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HIDRELÉTRICA PODE ATRASAR REGULARIZAÇÃO DE ÁREA QUILOMBOLA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2009

2 de Abril de 2009 - Luana Lourenço - Enviada Especial - Valter Campanato/Abr - Cavalcante (GO) - Gerente de projetos da Subsecretaria de Comunidades Tradicionais da Seppir, Barbara Souza, afirma que a construção da Usina Santa Monica pode atrasar o processo de regularização do território quilombola Kalunga
Cavalcante (GO) - A implantação de uma pequena central hidrelétrica na área do território quilombola Kalunga, no norte de Goiás, pode atrasar o processo de regularização das terras remanescentes do quilombo.

O alerta foi feito hoje (2) pela gerente de projetos da subsecretaria de comunidades tradicionais da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Bárbara Souza, durante audiência pública que discutiu o estudo de impacto ambiental do empreendimento.

O território Kalunga foi titulado em 2000 pela Fundação Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura. Em 2003, a competência para regularização dessas áreas foi transferida para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que está próximo de concluir o processo. A expectativa é que o decreto declaratório de interesse social da área seja assinado nos próximos meses pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Esse decreto permitirá o pagamento de indenizações e a retirada dos não-quilombolas do território Kalunga”, explicou a antropóloga e analista em reforma e desenvolvimento agrário do Incra Paula Balduino de Melo.

No entanto, segundo a representante da Seppir, a construção da usina poderia resultar em um retrocesso, com necessidade de nova demarcação dos limites da área quilombola, já que é legalmente impossível que uma propriedade privada ocupe uma área de interesse coletivo e inalienável, caso do território Kalunga.

“Uma vez que uma das possibilidades é que a área da PCH seja retirada do território Kalunga, o título vai ter que ser revisto. Teria que voltar ao Incra, para análise posterior do MDA [Ministério do Desenvolvimento Agrário], para análise posterior da Casa Civil. Isso ocasionaria um atraso no processo”, argumentou.

Lideranças quilombolas que participaram da audiência pública, entretanto, acreditam que o empreendimento trará melhorias para a infra-estrutura da região.

O Incra montou um grupo de trabalho para realizar um levantamento das propriedades instaladas no território Kalunga e intervir no procedimento regularizatório da área. Na audiência pública de hoje, a representante do Ministério Público do Estado de Goiás adiantou interesse em aprofundar a análise dos impactos fundiários da construção da usina no processo de regularização do território quilombola.

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Empresa apresenta relatório ambiental de hidrelétrica para comunidade quilombola

2 de Abril de 2009 - Luana Lourenço - Enviada especial - Cavancante (GO) - A possibilidade de construção de uma pequena central hidrelétrica (PCH) no interior do território quilombola Kalunga, no norte de Goiás, levou hoje (2) 150 pessoas a uma audiência pública para discutir o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da obra. A audiência faz parte do processo de licenciamento ambiental do empreendimento.

Na primeira parte da audiência, durante toda a manhã, representantes da Rialma Companhia Energética, responsável pela PCH, apresentaram os principais pontos do relatório e defenderam a sustentabilidade ambiental e social da usina.

“Todas as recomendações do Ministério Público até hoje estão sendo cumpridas e a legislação ambiental também”, argumentou um dos diretores da Rialma, Breno Caiado.

A PCH Santa Mônica deverá ocupar 67 mil dos 253 mil hectares da área Kalunga, 26,5% do total, de acordo com o EIA. A área a ser alagada para formação do reservatório deverá ser de 2,97 quilômetros quadrados, 0,11% do território.

Segundo Caiado, a empresa já está realizando “ações voluntárias” de assistência social às comunidades Kalunga, como o abastecimento de água. Além disso, pretende instalar escolas e postos de saúde na área. “É um trabalho social independente [da aprovação] da PCH”, afirmou.

Caiado afirmou que, se autorizada, a construção da usina deverá gerar 500 empregos na região. De acordo com o secretário de Meio Ambiente de Goiás, Roberto Freire, a contratação de mão-de-obra local deverá ser uma das condicionantes para a concessão da licença prévia para o empreendimento. “Vamos ser bastante rigorosos com as condicionantes sociais”, disse à Agência Brasil.

O prefeito do município de Cavalcante, Josias Magalhães, argumentou que a construção da usina poderá estimular o desenvolvimento econômico da cidade, principalmente pela possibilidade de sanar os problemas de abastecimento energético da região. “Não dá para falar em desenvolvimento sem energia. Se obedece a lei e não prejudica a comunidade, não vejo por que não autorizar o empreendimento”, disse.

De acordo com a Rialma, três dos 30 megawatts de energia que a usina produzirá serão destinados para abastecimento dos municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre.

A audiência pública segue durante a tarde. Lideranças das comunidades Kalunga, representantes do Ministério Público, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Fundação Palmares deverão expor suas considerações sobre o empreendimento.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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