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Eric Rebelo Ascom/Inpa - Os dois peixes-bois foram
reintroduzidos hoje na natureza - 06/04/2009 - Dois
peixes-bois (Trichechus inunguis) criados no Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT)
retornaram à natureza na manhã de
hoje (6). Os mamíferos foram soltos na comunidade
São Sebastião dos Cueiras, entre Manaus
e o município de Novo Airão (AM).
Uma equipe de técnicos e pesquisadores do
Laboratório de Mamíferos Aquáticos
(LMA), do Inpa, da Associação Amigos
do Peixe-boi (Ampa) e do Instituto de Pesquisas
Ecológicas (IPÊ), participou da soltura.
A equipe saiu do Inpa no sábado
(4). Os peixes-bois, "Xibó" e "Mapixari",
como foram batizados pelos pesquisadores chegaram
ao Inpa com idade estimada entre seis e oito meses
e hoje têm nove e 10 anos.
O pesquisador Diogo Souza, explicou
que os animais são jovens e estão
bem de saúde. "Eles chegaram pequenos,
foram criados nas piscinas. agora chegou o momento
de devolvê-los ao ambiente natural que são
os rios. Não faz sentido mantê-los
cativos o resto da vida". Souza é um
dos biólogos que acompanhará e monitorar
os animais. Ele e outros pesquisadores ficarão
na área onde os mamíferos serão
soltos por mais um mês.
Reintrodução
O Programa de Reintrodução
dos Peixes-bois da Amazônia Criados em Cativeiro
começou em 2008, quando o Inpa devolveu à
natureza dois exemplares de peixe-boi. Um deles
não sobreviveu à reintrodução.
"Quando passam muito tempo longe do habitat
natural, esses animais perdem um pouco do instinto
de migrar com as vazantes. Aqui nos secamos os tanques
para a limpeza e eles ficam esperando alguém
encher novamente, na natureza isso não acontece,
acreditamos que foi isso que ocorreu com o Puru,
o peixe-boi que morreu", explicou o biólogo.
O biólogo informou que
os animais serão monitorados em tempo integral.
Uma equipe permanecerá no local por um mês
para acompanhar o processo de adaptação
dos animais. A pesquisadora e chefe do LMA, Vera
Silva, explicou que os peixes serão monitorados
por um transmissor. "Eles serão monitorados
via radiotelemetria. A técnica consiste na
instalação de um rádio-colar
com um transmissor no pendúculo caudal do
animal, o qual enviará sinais de VHF para
o receptor que está com os pesquisadores,
possibilitando assim, a sua localização
e acompanhamento".
Vera Silva explicou que a equipe
também medirá a velocidade de deslocamento
e a profundidade de mergulho dos animais. "Em
colaboração com pesquisadores da Universidade
de Tóquio (Japão), instalamos nos
um aparelho (data logger) que mede a velocidade
de deslocamento, profundidade de mergulho, ângulo
do corpo no deslocamento e a trajetória dos
animais. Esperamos que essas informações
melhorem nosso conhecimento sobre esses fascinantes
animais", ressaltou.
Segundo ela, o monitoramento em
tempo integral por um longo período visa,
entre outras coisas, minimizar riscos e registrar
todas as informações de comportamento
que irão basear futuras ações.
+ Mais
Exposição apresenta
instrumentos musicais a partir de madeira manejada
09/04/2009 - Até o próximo
dia 30 o Serviço Social do Comércio
(Sesc), apresenta, em Manaus (AM), a exposição
de instrumentos musicais (violão, contrabaixo,
baixolão e cavaquinho), produzidos a partir
de madeiras certificadas da Amazônia.
As peças, expostas desde
segunda-feira (6), são parte dos resultados
do projeto Artefatos com Madeiras Certificada da
Amazônia Empreendedorismo e comercialização,
por meio do Programa Amazonas de Apoio à
Pesquisa em Micro e Pequenas Empresas (Pappe), com
recursos da Fundação de Amparo à
Pesquisa da Amazônia (Fapeam) e da Financiadora
de Projetos (Finep/MCT).
Ao todo, são cerca de 20
instrumentos, sendo a maioria acabados (pronto para
utilização) e alguns que mostram o
processo produtivo das peças, assim como
as respectivas madeiras utilizadas. A identificação
e aplicação de novas espécies
de madeiras da região, como o Louro Preto,
uma das espécies que demonstrou grande aplicabilidade
na lutheria (fabricação de instrumentos
musicais), foi a que mais chamou atenção
do responsável pelo trabalho, o empresário
e luthier Edson da Silva Ribeiro.
