01 de
abril de 2009 - As ações ecoeficientes
desenvolvidas por empresas mineiras são alvo
de um trabalho desenvolvido pela Fundação
Estadual do Meio Ambiente (Feam): o Índice
de Produção mais Limpa. Voltado para
as indústrias de transformação,
quando concluído, o índice será
base para se estabelecer critérios que avaliem
atividades ambientalmente mais adequadas desenvolvidas
por esses empreendimentos a fim de reconhecer tais
práticas.
De acordo com o engenheiro ambiental
e um dos responsáveis pela elaboração
dos indicadores, Felipe Gomes, o trabalho pretende
avaliar o que as indústrias de transformação
têm feito além do que é determinado
em lei, no que se refere à preservação
do meio ambiente. "A idéia é
avaliar ações de ecoeficiência
praticadas pelas empresas", afirma.
Para o desenvolvimento dos índices
foi contratado um consultor, especialista em produção
mais limpa, que começou a trabalhar com os
dados já existentes no Sistema Estadual do
Meio Ambiente (Sisema). "Queríamos ver
o resultado do trabalho usando apenas essas informações.
Definimos, então, seis segmentos industriais:
siderurgia, laticínios, curtume, cimenteiras,
têxtil e metal/mecânica e selecionamos
alguns indicadores como o consumo de energia e de
materiais (quantidade e características),
geração de efluentes ou resíduos
e se o produto gerado é reciclável
ou não", explica Felipe.
Na segunda fase do trabalho, que
está em andamento, foram selecionadas seis
empresas, sendo uma de cada segmento. Elas foram
convidadas a participar do projeto fornecendo dados
que serão usados para a validação
dos indicadores selecionados. "Estamos concluindo
essa etapa para realizarmos a divulgação
do índice. Depois, pretende-se elaborar uma
Deliberação Normativa (DN) onde será
instituído um programa voluntário
que buscará conceder benefícios as
indústrias que se destacarem em suas praticas
de ecoeficia, completa o engenheiro.
Fonte: Ascom/ Sisema
+ Mais
Estudo indica estabilidade na
qualidade das águas de Minas
A qualidade das águas dos rios de Minas em
2008 permanece em níveis similares ao do
último levantamento, realizado no ano anterior.
É o que aponta estudo divulgado nesta quinta-feira
(26/03) pelo Instituto Mineiro de Gestão
das Águas (Igam). De acordo com o mapa da
qualidade das águas de Minas Gerais, houve
um aumento da ocorrência de águas de
boa qualidade, passando de 27,3% em 2007 para 28,3%
em 2008. A ocorrência de água com condição
de qualidade muito ruim diminui de 2,5% em 2007
para 2,0% em 2008. O índice de qualidade
médio permaneceu predominante, representando
45,1%.
Na avaliação do
secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável, José Carlos Carvalho,
a manutenção dos índices de
qualidade bom e médio em cerca de 80% das
águas mineiras reflete a integração
de ações e esforços implantada
em Minas. "A articulação de ferramentas
de gestão como o Mapa de Qualidade das Águas
com as ações de fiscalização
e regularização ambiental, somadas
às ações planejadas com metas
definidas dos Projetos Estruturadores do estado,
demonstra que estamos conseguindo controlar o impacto
das pressões econômicas e populacionais
em nossos recursos naturais", afirmou.
Para analisar a qualidade das
águas em Minas, o Igam avalia dois indicadores:
Índice de Qualidade das Águas (IQA),
que reflete a poluição em decorrência
da matéria orgânica e fecal, sólidos
e nutrientes, e o indicador de Contaminação
por Tóxicos (CT), que se refere à
contaminação por substâncias
tóxicas como chumbo, nitrogênio e fenóis.
As amostras de água para análise são
coletadas trimestralmente em 353 pontos de monitoramento
das águas superficiais, distribuídos
em todo o Estado. "A partir deste ano, o Igam
vai fazer o lançamento do mapa da qualidade
das águas trimestralmente, em cada uma das
reuniões do Conselho Estadual de Recursos
Hídricos, para avaliarmos trimestralmente
como se comporta a qualidade das águas, que
é modificada sazonalmente", informou.
O mapa da qualidade era apresentado anualmente,
durante o Fórum das Águas.
