01 de
abril de 2009 - O descontrole das chuvas e a elevação
da temperatura, como consequência do aquecimento
global, aumentam a necessidade da rápida
adoção de políticas voltadas
para a água. A advertência foi feita
pelo secretário-adjunto da Agricultura de
Minas Gerais, Paulo Romano, ao participar dos debates
sobre Avanços e Desafios na Política
de Água, dentro da programação
do 8º Fórum das Águas de Minas
Gerais, na Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável (Semad).
Romano, que falou na sessão
de quinta-feira (26) sobre "Uso e manejo de
água na agricultura", considera que
"Minas Gerais tem condições de
definir boas políticas para a utilização
da água que podem até servir de modelo
para outros Estados".
Segundo o secretário-adjunto,
"com ou sem irrigação na agricultura,
a água tem que ser bem guardada de acordo
com um sistema que possibilite também a conservação
do solo". Ele enfatizou que a abordagem do
manejo da água na agricultura, no caso de
Minas, deve envolver todo o território. Por
isso, acrescentou, "o debate não pode
ficar restrito às questões da irrigação,
até porque a maior parte das áreas
plantadas não é irrigada e sim de
sequeiro, dependente de chuvas".
Além disso, o conferencista
explicou que a irrigação, que alcança
menos de 10% da área de plantio no Brasil
e em Minas, exige apenas uma fração
da água da natureza, que é utilizada
e depois segue, inclusive para os lençóis
freáticos. De acordo com Romano, as áreas
de plantio por irrigação devem ser
ampliadas porque o sistema é um dos mais
eficazes para a estabilização da oferta
de alimentos e geração de divisas,
contribuindo também para o controle da inflação.
Gerenciamento
Paulo Romano destacou a necessidade
de melhor gerenciamento da água em Minas
enquanto ela se encontra no território estadual.
"Merecem atenção especial e apoio
os produtores rurais que fazem a conservação
da água, principalmente aqueles que investem
na recuperação de pastagens e tomam
outras providências para impedir que a água
"se perca" e, antes disso, provoque prejuízos
como tem ocorrido com as chuvas recentes tanto na
área rural quanto nas cidades", observou.
"Na agricultura, um dos problemas
para a fixação da água de chuva
são os solos compactados e malcuidados, enquanto
nas cidades há um excessivo asfaltamento
e a cobertura do solo com outros materiais impermeáveis",
prosseguiu. Ao enfatizar que a má fama da
agricultura quanto ao uso da água é
indevida, ele lembrou um problema predominante nas
cidades: para cada litro de esgoto são necessários
dez litros de água limpa.
O secretário-adjunto acrescentou
que há sistemas de baixo custo para a retenção
da água de chuva destinados a atender a grandes
demandas. Ele assinalou que projetos dessa natureza
devem ser analisados diante da perda de domínio
das águas dos rios em Minas. "O Estado
é formador de grandes bacias demográficas,
sendo drenado pelos Rios Doce, São Francisco,
Grande, Paranaíba e outros, e a água
deixa de ser domínio do Estado quando atinge
a calha desses rios", explicou.
Romano entende que os agricultores
adotariam mais iniciativas para a melhoria do uso
da água se tivessem recursos. Por isso, ele
propôs a remuneração daqueles
que têm feito esse trabalho, inclusive utilizando
a irrigação de forma a preservar o
ambiente. Disse ainda que os produtores que fazem
acumulação de água por meio
de barragens deveriam ter direito à outorga.
+ Mais
Governo de Minas adere à
Hora do Planeta
O Governo de Minas aderiu à
campanha da ONG internacional WWF e participará
da Hora do Planeta, ato simbólico que será
realizado neste sábado (28/03), quando governos,
empresas e a população de todo o mundo
são convidados a apagar as luzes para demonstrar
sua preocupação com o aquecimento
global.
