mais polêmicos é a previsão de redução de 80% para 50% da reserva legal para as terras ocupadas até 1996.

“Não se pode mexer em reserva legal em uma medida provisória, que não foi feita para isso, e sem nenhuma discussão, é perigoso.”

“Vamos votar contra a MP e vamos pedir destaque para esse artigo [da redução da reserva legal] se perdermos na votação principal”, acrescentou.

Amanhã (2), a MP será tema de audiência pública na Comissão de Meio Ambiente da Câmara. Os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, devem participar do debate.

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Regularização fundiária da Amazônia tem que ser feita “sem ideologias”, diz deputado

1 de Abril de 2009 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A Medida Provisória 458, que autoriza a transferência, sem licitação, de terras da União com até 1,5 mil hectares na Amazônia Legal, deve gerar mais polêmica nos próximos dias no Congresso Nacional. A MP é uma das oito que trancam a pauta de votações da Câmara e por enquanto não há acordo consolidado para aprovação das mudanças no texto, apresentadas no último dia 18 pelo relator, deputado Asdrubal Bentes (PMDB-PA).

Bentes reconhece que a negociação não será tarefa fácil, principalmente com a bancada ambientalista, que já tem apresentado críticas ao relatório.

“A MP precisava corresponder à realidade da Amazônia. Uma lei tem que partir do fato para o direito, não o contrário. Essa MP vem ao encontro dos anseios da sociedade amazônica, mas é preciso que se 'desideologize'. Não podemos levar na base de ideologias”, argumentou hoje (1º) em entrevista à Agência Brasil.

O deputado acolheu 67 das 249 emendas apresentadas ao texto da MP e ampliou as possibilidades de transferência de terras da Amazônia sem licitação, inclusive com redução da reserva legal (percentual de floresta original que deve ser mantido nas propriedades) de 80% para 50% para quem ocupou a área até 1996.

Bentes garante que a medida não transformará o desmatamento de metade da propriedade em direito adquirido. “Quem derrubou até essa data, derrubou. Quem não derrubou vai ter que respeitar [a reserva legal de 80%], porque uma nova lei entrou em vigor”, apontou.

A MP previa a regularização de terras ocupadas irregularmente até dezembro de 2004, prazo que o relatório de Bentes ampliou para fevereiro de 2009, o que deve aumentar o número de beneficiados. O autor também estendeu para funcionários públicos e pessoas jurídicas – empresas e organizações não-governamentais (ONGs), por exemplo – a possibilidade de comprar terras na Amazônia com as facilidades, o que estava proibido no texto original enviado pelo governo.

Bentes nega que a abertura da compra sem licitação por empresas possa ser uma brecha para institucionalizar a ocupação de terras por “laranjas”, que atuam em nome de grandes organizações.

“O direito nasce do fato, não da hipótese. Esse raciocínio é daqueles que estão a serviço das ONGs internacionais e até de potências externas que querem engessar a Amazônia.”

Na avaliação do deputado, não existe grilagem de pequenas propriedades na Amazônia.

“Não consigo entender grilagem em uma área de 1,5 mil hectares, onde 80% é reserva legal. O cidadão só vai poder explorar disto 300 hectares; sem infra-estrutura, sem saúde, sem educação, longe dos centros consumidores. Esse cidadão tem que ser é beneficiado, incentivado a continuar ali porque ele passa a ser inclusive um guarda florestal”, justificou.

Amanhã (2), a MP será tema de audiência pública na Comissão de Meio Ambiente da Câmara. Os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, devem participar do debate.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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