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NÃO HÁ MAIS TEMPO PARA DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, AFIRMAM PESQUISADORES

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2009

Amanda Mota - Repórter da Agência Brasil - Manaus - Pesquisador em meteorologia pelo Insituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Meteorologia, Prakki Satyamurty defende que o mundo adote outro caminho para reverter o quadro de destruição do meio ambiente que tem como conseqüência as mudanças climáticas.

Para ele, o desenvolvimento sustentável já não é o caminho mais aconselhável para a reversão desse quadro. A saída agora, segundo Satyamurty, seria a retirada sustentável, ou seja, a diminuição drástica do consumo de recursos naturais, aliada a um controle de natalidade que levasse a um crescimento menos acelerado do número da população mundial.

Ao falar sobre o tema escolhido pela Organização Meteorológica Mundial para marcar o Dia Mundial Meteorologia de 2009 - Tempo, clima e ar que respiramos - o pesquisador disse que a capacidade do planeta Terra de suportar o uso que se faz dos recursos naturais está cada vez mais limitada.

Por isso, Satyamurty defende que o consumo de recursos naturais deveria ser menor ou igual à reposição dessas riquezas ambientais na natureza. Segundo ele, a exploração dos recursos naturais pela população mundial já ultrapassou a capacidade de oferta do meio ambiente em escala global.

“Já passou o tempo do desenvolvimento sustentável. Agora é tempo de fazer uma retirada sustentável, ou seja, temos que retirar, gradativamente, por exemplo, o número de automóveis das ruas. Tudo o que foi colocado em excesso e hoje contribui para a destruição do meio ambiente precisa sair de cena. Esse é um assunto muito polêmico, mas as autoridades precisam parar e pensar em tudo o que está acontecendo. O mundo tem que mudar para melhor”, observou.

Satyamurty participou, neste semana, da programação realizada pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) em alusão ao Dia Mundial da Meteorologia, comemorado em 23 de março.

Em palestra a estudantes da universidade, o pesquisador polemizou as estratégias pensadas em escala mundial para lidar com os diversos problemas causados pelas mudanças climáticas, como a falta de água. Segundo ele, a população mundial quadruplicou em 50 anos e o aumento da temperatura da superfície terrestre, do nível dos oceanos, bem como a poluição de todos ambientes são as principais conseqüências desse crescimento populacional.

“Com o aumento da população mundial, a diminuição das áreas de floresta e de espécies animais é inevitável. Mais áreas de lavoura, pastos e gado. Tudo isso provocou aumento de gás carbônico, gás metano e aumento substancial da temperatura na Terra”, relatou.
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Ainda de acordo com o pesquisador indiano, assim como foi criado o mercado do crédito de carbono, também deveria existir o crédito de população. Para ele, outra missão das autoridades é o reflorestamento.

“Todo país que estivesse crescendo demais deveria pagar por isso. Seria um incentivo à redução das populações e um benefício para o meio ambiente como um todo porque o planeta não agüenta mais essa situação.”

Na avaliação do chefe da divisão de Meteorologia do Centro Técnico Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) no Amazonas, Ricardo Delarosa, é incontestável que o desenvolvimento e o progresso geram perturbações e degradações nos sistemas naturais. Contudo, ele ponderou que o grande problema das nações não é a falta de alimentos, mas a distribuição imperfeita desses recursos alimentares.

“Entendo que o que está acontecendo é uma distribuição desigual das riquezas e recursos. A população cresceu bastante, mas a produção de alimentos também cresceu”, disse.

Com relação à polêmica avaliação de Satyamurty sobre a retirada sustentável, Delarosa ponderou que não existe maneira de desenvolver sem degradar de alguma forma. Para ele, a redução da população seria uma das alternativas existentes.

“Eu entendo que o desenvolvimento sustentável é um paradoxo. Não vejo como desenvolver e, ao mesmo tempo, ter sustentabilidade, pelo menos não do ponto de vista da conservação dos sistemas naturais como a gente os conhece hoje. Temos que trabalhar para minimizar esse custo que é um ônus imposto à natureza. Na minha opinião, é preciso haver uma conscientização de que é preciso distribuir melhor os recursos e as riquezas. Acho que isso seria mais efetivo do ponto de vista de preservar mais o ambiente que a gente vive”, concluiu.

