Bonn,
Alemanha – O WWF exorta os delegados que participam,
em Bonn, das conversações da ONU sobre
as questões climáticas, a encontrar
novas maneiras de apoiar a nova categoria de empreendedores
climáticos como a principal força
motriz para alcançar, no futuro, uma economia
de baixo carbono.
As novas pesquisas da rede ambientalista
mundial WWF demonstram que as tecnologias inovadoras
que já estão disponíveis podem,
com um rápido crescimento, cortar centenas
de milhões de toneladas de emissões
de carbono.
Dois novos relatórios do
WWF – entre os quais estão 17 estudos de
caso em economias desenvolvidas como a da Suécia
e em mercados emergentes como o da Índia
– revelam o que funciona e o que não funciona
quando se utiliza o poder da inovação
para responder à necessidade de se enfrentar
com rapidez os desafios das mudanças climáticas.
“Existe um potencial imenso de
sucesso, tanto do ponto de vista climático
quanto do de negócios, na utilização
das inovações tecnológicas
que aparecem. O que falta é remover os obstáculos
para que empreendedores e organizações
inovadoras alcancem uma comercialização
exitosa e uma ampla difusão,” afirma Stefan
Henningsson, diretor do Programa de Mudanças
Climáticas do WWF-Suécia.
As novas formas de prover iluminação
natural em grandes prédios, desenvolvidas
oito anos atrás por um consultor de construção
sueco em colaboração com um inovador,
poderiam economizar o equivalente a cerca de 220
milhões de toneladas de emissões de
CO2 por ano, assim como provocar uma grande economia
nos gastos com energia elétrica.
Outro exemplo são os sistemas
de produção e distribuição,
em grande escala, de ar refrigerado para interiores,
desenvolvidos por um inovador sueco e que são
mais eficazes do que a tecnologia tradicional de
refrigeração. Aumentando em 25% a
refrigeração compartilhada de interiores
no mercado europeu de refrigeração,
seria possível cortar as emissões
de CO2 em até 50 milhões de toneladas/ano.
Na Índia, uma empresa iniciou
o fornecimento de iluminação com energia
solar baseada em lâmpadas LED para a população
rural pobre e hoje tem duas frentes de desenvolvimento
que não prejudicam o clima. Exemplos como
este mostram como os empreendedores sustentáveis,
tanto os sociais quanto os que o fazem por negócio,
podem moldar o futuro crescimento econômico.
“As empresas indianas que foram
objeto do relatório do WWF evidenciam o incrível
potencial que existe em alinhar as necessidades
de um desenvolvimento sustentável com o valor
econômico em países em desenvolvimento
– e as soluções mundiais que podem
resultar disso”, diz Henningsson.
Os estudos de caso na Suécia
também identificaram os principais obstáculos
ao desenvolvimento e ao uso em grande escala de
novas tecnologias promissoras: um apoio grande e
contínuo, direto e indireto, para a melhoria
quantitativa de métodos já defasados
de produção utilizados nas empresas
de grande porte.
“Na política de planejamento
e de investimentos públicos, existe uma tendência
de se consultar principalmente ou somente os grandes
da indústria e do mundo dos negócios
e eles geralmente são a favor de soluções
tradicionais,” observa Henningsson. “No entanto,
as soluções tradicionais ou a melhoria
de métodos antigos simplesmente não
costumam ser suficientes para promover as transformações
de mercado e as reduções de emissões
que se fazem necessárias”. Ele conclui: “Até
os sistemas que não discriminam contra idéias
novas são insuficientes. Devemos aderir aos
sistemas que buscam inovações de forma
ativa.”
Um primeiro passo para melhorar
o ambiente para as inovações seria
ajustar o foco com a coordenação em
alto escalão governamental para enfrentar
os desafios das mudanças climáticas.
O WWF também propõe a criação
de feiras do tipo “encontre tudo no mesmo lugar”
para os empreendedores climáticos, onde as
melhores idéias poderiam encontrar os recursos
públicos e privados necessários à
pesquisa, financiamento, comercialização
e exportação.
Em nível internacional,
a Rede WWF pede a criação de Programas
de Ação Tecnológica no âmbito
da Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC),
de forma a acelerar o desenvolvimento e a demonstração
das novas tecnologias e melhorar a difusão
das tecnologias sustentáveis já existentes.
“A maior parte das idéias
já estão lá, sendo que algumas
delas surgiram em países em desenvolvimento
e outras em países industrializados. “O que
falta são meios suficientemente eficazes
para transformar essas idéias em soluções
que funcionem, superando as lacunas e a rigidez
dos nossos sistemas”.
O relatório Empresas indianas
com soluções que o mundo precisa,
da Índia, é resultado de uma colaboração
entre a Confederação de Indústrias
da Índia e o WWF. Veja o documento em http://assets.wwfindia.org/downloads/indian_companies.pdf
O relatório Doze Empreendedores
Climáticos, da Suécia, é resultado
de uma colaboração entre o WWF e o
programa do projeto GlobalFOCUS. Veja o documento
em http://www.wwf.se/climatesolver/pdfs/12_Climate_Entrepreneurs.pdf
O documento para discussão
preparado pelo WWF sobre Programas de Ação
Tecnológica no âmbito da UNFCCC está
disponível em http://assets.panda.org/downloads/wwf_technology_web.pdf