São
Paulo (03/04/2009) – Analistas ambientais do Ibama
apresentaram ontem (02), durante workshop para jornalistas
e produtores de TV da capital paulista, 16 propostas
(veja abaixo) que deverão nortear a exibição
de animais em programas televisivos, reportagens
e na em geral. Batizadas de “novos paradigmas” essas
orientações incluem preceitos legais
e recomendações para que as produções
não estimulem o consumo de animais silvestres.
A adoção desses paradigmas ajudará
a conscientizar a sociedade, além de evitar
multas às emissoras de TV, que podem chegar
a R$ 500 mil.
Participaram do evento profissionais
de comunicação das TVs Globo, Record
e Cultura, além de agências noticiosas,
revistas de meio ambiente e editoras. Houve entendimento
de que a mola mestra do tráfico de animais
é o consumo efetuado pelo cidadão
comum que, por sua vez, sofre forte influência
dos meios de comunicação. No Estado
de SP, cerca de 40 mil animais silvestres ilegais
são apreendidos todos os anos.
Para a superintendente do Ibama
SP, Analice de Novais Pereira, o evento representa
um marco nas relações entre Ibama
e a mídia. “Pela primeira vez apresentamos
claramente aos profissionais da mídia que
existem limites para a exibição de
fauna silvestre. Ultrapassá-los é
dar munição aos traficantes de animais,
que se aproveitam do desejo das pessoas em ter um
animal de estimação diferente”.
Segundo a superintendente o próximo
passo é convocar dirigentes das emissoras
de TV para que adotem os novos paradigmas em suas
empresas. “Percebemos que os jornalistas apóiam
as novas idéias, mas é preciso que
elas façam parte da política das emissoras”.
O workshop fez parte das atividades em comemoração
aos 20 anos do Ibama. Uma apresentação
semelhante foi oferecida também aos servidores
da superintendência de SP, no dia 1º
de abril. O workshop foi idealizado e executado
por servidores da Divisão de Fauna, da Fiscalização,
do NEA e da Ascom.
Conheça os novos paradigmas
para a exibição de animais silvestres:
1) Não exibir animal silvestre
sem origem legal
2) Cuidado ao exibir animais silvestres
com origem legal: isso também pode estar
estimulando o consumo dos animais sem origem
3) Não estimular o consumo
ou recomendar o animal silvestre como pet
4) Não exaltar características
do animal silvestre como afetividade com humanos,
doçura, inteligência para aprendizado,
etc.
5) Não perseguir ou apanhar
animais silvestres, mesmo que para soltura imediata
6) Não demonstrar ou descrever
técnicas de captura do animal silvestre
7) Não divulgar o valor
do animal no comércio ilegal ou mesmo legal
8) Em dramaturgia (novela, cinema,
teatro) evitar exibir animais silvestres em cativeiro,
ainda que tenham origem legal
9) Se for utilizar animais silvestres
oriundos de criadouros, checar antes com o Ibama
a situação desse criadouro junto ao
órgão
10) Não produzir provas,
desafios, concursos com animais silvestres e muito
menos premiar os proprietários desses animais
11) Em reportagens sobre o tráfico,
ao exibir os métodos cruéis, esclarecer
ao espectador que não se deve comprar o animal
silvestre para cessar aquela situação,
pois isso só aumenta a captura
12) Não humanizar animais
silvestres, por mais agradável ou engraçado
que possa parecer (colocar roupinhas, fazê-los
executar jogos, operar brinquedos, etc)
13) Desmistificar sempre as crendices
associadas aos animais, como: sorte, azar, atrai
amor, cura doenças, etc.
14) Lembrar que animais ideais
para viver ao lado dos humanos são os animais
domésticos
15) Estimular e agregar valores
à observação de animais em
vida livre
16) Preocupar-se com a produção
de sentido. Perguntar sempre: que efeito essa apresentação
vai gerar na cabeça do espectador?
Airton De Grande
Ascom/Ibama/SP
+ Mais
Equipe interinstitucional discute
manejo de fauna em aeroportos
Brasília (03/04/2009) -
Ibama participou da reunião da Comissão
de Controle do Perigo Aviário no Brasil –CCPAB-
para discutir procedimentos de licenciamento de
atividades de manejo de fauna em aeroportos e a
necessidade de adoção de medidas emergenciais
para controle de animais em situações
capazes de ocasionar acidentes envolvendo aeronaves.
A participação do
Ibama faz parte do plano da Coordenação
de Gestão do Uso de Espécies da Fauna
para avanço dos entendimentos relacionados
ao manejo de fauna silvestre nas zonas de segurança
aeroportuárias. O objetivo é alcançar
uma legislação multilateral, capaz
de conjugar a proteção da fauna silvestre
à necessidade de ampliar a segurança
para as pessoas que utilizam o transporte aéreo
todos os dias em nosso país.
Representantes da Marinha, do
Centro de Prevenção e Investigação
de Acidentes Aeronáuticos da Aeronáutica,
da Divisão de Segurança de Vôo
da Infraero, Agência Nacional de Aviação
Civil, Sindicato das Empresas de Transporte Aéreo,
Divisões de segurança de vôo
da Gol e TAM, superintendentes de Meio Ambiente
da Infraero nos estados e representantes de prefeituras
municipais fazem parte do grupo que se reuniu no
aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.
Ascom/Ibama