Cléo
é o nome da cachorrinha de Marcela, o mesmo
nome da gatinha do Iago. Murilo tem um Pitibull,
chamado Rulegan e Cauã adora o seu vira lata
Max. Entre coincidências e diferenças,
entre os bichos de estimação dessa
garotada, hoje elas aprenderam a importância
de se cuidar dos animais e o papel de cada um deles
na natureza, na sociedade e no meio ambiente. Marcela,
Iago, Murilo e Cauã são alunos do
quarto ano da Escola Estadual Amorim Lima, e participaram,
em 31.03, no Zôo Safári, da inauguração
do “Bicho Legal”, o segundo espaço de educação
ambiental do programa Criança Ecológica.
Fred Fauno, mascote do programa
no Zôo, também estava lá e acompanhou
as crianças no trajeto do Bicho Legal, que
começa no espaço “Biomas”, passa por
dentro do Zôo Safári, local onde as
crianças interagem com os animais que transitam
livremente pelo parque, e termina dentro do Parque
Zoológico, onde atividades lúdicas
ajudam “ os pequenos heróis do planeta” a
assimilar tudo o que viram na visita.
O espaço, que aborda a
Agenda Verde, da fauna, coloca a meninada no mundo
dos biomas brasileiros – Mata Atlântica, Cerrado,
Pantanal e Floresta Amazônica -, ilustrando
as riquezas da fauna e flora de cada lugar. Além
da cenografia impressionante, nestes espaços
as crianças podem sentir os cheiros, os sons
e as temperaturas de cada recanto Brasileiro. “Aqui
está muito mais quente”, comentou Iago ao
sair da Mata Atlântica e adentrar no espaço
que simula o Cerrado.
“Eu achava que a onça morava
na Amazônia e não no Pantanal”, comentou
Larissa Spina após a visita. Para a aluna
de 10 anos, a visita ao “Bicho Legal” ensinou que
o Brasil tem habitats distintos e que abrigam diversos
animais. “Habitat é o lugar onde os animais
moram, até as pessoas”, resumiu Larissa,
mostrando que prestou bastante atenção
nos comentários dos monitores.
Criança Ecológica
“Há muitos anos a secretaria
Estadual do Meio Ambiente e os órgãos
a ela vinculados já fazem educação
ambiental. Uns mais, outros menos, mas sempre tivemos
espaços que recebem milhares de crianças
mensalmente. Senti que faltava uma integração
maior, uma linguagem unificada. Por isso, criamos
o Criança Ecológica, a marca do governo
do Estado de São Paulo para as ações
de educação ambiental”. Assim o secretário
do Meio Ambiente, Xico Graziano, resumiu o Programa
de educação ambiental da pasta, lançado
no dia 19 de março, no Parque Villa Lobos,
na Zona Oeste da Capital.
Com uma proposta inovadora, o
Criança Ecológica surgiu com projetos
pedagógicos divididos em quatro agendas ambientais
– azul, para água; verde, para fauna e flora;
cinza, para poluição; e amarela, para
o aquecimento global e educação para
a vida. Ao todo, 35 espaços em todo o Estado
foram selecionados para sediar atividades do Programa,
entre parques e Unidades de Conservação.
“Não se trata de ensinar ecologia, mas estimular
as crianças a terem atitudes diferentes,
serem militantes ambientais, agentes de mudanças
que nós adultos não fomos capazes
de fazer”, falou Graziano.
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Para a coordenadora de Educação
Ambiental da Secretaria Estadual do Meio Ambiente,
Malu Rocha Freire, o Programa Criança Ecológica
é o início da construção
de uma política pública de educação
ambiental. “O nosso desafio, agora, é dotar
o Estado de São Paulo com uma infra-estrutura
capaz de implementar essa ousada proposta de educação
ambiental”, destacou Malu, que acredita nos recursos
humanos como o grande diferencial do Programa. “O
ingrediente fundamental para se fazer educação
ambiental é gente”.
No final da visita, cada criança
presente ganhou o livro “Criança Ecológica:
Sou dessa turma”, onde Fred Fauno e seus amigos
lutam contra os vilões do meio ambiente.
