Panorama
 
 
 

INCLUIR AS FLORESTAS NO MERCADO DE CARBONO É ATRAVANCAR O COMBATE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2009

Floresta Amazônica queima no Pará. Bonn (Alemanha) — Relatório mostra que a medida provocaria queda de 75% no preço do carbono, o que comprometeria os investimentos em tecnologias limpas

Relatório lançado pelo Greenpeace nesta semana mostra que a inclusão de medidas de proteção das florestas no mercado de carbono provocaria uma queda de 75% no preço do carbono e comprometeria os esforços globais de combate às mudanças climáticas. Países em desenvolvimento, que dependem desse mercado e de fundos de investimento para investir em tecnologias de baixa emissão de carbono, seriam os mais prejudicados. De acordo com o estudo, China, Índia e Brasil perderiam bilhões de dólares em investimentos em energias limpas se as florestas fossem incluídas em um livre mercado de carbono.

O relatório “Implicações da inclusão do REDD no mercado Internacional de crédito de carbono” em Bonn (Alemanha), onde representantes governamentais de todo o mundo estão reunidos, mais uma vez, para discutir o conteúdo do acordo que sucederá o Protocolo de Kyoto, que será negociado no final do ano. O estudo foi apresentado como parte das negociações sobre a forma de reduzir as emissões do desmatamento e degradação florestal nos países em desenvolvimento (REDD).

"Num primeiro momento, créditos florestais baratos parecem atraentes, mas uma análise mais atenta mostra que essa é uma opção perigosa que não irá salvar as florestas ou combater as mudanças climáticas. Entre as muitas opções de financiamento florestal em negociação esta é uma das que vão render muita discussão", diz Guarany Osório, coordenador da campanha de Mudanças Climáticas do Greenpeace, que participa da reunião na Alemanha.

O Greenpeace defende que os mercados de carbono sejam baseados no desenvolvimento de tecnologias limpas e renováveis e que haja um compromisso dos países desenvolvidos com o financiamento de ações de proteção florestal em países em desenvolvimento. “O ideal é que se crie um novo fundo para as florestas, promovendo o clima, a biodiversidade e o respeito aos direitos dos povos indígenas e comunidades locais”, diz Osório.

O desmatamento, principalmente das Florestas Tropicais, representa cerca de 20% das emissões globais de gases do efeito estufa. Zerar o desmatamento, portanto, é a principal forma de combater às mudanças climáticas nessas regiões.

Elaborado pela organização neozelandesa Kea 3, uma das poucas no mundo que trabalham com especialistas em floresta e clima, o estudo foi revisado pelo cientista Jayant Sathaye, membro do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática).

O relatório conclui que a inclusão de florestas no mercado de carbono provocaria os seguintes impactos:

- Depreciação do preço do carbono em 75%, o que significa que será mais vantajoso para os países desenvolvidos comprar créditos de carbono do que investir na redução das emissões de gases do efeito estufa em seu próprio território;

- Redução significativa dos investimentos em tecnologias limpas e renováveis, tanto nos países desenvolvidos quanto nas nações em desenvolvimento;

- Prejuízos para países como China e Índia que ganhariam menos com o desenvolvimento de políticas de desenvolvimento sustentável – no caso da China, R$ 10 bilhões por ano.

Começaram as discussões globais sobre o clima30 de Março de 2009Imprimir Enviar Greenpeace
Aumentar a ImagemBonn — Bonn - Alemanha - O futuro do planeta precisa de governantes que costurem acordos ambiciosos para salvar o clima.

Foi dada a largada para as discussões internacionais sobre as mudanças climáticas. As primeiras reuniões que definirão o futuro do planeta estão acontecendo esta semana em Bonn, na Alemanha, e o Greenpeace está lá para acompanhar tudo de perto. Esta manhã, ativistas desfilaram com um balão de 2 metros de altura representando o planeta pegando fogo, 60 bicicletas e com a faixa “Urgente: precisamos de líderes que combatam o clima”.

“A corrida para encontrar maneiras conjuntas de combater o aquecimento global começa aqui e os governos precisam iniciar essa rodada de conversas com vigor e determinação. Nós precisamos de líderes que consigam costurar acordos ambiciosos para salvar o clima”, disse Stephanie Tunmore do Greenpeace Internacional. Um dos assuntos que está na pauta da reunião de Bonn é determinar um acordo de médio prazo para reduzir as emissões dos países desenvolvidos. “Os países desenvolvidos precisam parar de brincar com o clima e reduzir suas emissões em, no mínimo, 40% até 2020”, completa.

Ao mesmo tempo em que acontecem as discussões em Bonn, tem início também a reunião do G20 em Londres, aonde os presidente dos EUA, Barack Obama e o presidente da China, Hu Jintao, irão se encontrar pela primeira vez.

