03/04/2009
- Os trabalhos de reabilitação e criação
em cativeiro de peixes-bois da Amazônia, realizados
pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(Inpa/MCT), têm gerado bons resultados. Prova
disso é a reintrodução desses
animais na natureza, uma atividade iniciada no ano
passado, e que ocorrerá novamente este ano.
Neste sábado (4), mais dois animais, Xibó
e Mapixari, serão devolvidos ao seu habitat
natural.
Xibó e Mapixari estão
no Instituto desde 1999 e 2000, respectivamente.
Eles serão levados até a Reserva do
Cuieiras, localizada a 60 km ao norte de Manaus
– AM, por uma equipe de técnicos e pesquisadores
do Laboratório de Mamíferos Aquáticos
(LMA/Inpa), da Associação Amigos do
Peixe-boi (Ampa) e do Instituto de Pesquisas Ecológicas
(IPÊ). A equipe sairá do Inpa às
22h, em direção a Marina do Davi,
na Estrada da Ponta Negra.
Monitoramento
A pesquisadora e chefe do LMA/Inpa,
Vera Silva, disse que os animais serão monitorados
em tempo integral. Uma equipe permanecerá
na Reserva para acompanhá-los. “Os peixes-bois
serão monitorados via radiotelemetria. A
técnica consiste na instalação
de um rádio-colar com um transmissor no pendúculo
caudal do animal, o qual enviará sinais de
VHF para o receptor que estará com os pesquisadores,
possibilitando assim, a sua localização
e acompanhamento”.
Vera Silva explicou que a equipe
também medirá a velocidade de deslocamento
e a profundidade de mergulho dos animais. “Em colaboração
com pesquisadores da Universidade de Tóquio
(Japão), vamos instalar nos animais um aparelho
(data logger) que medirá a velocidade de
deslocamento, profundidade de mergulho, ângulo
do corpo durante o deslocamento e a trajetória
dos peixes-bois. Esperamos que essas informações
melhorem nosso conhecimento sobre esses fascinantes
animais”, ressaltou.
Riscos
A pesquisadora informou que os
peixes-bois naturalmente já correm riscos,
principalmente no que se refere à caça
ilegal. Mas se tratando de um animal de cativeiro,
esse risco é exponencialmente maior. “Em
cativeiro o animal perde parte do comportamento
natural arredio em relação ao ser
humano. Outro fator de risco é à habilidade
em encontrar alimento. O monitoramento em tempo
integral durante um longo período após
a soltura visa, entre outras coisas, minimizar esses
riscos e registrar todas as informações
de comportamento que irão basear futuras
ações”.
De acordo com Silva, a continuidade
desse projeto vai depender das informações
e resultados destas primeiras experiências.
“Ainda é cedo para definirmos um número
de animais a serem reintroduzidos, mas o ideal seria
devolver à natureza todos os animais reabilitados
e saudáveis do plantel do Inpa”, explicou.
Soltura
O veterinário do Instituto,
Anselmo D´Affonsêca, informou que os
dois animais selecionados chegaram ao Inpa ainda
filhotes, mas saudáveis e já bem desenvolvidos,
com idades estimadas entre 6 e 8 meses, respectivamente.
“Nesta fase, eles não aceitam bem o aleitamento
artificial, então passaram a ser alimentados
exclusivamente com vegetais, o que os tornou naturalmente
mais ariscos do que aqueles que recebem mamadeiras
por tempo prolongado. Esta foi uma das características
para elegermos esses dois indivíduos para
a soltura”. D´Affonsêca também
informou que Xibó e Mapixari são machos
subadultos, “estão muito bem de saúde
e tem 9 e 10 anos de idade”.
Sobre a AMPA
A Associação Amigos
do Peixe-boi é uma sociedade civil de direito
privado, sem fins lucrativos que tem por objetivo
promover atividades de proteção, conservação,
pesquisa e manejo do peixe-boi da Amazônia
e dos outros mamíferos aquáticos existente
na região: a ariranha, a lontra, o boto vermelho,
e o tucuxi.
+ Mais
Instituto antártico é
homenageado pelo Ministério do Meio Ambiente
01/04/2009 - O Instituto Nacional
de Ciência e Tecnologia Antártico de
Pesquisas Ambientais (INCT-APA), um dos 123 institutos
lançados em novembro último pelo Conselho
Nacional de Desenvolvimento Tecnológico (CNPq/MCT),
foi homenageado hoje (1) pelo Ministério
do Meio Ambiente (MMA). O ministério é
um dos parceiros na rede de estudos antárticos,
que tem mais de 40 pesquisadores ligados a 16 instituições.
Na cerimônia realizada no
auditório Guimarães Rosa, na sede
do MMA, foram lançados também dois
selos postais lembrando a Proteção
dos Pólos e das Geleiras. Os selos marcam
também o encerramento do Ano Polar Internacional
(API 2007-2008).