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Brasil é o quarto emissor mundial de gases do efeito estufa, aponta WWF

Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - A Hora do Planeta, o manifesto que será realizado hoje (28) em 84 países do mundo, como alerta para os efeitos das mudanças climáticas, tem um significado especial para o Brasil, por deter as maiores áreas ainda preservadas de florestas tropicais do planeta, mas que aparece como o quarto maior emissor de carbono - o principal gás do efeito estufa.

A avaliação é da superintendente de Desenvolvimento Organizacional da organização não-governamental WWF, Regina Cavini, uma das organizadoras do evento, que incentiva o apagar de luzes, entre as 20h30 e as 21h30, de casas, prédios públicos e monumentos em todo o país.

“O Brasil é o quarto emissor de gases de efeito estufa no mundo e a principal causa da emissão no país é o desflorestamento e as queimadas na região Amazônica”, afirmou Regina. Segundo ela, ao contrário de outros países, o Brasil não tem sua matriz energética baseada em combustíveis fósseis, mas tem a queimada na Amazônia contribuindo para lançar toneladas de carbono na atmosfera.

A integrante do WWF disse que existem avanços na política brasileira para o meio ambiente, mas também previu enormes desafios nos próximos anos.

“O WWF vê que o governo brasileiro tem feito um esforço grande para controlar o desmatamento na Amazônia, mas isso não pode ser só um esforço do governo, tem o papel das empresas também e de toda a sociedade, de estarem contribuindo para esse resultado”, enfatizou.

A ambientalista reconheceu que eventos como a Hora do Planeta são insuficientes para levar a mudanças concretas, mas destacou que o movimento carrega um simbolismo importante para as populações de todas as partes do mundo.

“A Hora do Planeta é insuficiente, não vai dar conta do problema, mas é uma forma das pessoas mostrarem para os governos que a questão ambiental do aquecimento global é muito importante”, definiu.

Segundo ela, a verdadeira mudança só vai ocorrer a partir de cada indivíduo. “Temos que ser mais eficiente energeticamente, durante as escolhas de compra, optando por eletrodomésticos que utilizem menos energia e nos hábitos pessoais, usando menos água e separando o lixo. São pequenas coisas que a gente pode ir mudando e que, no final, se todos fizerem, representam um grande resultado.”

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Greenpeace protesta na Ponte Rio-Niterói contra aquecimento global

1 de Abril de 2009 - Thais Leitão - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - Manifestantes do grupo ecológico Greenpeace protestaram contra as mudanças climáticas que atingem o planeta na manhã de hoje (1º) na Ponte Rio-Niterói. Durante o ato, dez alpinistas penduraram, com técnicas de rapel, uma faixa na altura do Vão Central para alertar os líderes do G20, o grupo dos países mais ricos do planeta, que se reúnem amanhã (2), em Londres, para a necessidade de se preocuparem não apenas com a crise financeira internacional, mas também com as mudanças climáticas.

Com uma faixa dizendo World leaders: climate and people first, que significa “Líderes mundiais: clima e pessoas primeiro”, os ambientalistas quiseram passar o recado que é preciso discutir não só a economia, mas as questões ambientais também.

De acordo com um dos representantes do grupo, Paulo Adário, coordenador da Campanha Amazônia, a crise na economia é cíclica, já a climática pode ser irreversível.

“Os países ricos são responsáveis por 85% da riqueza mundial e também das emissões de carbono no planeta. Com isso, são os grandes responsáveis pelo desastre que os cientistas da ONU [Organização das Nações Unidas] anunciam para o futuro. Queremos que eles assumam sua responsabilidade”, afirmou.

Para o Greenpeace, os países desenvolvidos devem reduzir as emissões em pelo menos 40% até 2020, em comparação com os níveis de 11000. Os ambientalistas esperam, ainda, que países em desenvolvimento também lutem contra o aquecimento global e apontam o Brasil como quarto maior emissor de gases do efeito estufa, por causa dos desmatamentos na Amazônia.

Em decorrência do protesto, o trânsito na Ponte Rio-Niterói ficou tumultuado, no sentido Rio de Janeiro, desde o início da manhã, com congestionamento desde os acessos. A Polícia Rodoviária Federal informou que onze manifestantes foram detidos e levados para o posto da Polícia Federal, em Niterói. Para estender a faixa, de 50 metros (m) de comprimento e 30 m de altura, parte do grupo interditou uma das faixas.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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