“O encontro destes dois presidentes é uma oportunidade perfeita para que os dois maiores emissores de gases de efeito estufa encontrem uma causa comum e liderem as discussões sobre o clima. Um acordo conjunto EUA/China visando soluções para mitigar o aquecimento global pode ser um passo muito importante para quebrar esse impasse que dura décadas e dar início a um legado positivo para o clima”, analisa Tunmore.

As reuniões em Bonn são preparatórias para a Convenção do Clima de Copenhague, na Dinamarca, que acontecerá em dezembro. Lá, os governos irão definir ações concretas sobre como salvar o clima.

Mas o que deve ser acordado pelos governantes na convenção de Copenhague?

• As emissões globais tem até 2015 para chegaram ao nível máximo, e devem diminuir rapidamente após essa data, atingindo um valor próximo a zero até, no máximo, 2050;
• Os países desenvolvidos precisam reduzir suas emissões em, no mínimo, 40% até 2020. Pelo menos ¾ deste valor deve ser atingido pela redução das emissões dentro do país, sem compensar as emissões em outros locais.
• Os países em desenvolvimento devem reduzir suas emissões entre 15 e 30% até 2020, com o apoio dos países desenvolvidos;
• A criação de um mecanismo de financiamento para acabar com o desmatamento e com as emissões associadas em todos os países desenvolvidos deve ser feita até 2020. As áreas chaves para receber financiamento desse fundo são a Amazônia, a Bacia do Congo e as florstas da Indonésia e papua Nova Guiné que precisarão atingir o desmatamento zero até 2015.

Para saber mais o que cada país pode fazer para combater o aquecimento global acesse: http://www.greenpeace.org.br/cop/

+ Mais

Onde está o verde?

03 de Abril de 2009 - Atividade do Greenpeace realizada na Nova Zelândia durante o Dia de Ação Global sobre mudanças climáticas. O mundo pede ações urgentes.
São Paulo (SP), Brasil — Líderes do G-20 ignoram solenemente a crise climática mundial

O resultado do encontro do G20, que reuniu hoje (2/4) em Londres, líderes dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, deixou claro que não existe vontade política por parte da maioria dos governos para resolver as questões ambientais e promover o desenvolvimento sem comprometer o futuro do planeta. Em contrapartida, foi anunciado que bilhões de dólares serão injetados em um sistema econômico em ruínas. Os líderes do G-20 perderam, assim, a oportunidade ímpar de garantir a estabilidade ambiental do planeta.

"Os maiores emissores de gases de efeito estufa no mundo falharam ao não assumir o compromisso de construir um novo modelo econômico sustentável e eliminar suas emissões. Bilhões de dólares serão destinados ao FMI e ao Banco Mundial, mas não há dinheiro para o desenvolvimento de uma economia verde, com investimentos em serviços e tecnologias com emissão zero de gases de efeito estufa”, afirma Marcelo Furtado, diretor executivo do Greenpeace no Brasil.

É evidente o forte vínculo entre a economia e a sobrevivência do clima do planeta. A crise climática aumenta a probabilidade de migrações em massa, fome e extinções, o que resultará em quadros de pobreza permanentes dos países em desenvolvimento e numa diminuição do crescimento das principais economias globais.

Para o Greenpeace, os países ricos do G20 deveriam se comprometer a direcionar pelo menos 1% do seu PIB para o combate às mudanças climáticas. Em contrapartida, os demais se comprometeriam a acabar com suas emissões de carbono e investir em um futuro energético renovável.

No longo prazo, a economia só irá se recuperar se houver um combate às mudanças climáticas. Se os líderes não tomarem uma atitude urgente ainda este ano, os impactos das mudanças climáticas vão custar mais de 20% do PIB, incluindo as mortes e espécies em extinção de acordo com Nicholas Stern, ex-economista chefe do Banco Mundial. O valor é maior do que o registrado durante a Grande Crise Econômica e as duas Guerras Mundiais juntas.“A crise climática é tão real quanto a crise econômica e certamente será muito mais longa. Não há tempo a perder. Salvar o Planeta é agora ou agora.”, diz Furtado.

O Brasil como quarto maior emissor do planeta tem um importante papel nesta história: tem que zerar seu desmatamento e fazer uma revolução energética com energias renováveis. Como parte dos esforços do Greenpeace para exigir dos governos ações concretas e urgentes, ontem (1/4), no Rio de Janeiro, ativistas penduraram uma faixa, na Ponte Rio-Niterói, de 50m x 30m, com a mensagem: “Líderes mundiais: o clima e as pessoas em primeiro lugar”.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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