Assim, das 20h30 às 21h30
deste sábado, as luzes do Palácio
da Liberdade, sede do governo do Estado, e da sede
do Sistema Estadual de Meio Ambiente (rua Espírito
Santo, 495 - Centro) estarão apagadas. No
Brasil, já são 79 cidades brasileiras
que se comprometeram a apagar suas luzes no dia
28, durante uma hora, junto com mais de 2.800 cidades
no mundo inteiro.
"O Governo de Minas Gerais
entende como fundamental a participação
da administração pública na
promoção do conhecimento e discussões
sobre as mudanças climáticas globais.
Os governos devem, antes de mais nada, dar o exemplo
aos cidadãos. Esperamos que com esse gesto
as pessoas se inspirem a tomar atitudes semelhantes,
atos simples como apagar luzes que desnecessariamente
permanecem acesas, mas que certamente irão
contribuir para que nós e as futuras gerações
possamos desfrutar de um planeta sadio, agradável
e ambientalmente sustentável", disse
o secretário de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável, José
Carlos Carvalho.
O secretário lembra que
a população planetária é
seis vezes maior, sete vezes mais rica e usa quatro
vezes mais energia do que no começo do século
XX, e as emissões de gases causadores do
efeito estufa aumentaram na mesma proporção.
Caso a taxa de crescimento e consumo do planeta
continue no ritmo atual, a população
mundial chegará, em 2050, a cerca de 10 bilhões
de pessoas, o que significaria alta probabilidade
de um aumento de 2ºC na temperatura. Isso acarretaria
alterações no nível dos mares,
rios e nas precipitações pluviométricas,
produzindo um efeito cascata em toda a cadeia de
produção mundial de alimentos.
"É por isso que Minas
Gerais apóia e participa de ações
como a "Hora do Planeta", promovida por
uma ONG respeitada internacionalmente, a WWF. Não
se faz mudança sem engajamento da sociedade
e, em Minas, o governo atua para que a administração
pública esteja em sintonia com os todos os
setores sociais", afirma José Carlos
Carvalho.
+ Mais
Manejo e uso da água na
agricultura é tema de debate no Fórum
das Águas
O secretário-adjunto da
Agricultura de Minas Gerais, Paulo Romano, vai participar
nesta quinta-feira (26) dos debates sobre Avanços
e Desafios na Política de Água. O
evento faz parte da programação do
8º Fórum das Águas de Minas Gerais,
promovido pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável (Semad) e pelo Fórum Mineiro
de Comitês de Bacias Hidrográficas,
com o apoio de instituições públicas
e privadas de cada região.
“Uso e manejo de água na
agricultura” é o tema que será apresentado
por Romano na abertura dos debates. Ele diz que,
na análise da questão das águas
em Minas, destaca-se a situação do
Estado como formador de grandes bacias demográficas,
sendo drenado pelo Rio Doce, São Francisco,
Rio Grande, Paranaíba e Grande, entre outros.
“Nossa situação é peculiar,
pois a água deixa de ser domínio do
Estado e passa ser domínio da União
quando atinge a calha desses rios”, explica.
O secretário-adjunto destaca
que a abordagem do manejo da água na agricultura
não se limita às questões da
irrigação. “É preciso pensar,
entre outros aspectos, na função da
água no grande espaço do território
de Minas, pois a maior parte da agricultura não
é irrigada e, sim, de sequeiro, portanto
dependente das chuvas. Há também a
demanda de animais e comunidades, assim como a biodiversidade
em geral”, esclarece.
Para Romano, devem ser valorizadas
as atitudes dos produtores rurais pela conservação
do solo e da água, e também as práticas
de manejo e irrigação em que seja
evitada a poluição da água.
Ele entende que, ao conservar e melhorar a qualidade
da água, o agricultor deveria receber por
esses serviços ambientais. “Outra forma seria
a concessão de outorga da água, para
seu uso em irrigação, ao produtor
que a conservar ou acumular“, recomenda.
O Brasil e Minas usam apenas em
torno de 10% do seu potencial de irrigação,
acrescenta o secretário-adjunto. “Este quadro
precisa ser alterado, sobretudo por causa das mudanças
climáticas que já podem ser constatadas.”
Fonte: Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária
e Abastecimento