A diretora de Monitoramento e
Fiscalização Ambiental, Marília
Melo, destacou a importância do monitoramento
da qualidade das águas para dar transparências
às informações e subsídios
para determinar ações de melhoria
contínua da qualidade das águas. "O
monitoramento é base para outros instrumentos
de gestão, como a outorga e planos de recursos
hídricos, e fiscalização. Este
ano toda a fiscalização do Sistema
Estadual de Meio Ambiente foi embasada nos nossos
dados de monitoramento", exemplificou.
De acordo com Marília Melo,
as bacias hidrográficas dos rios Pardo, no
nordeste do Estado, do rio Paranaíba e do
rio Jequitinhonha apresentam as melhores condições
da qualidade das águas, com predominância
de IQA bom (75%, 54,2% e 53,8% respectivamente).
Na bacia do Pardo, a CT baixa foi constatada em
100% das amostras, no Paraíba do Sul, em
79,3% e no Jequitinhonha em 84,6%. "Em Minas
Gerais, nós podemos identificar claramente
o aumento da ocorrência de contaminação
por tóxico baixa. A contaminação
por tóxico tem um indicador muito direto
que é de contaminação por efluentes
agroindustriais e, apesar de todo o crescimento
econômico no Estado, nós tivemos uma
melhoria significativa do CT baixa, representando
63,5% das ocorrências", complementou.
Na bacia do rio das Velhas, uma
das principais bacias afluentes do rio São
Francisco e que possui um grande adensamento populacional,
a ocorrência do índice de qualidade
das águas bom (IQA Bom) aumentou passando
de 17,8% em 2007 para 18,4% em 2008. Os dados apontam,
ainda, a diminuição do IQA muito ruim,
de 9,3% em 2007 para 5,9% em 2008.
Foi verificada também uma
redução das concentrações
médias da Demanda Bioquímica de Oxigênio
(DBO) em relação ao ano de 2007 na
bacia, ou seja, as águas estão mais
oxigenadas, fato que favorece a vida aquática.
A diretora de Fiscalização e Monitoramento
do Igam, Marília Melo, observa que a diminuição
pode estar associada aos investimentos em saneamento
que estão sendo realizados pelo ‘Projeto
Estruturador Meta 2010'. "A instalação
das Estações de Tratamento de Esgotos
(ETEs) nos ribeirões Arrudas e Onça,
na região metropolitana de Belo Horizonte
devem ser percebidas com maior nitidez em médio
prazo", afirma.
A análise dos dados de
IQA da bacia do rio Paraopeba, outro afluente do
rio São Francisco, mostra que, assim como
nos anos anteriores, a freqüência anual
de ocorrências de IQA ‘médio' permaneceu
predominante em toda a bacia (46,6%). Também
predominou a Contaminação por Tóxicos
‘baixa', com 66,7% de ocorrência nos pontos
de amostragem.
Na bacia do rio Paraíba
do Sul em 2008 pôde-se observar que predomina
o Índice de Qualidade das Águas ‘médio'
(51%), resultado que vem sendo observado desde o
início do monitoramento em 1997.
Marília Melo apontou, ainda,
ações que podem ser implementadas
para melhorar ainda mais a qualidade da água
no Estado, destacando o tratamento de esgoto, manejo
adequado do solo, recomposição da
mata ciliar, utilização adequado dos
fertilizantes agrícolas e disposição
adequada de resíduos sólidos.
Investimentos O secretário
José Carlos Carvalho observa que o Governo
de Minas vem investindo sistematicamente na melhoria
dos sistemas de tratamento de esgoto, o que influi
diretamente na qualidade da água. "O
planejamento estratégico de Minas Gerais
está orientando as ações, evitando
investimentos pulverizados pelos diferentes órgãos",
afirma. Ele ressalta que os recursos destinados
à recuperação do rio das Velhas
são os maiores feitos pelo Governo de Minas
em todas as áreas. "Até 2010,
a Copasa investirá R$ 1,3 bilhão na
revitalização do rio", afirma.
O secretário afirma que
o Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema) vem
concentrando esforços para que os municípios
redobrem sua atenção na questão.
Ele lembra que os programas ‘Minas Sem Lixões'
e ‘Minas Trata Esgotos', executados pela Fundação
Estadual de Meio Ambiente (Feam), pretendem auxiliar
os municípios a darem tratamento adequado
aos seus resíduos e incentivar o tratamento
correto do esgoto. José Carlos Carvalho observa
que o trabalho de recuperação de áreas
de preservação permanente, como as
matas ciliares, executado pelo Instituto Estadual
de Florestas (IEF), é uma vertente importante
no trabalho integrado realizado em Minas Gerais.