A professora Therezinha Maria da Silva, que acompanhou
os 30 alunos da Escola Amorim Lima, garantiu que
de agora em diante, meio ambiente estará
presente em suas aulas. “Parece um sonho, é
como poder fazer parte de cada pedacinho das riquezas
do Brasil”, declarou encantada a professora. No
que depender de Therezinha, 30 “crianças
ecológicas” nasceram hoje junto com o “Bicho
Legal”.
Texto: Evelyn Araripe Fotografia: José Jorge
+ Mais
Colheita mecanizada da cana de
açúcar é realidade em aproximadamente
50% do Estado.
01/04/2009 - 11:36 - Balanço
mostra que em São Paulo houve um acréscimo
de 157 mil hectares na área colhida com máquinas.
O fim da queima da palha da cana
de açúcar no Estado está próximo.
Na safra 2008/2009, dos 3,9 milhões de hectares
colhidos, 49,1% foi feito com máquinas, evitando,
assim, a queima e a emissão de poluentes
na atmosfera. Esse número coloca o Estado
de São Paulo na frente de outros estados
que são grandes produtores de cana, como
Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul
e Goiás, que queimam entre 60% e 80% da palha
da cana que produzem.
O avanço da cana crua é
resultado do projeto estratégico Etanol Verde,
da Secretaria Estadual do Meio Ambiente – SMA, que
promove o Protocolo Agroambiental do Setor Sucroalcooleiro
Paulista, já assinado por 155 usinas, correspondente
a 90% das unidades paulistas, e 24 associações
de fornecedores. O Protocolo prevê a antecipação
do fim da queima da palha de cana de açúcar
para o ano de 2014, em áreas mecanizáveis,
e em 2017, em áreas não mecanizáveis.
Apesar da crise no setor, a cana
continuou sua expansão no Estado, com um
acréscimo de 120 mil hectares da área
total colhida. Já, a área mecanizada,
comparada a safra anterior, aumentou em 157 mil
hectares, o que reflete a mudança para técnica
mecanizada. A redução da queima foi
de 25 mil hectares, um avanço importante,
porém não tão grande quanto
o do ciclo passado que foi de 140 mil hectares.
“A cana bisada, aquela que estava planejada para
colheita, mas ficou no campo, influenciou os dados
dessa safra. Existe um avanço forte da colheita
mecanizada, mas esses números só vão
ser refletidos no próximo balanço.”,
explica o secretário estadual do Meio Ambiente,
Xico Graziano.
A média de cana bisada
em cada safra é de 4%, mas nos primeiros
meses de 2009 o número subiu para 12%, o
que significa que 500 mil hectares deixaram de ser
colhidos. Segundo o gerente do projeto Etanol Verde,
Ricardo Viegas, as regiões mais mecanizadas
tiveram o maior índice de cana bisada, que
será colhida e contabilizada na próxima
safra. “Mesmo com a redução nessa
safra, a meta da eliminação da queima
em áreas mecanizáveis ainda será
cumprida até 2014. Esse patamar não
será revisto.”, afirma.
Meio ambiente preservado
Os resultados do Protocolo Agroambiental
apresentam efeitos positivos na preservação
ambiental. Caso toda safra paulista seguisse a Lei
Estadual 11.241/02, que autoriza a queima de até
70% da área, teríamos uma área
de queima de 2,7 milhões de hectares. Isto
significa que deixaram de ser queimados 1000.564
hectares, levando a uma redução de
cerca de 2,3 milhões de toneladas de monóxido
de carbono e deixaram de ser emitidas cerca de 200
mil toneladas de material particulado e 330 mil
toneladas de hidrocarbonetos.
“Os três bons avanços
que vieram com o Protocolo Agroambiental são
a redução da queima, a economia de
água e a recuperação de mata
ciliar”, conta Ricardo Viegas. Para cumprir as diretivas
do Protocolo o setor sucroalcooleiro assumiu o compromisso
de recuperar e preservar 185 mil hectares de mata
ciliar, além de reduzir o seu consumo de
água para entre 0,7 e 1,0 m³ por tonelada
de cana. “Estimamos que a área de mata ciliar
recuperada ainda chegará a 250 mil hectares
e muitas usinas já conseguiram reduzir seu
consumo de água, que antes era de 3,0 a 4,0
m³ por tonelada”, explica Viegas.
Texto: Ludmilla Fregonesi