O INCT - APA é sediado
no Instituto de Biologia da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ). A instituição
visa ser referência em pesquisa ambiental
antártica e na preservação
daquele continente como bem da humanidade.
A missão do órgão
é valorizar a região antártica
e desenvolver investigações científicas,
promover a difusão e a gestão ambiental.
Tem como perspectiva a integração
entre pesquisadores e a construção
de conhecimentos integrados.
Além das pesquisas o Instituto
disponibiliza consultorias e serviços como
de monitoramento e avaliação das regiões
de deslocamento das frentes frias da Antártica
até a América do Sul, especialmente
o Brasil; estuda o efeito estufa e as alterações
na química da atmosfera e sua influência
no clima; investiga o efeito da retração
das geleiras e suas implicações. Os
efeitos do impacto ambiental (natural e antrópico
) também são temas do rol de pesquisas
realizadas, bem como desenvolver um sistema de gestão
ambiental e promover a inserção do
tema Antártica na educação
formal.
Para saber mais sobre o instituto visite o site
www.cnpq.br
+ Mais
Encontro discute emissões
de gases de efeito estufa
03/04/2009 - Termina hoje (3),
em Recife (PE), a 4ª Reunião da Rede
Nacional de Inventário das Emissões
de Gases de Efeito Estufa (GEE) do Setor de Resíduos
Sólidos Urbanos. O principal objetivo do
encontro é a preparação do
2º Inventário Nacional de Emissões
Antrópicas de GEE. Durante o evento, será
lançada a Rede Nordeste de Inventário
de Emissão de GEE.
Os técnicos também
discutem a metodologia empregada na elaboração
dos Inventários Estaduais, com distribuição
de material necessário para adesão
e participação de todos os Estados
que compõe a região Nordeste.
Hoje (3), os participantes conhecerão
a experiência do Projeto Piloto para Recuperação
Energética do Biogás no Aterro da
Muribeca (Jaboatão/PE), de aproveitamento
energético do biogás, e em seguida
visitarão a célula experimental da
Companhia Energética do São Francisco
(Chesf), que utiliza biogás para geração
de energia elétrica.
Rede
A Rede Nacional de Inventário
de Emissões de GEE no setor de resíduos
sólidos urbanos, efluentes industriais e
esgotos domésticos foi criada a partir de
convênio firmado entre o Ministério
da Ciência e Tecnologia (MCT) e a Companhia
de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb),
do estado de São Paulo.
Os objetivos da Rede são
elaborar uma estimativa preliminar das emissões
nacionais de GEE do setor tratamento de resíduos
e revisar a estimativa preliminar das emissões
de GEE do setor tratamento de resíduos, incorporando
contribuições locais. Em seguida,
a Rede elabora e publica o Relatório de Referência
do Setor de Tratamento de Resíduos, que servirá
de base para a preparação do Inventário
Nacional de Emissões de Gases de Efeito Estufa,
no período de 11000 a 2005.
A Rede Nacional quer incluir informações
e parâmetros mais precisos e acurados sobre
o tratamento e destinação final de
resíduos e conseqüentes emissões
de GEE’s nas regiões do Brasil. Este fato
vem sendo impulsionado pela obtenção
de Certificados de Emissões Reduzidas de
GEE’s por meio de Projetos de Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo (MDL), viabilizando a implantação
e operação de aterros sanitários
e pela recuperação de áreas
degradadas pela disposição inadequada
dos resíduos.
A intenção da Rede
é contribuir para a melhoria da sustentabilidade
econômica e sócio-ambiental dos municípios.
O encontro é realizado pelo MCT, Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE) e seu Grupo de Resíduos
Sólidos (GRS) e governo de São Paulo.
Mudanças do clima
Como signatário da Convenção-Quadro
das Nações Unidas sobre Mudanças
do Clima, o Brasil apresentou, em 2004, seu primeiro
Inventário Nacional de Emissões de
Gases de Efeito Estufa (GEE) Não Controlados
pelo Protocolo de Montreal. Na ocasião, foram
abordadas as emissões dos principais GEE
(CO2, CH4, N2O, HFCs, PFCs, SF6) e estimadas as
emissões dos chamados GEE indireto, como
os óxidos de nitrogênio (NOx), o monóxido
de carbono (CO²) e compostos orgânicos
voláteis não metânicos (NMVOCs).
A Convenção-Quadro
das Nações Unidas sobre a Mudança
do Clima (CQNUMC) é um tratado internacional
que foi resultado da Conferência das Nações
Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento
(Cnumad), informalmente conhecida como a Cúpula
da Terra, realizada no Rio de Janeiro em 1992.
Este tratado foi firmado por quase
todos os países e tem como objetivo a estabilização
da concentração de gases do efeito
estufa (GEE) na atmosfera em níveis que evitem
a interferência perigosa com o sistema climático.