Panorama
 
 
 

NINHO COM FILHOTE DE GAVIÃO REAL É DESCOBERTO
NA FLORESTA NACIONAL DE CARAJÁS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2009

Brasília (06/04/09) – Analistas ambientais do Instituto Chico Mendes (ICMBio) monitoram, na Floresta Nacional (Flona) de Carajás, no Pará, um ninho descoberto no alto de uma castanheira na Flona, onde está um filhote de gavião real recém-nascido. O gavião real ou harpia é considerado o mais poderoso predador entre as aves de rapina do mundo. É uma espécie rara e encontra-se hoje praticamente restrito à Floresta Amazônica, em virtude da perda de habitat, caça e tráfico de animais.

Três dias atrás, um grupo de alpinistas, sob o comando da direção da Flona, subiu em árvores ao lado da castanheira de 40 metros de altura, onde está o ninho, para fazer uma observação mais de perto do filhote. O grupo constatou que ele está bem. “A idéia é monitorar a evolução do animal”, explica o chefe da Floresta Nacional de Carajás, Frederico Drumond.

A imponência do gavião real não está apenas no seu porte – mede quase um metro altura, tem mais de um metro de comprimento e dois metros de envergadura e pode pesar até dez quilos –, mas, principalmente, na sua incrível força e ferocidade. Um gavião adulto pode carregar um animal de mais de dez quilos. Suas garras são tão poderosas (a unha chega a medir sete centímetros) e sua força tão grande, que ele consegue, em pleno vôo, arrancar uma preguiça da árvore ou um carneiro do chão.

EXPEDIÇÃO – O grupo de analistas do Instituto Chico Mendes percebeu sinais da existência do filhote durante expedição científica realizada em fevereiro, juntamente com outros pesquisadores, para observar o ninho, o qual foi descoberto em outubro do ano passado por folheiros extrativistas de jaborandi, na região do igarapé Bahia, no mosaico de unidades de conservação de Carajás. Eles avisaram ao chefe da Flona e desde então o local é monitorado pelo ICMBio.

O chefe da Flona, que é biólogo e integrou a expedição, disse que a observação realizada no local, no dia 25 de fevereiro, sugere que o filhote nasceu bem. A fêmea saiu da posição de choco e ficou fora do ninho por uma hora, voltando com uma caça e ainda protegendo o ninho da chuva. “Contudo, precisaremos realizar novas observações do alto da árvore para confirmar a situação do filhote”, informa Drummond.

Embora descoberto em outubro, o ninho passou a ser observado de forma sistemática e intensa apenas a partir de dezembro. E, apesar de se somar mais de 50 horas de observação, ainda não foi possível visualizar bem o filhote. Os analistas garantem, no entanto, que, pela movimentação da fêmea e do macho no ninho, o recém-nascido está no local. Semanalmente, há observações por terra, e, eventualmente, um escalador vai ao alto de uma árvore, em busca de uma melhor visão.

As observações indicam que o acasalamento ocorreu entre os dias 25 e 26 de dezembro e que a fêmea começou a postura entre 30 de dezembro e 7 de janeiro. Durante o período de postura, a fêmea permaneceu dentro do ninho sendo alimentada pelo macho. Com base em dados levantados em pesquisas feitas com gaviões reais criados em cativeiro, o chefe da Flona supõe que a eclosão do ovo ocorreu depois do dia 20 de fevereiro.

REALEZA – A realeza do nome se deve à aparência do gavião – asas brancas, cauda e um colar em torno do pescoço negro, peito branco e cabeça ornada por um cocar cinza e macio, do qual despontam dois conjuntos de penas maiores, semelhantes a chifres ou a um topete. Suas asas são largas e redondas, as pernas curtas e grossas e os dedos extremamente fortes, onde se destacam as enormes garras.

A ave tem um assobio longo e estridente. Voa alternando rápidas batidas de asas com planeio. Quando ataca uma presa, torna-se veloz e possante. Avessos a mudanças de habitat, os gaviões reais alimentam-se de animais como preguiças, macacos, filhotes de veado e caititu, aves como araras e serpentes. A harpia está no topo da cadeia alimentar (não tem outros predadores a não ser o homem).

Normalmente, os gaviões reais reproduzem-se de junho a dezembro. O casal escolhe sempre as árvores mais altas para fazer o ninho, refeito a cada período de reprodução, que normalmente ocorre de dois em dois anos. Geralmente, a fêmea coloca um ovo. A incubação dura em torno de 56 a 58 dias. O filhote é alimentado pelos pais e aprende a voar com cerca de 6 a 8 meses.

CONSERVAÇÃO – A Flona de Carajás apoia um projeto de conservação do gavião real. Iniciado em abril do ano passado, o projeto é coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) e patrocinado pela mineradora Companhia Vale do Rio Doce. Dentre as ações de conservação, a equipe da Flona desenvolve atualmente o monitoramento de dois ninhos, além do trabalho de educação ambiental com a comunidade e com os trabalhadores da mineradora.

“Um dos objetivos da unidade de conservação é a pesquisa científica voltada para a gestão ambiental e de espécies ameaçadas. Essa é uma espécie com lacunas de conhecimento importantes e o estudo dos ninhos pode contribuir para descobrirmos mais informações”, afirma Drumonnd.

De acordo com o chefe da Flona de Carajás, a maior ameaça à espécie é a fragmentação de habitats, gerada pelo desmatamento. A ave de rapina depende de uma grande área para sobreviver, sendo seu território estimado entre 100 e 800 hectares.

O Plano de Ação Nacional para Conservação de Aves de Rapina, publicado pelo ICMBio em 2008, recomenda a proteção de áreas de nidificação (feitura dos ninhos) e atividades de educação ambiental para a conservação da espécie. A publicação registra a existência de 21 ninhos de harpia na Amazônia Legal até 2006. Os ninhos da Flona de Carajás não estão incluídos nessa estatística.
Ascom/ICMBio

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APA de Ibirapuitã sofre com desmatamento, aterros e barragens clandestinas

Brasília (08/04/2009) – A Área de Proteção Ambiental de Ibirapuitã (RS) enfrenta a escassez de água em seu rio, que nasce em Livramento e se estende até Alegrete. O manancial do rio não abriga mais poços sem fundo e grutas submersas. "Em alguns pontos onde havia água em abundância restam pequenos filetes", lamenta Cleber Machado, o diretor-geral da pasta municipal de Meio Ambiente de Alegrete.

Cleber revela que, em alguns pontos, o curso foi desviado por barragens clandestinas. Os ambientalistas também denunciam o desmatamento e os cortes seletivos das matas ciliares da região. A prática provoca desmoronamento das margens e assoreamento do rio, além da redução da quantidade de alimentos para aves e peixes.

De acordo com a Eridiane Lopes da Silva, chefe da APA de Ibirapuitã, um dos principais desafios das autoridades é evitar que banhados e lagoas marginais sejam drenados ou aterrados. São eles que regulam a vazão do rio, dos arroios e sangas que servem de berço para grande parte de peixes.

Ainda segundo Eridiane, os produtores de Alegrete, Rosário, Quaraí e Livramento serão convocados a participar de uma audiência com o Ministério Público federal, assim que terminar a colheita do arroz irrigado. A idéia é discutir com eles normas de conduta para a preservação do rio.

 
 

Instituto Chico Mendes
Ascom

 
 
 
 

 

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