Belém
(06/04/09) Foi registrada uma diminuição
de mais de 70% na população de urubus-da-cabeça-preta
no Aterro Sanitário de Marabá/PA entre
o mês de fevereiro e março deste ano.
Esse decréscimo é resultado da melhoria
da qualidade e eficiência da cobertura do
lixo no local. Esta foi uma das medidas sugeridas
pelo Grupo Ambiental, do qual fazem parte, o Núcleo
de Fauna da Gerência Executiva do Ibama em
Marabá, a Prefeitura do município,
por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente
e da Secretaria de Obras (SEVOP), e pela Infraero,
apoiada pelo ICMBio, com o Centro Nacional de Pesquisa
para Conservação de Aves Silvestres
(Cemave).
De acordo com a analista ambiental
do Ibama regional, Franciléia Lobo, a população
de urubus no aterro era estimada em cerca de 4.600
indivíduos em fevereiro. Isso porque foi
constatado que o Aterro do município fica
na Área de Segurança Aeroportuária
(ASA), a 5 km do aeroporto, e é um dos principais
atrativos dos animais para o local. “Este é
um problema de muito tempo, que não poderia
ser solucionado com o sacrifício dos urubus,
e, sim, com a retirada da fonte de atração
para eles, como o lixão de Marabá,
os lixos clandestinos, frigoríficos e matadouros
irregulares”, afirma Franciléia.
Medidas
A equipe, formada pelos quatro
órgãos públicos, continua fazendo
o monitoramento dos animais tanto no aterro sanitário
como nos principais locais de foco de atração
dos urubus. Porém, para que os riscos de
acidentes aéreos diminuam ainda mais, é
preciso a constante fiscalização dos
pontos de descarte de efluentes em cursos d’água
fora do padrão por frigoríficos e
matadouros; o fechamento de matadouros clandestinos;
o monitoramento de focos na área do entorno
do aeroporto e dos pontos de descarte de lixo doméstico
irregulares, fazendo a retirada imediata dos mesmos;
além da informação e conscientização
da população para evitar o descarte
irregular de lixo nas ruas e nos contêineres.
O mais importante é a mudança
de local do aterro para uma área fora da
ASA, além da recuperação ambiental
do aterro atual. Além disso, a comunidade
local e os responsáveis por matadouros e
frigoríficos devem manter o compromisso de
manter limpa a área que circunda o aeroporto,
para evitar os perigos de incidentes aéreos.
Luciana Almeida / Luciana Spillere
Ascom/Ibama/PA