A identificação
e os estudos sobre as características das
cinco espécies trabalhadas no projeto tiveram
a ajuda e parceria da pesquisadora da área
de silvicultura do Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia (Inpa/MCT) Claudete Catanhede
do Nascimento. A partir dos resultados obtidos,
ela e o luthier lançam no último dia
da exposição um catálogo que
descreve as espécies pesquisadas e a aplicabilidade
para a construção de cada parte de
diversos instrumentos.
"Nosso maior desafio é
mostrar à sociedade que existem outras espécies
tão boas quanto as tradicionais para a fabricação
de instrumentos. Com isso pretendemos abrir o leque
de possibilidades fazendo com que algumas espécies
deixem de sofrer pressão por serem as únicas
conhecidas e utilizadas pelas fabricas", garante
a pesquisadora.
Claudete acredita que a inserção
de novas espécies regionais para a lutheria
pode ser considerada o ganho mais significativo
do projeto. "Todos os resultados estarão
disponíveis no catálogo que contem
o nome das madeiras, especificações,
características e o passo a passo para a
produção de instrumentos musicais,
sendo que todas as informações podem
ser utilizadas por outras empresas. Este é
um dos primeiros trabalhos práticos de transferência
de tecnologias da madeira dos laboratórios
para as empresas", explica.
Ganhos
Edson faz questão de esclarecer
também que a intenção do projeto
não é substituir as espécies
tradicionais, mas disponibilizar novas alternativas
para o mercado. O louro preto, uma das espécies
sugeridas, quando bem trabalhada apresenta características
físico mecânicas excelentes, proporcionando
uma tratabilidade na oficina o que agrega produtividade
à linha e valor ao produto final
+ Mais
Brasil recebe novo navio para
pesquisas na Antártida e na América
do Sul
08/04/2009 - A Marinha do Brasil
apresentou ontem (7), no Rio de Janeiro (RJ), o
Navio Polar Almirante Maximiano. A embarcação
vai apoiar as pesquisas brasileiras na Antártida
juntamente com o Navio Oceanográfico Ary
Rongel. O navio foi incorporado à frota brasileira
no dia 3 de fevereiro deste ano, na cidade alemã
de Bremerhaven, após ser equipado com laboratórios,
cabines, hangar e convés de vôo para
operar aeronaves.
A compra do navio de origem norueguesa
teve apoio da Financiadora de Estudos e Projetos
(Finep/MCT), que aprovou recursos não-reembolsáveis
de R$ 69 milhões para o projeto. O Almirante
Maximiano foi adquirido por meio de convênio
assinado em 2008 entre a Marinha do Brasil, a Finep
e a Fundação de Desenvolvimento da
Pesquisa (Fundep).
Com esta aquisição,
o País passa a contar com uma plataforma
de coleta de dados capaz de atender às demandas
da comunidade científica brasileira em relação
às pesquisas no Atlântico Sul, em geral,
e na Antártica, em particular. O navio será
empregado prioritariamente na coleta de dados oceanográficos
na Antártica, em apoio aos projetos científicos
do Programa Antártico. A embarcação
também poderá ser utilizada em águas
brasileiras ou em outras regiões do Atlântico
Sul, com a finalidade de coletar dados hidroceanográficos
destinados ao aprimoramento das previsões
meteorológicas e oceanográficas, bem
como da cartografia náutica. Para atuar segundo
o seu conceito de emprego, estão sendo adquiridos,
pela Marinha do Brasil, diversos equipamentos científicos
e de apoio, com instalação prevista
para este ano.
Almirante Maximiano
O nome Almirante Maximiano é
uma homenagem ao Almirante-de-Esquadra Maximiano
Eduardo da Silva Fonseca que, como Ministro da Marinha,
ao adquirir o Navio de Apoio Oceanográfico
Barão de Teffé abriu o caminho para
a presença do Brasil na Antártica,
permitindo a realização da primeira
Expedição Antártica Brasileira
e o estabelecimento da Estação Antártica
Comandante Ferraz. Esta estação, a
partir de então, marca a presença
do Brasil naquele continente, na condição
de membro do Tratado Antártico, o que nos
dá direito a voto nas decisões que
dizem respeito à região.