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STEPHANES DEFINE CINCO PONTOS BÁSICOS A
SEREM MUDADOS NO CÓDIGO FLORESTAL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2009

6 de Abril de 2009 - Danilo Macedo - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O Código Florestal (Lei 4.771), que entrou em vigor no dia 15 de setembro de 1965, precisa ser mudado, por causa do longo tempo de vigência e principalmente pelo desenvolvimento que se verificou no campo de lá para cá. A reivindicação é feita tanto por ambientalistas quanto por agricultores, que, no entanto, trocam críticas e não se entendem quanto às modificações necessárias.

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, diz que não entende por que, depois de vários entendimentos, seu ministério e o do Meio Ambiente passaram a se desentender. Até dezembro, o assunto era discutido em um grupo de trabalho que reunia ambientalistas e representantes do agronegócio. Depois de três rodadas de negociação, organizações não-governamentais (ONGs) ambientalistas deixaram as discussões e, em seguida, Stephanes decidiu extinguir o colegiado.

Para ele, existem cinco pontos básicos que precisam ser resolvidos para que não se inviabilize boa parte da agricultura brasileira. A primeira reivindicação é para que áreas de preservação permanente (APPs), como margens de rios e de nascentes, sejam somadas no cálculo da reserva legal obrigatória, que varia de 20% a 80% do tamanho da propriedade, dependendo do bioma em que se encontra. Nesse caso, se essas áreas forem equivalentes ao exigido na lei, não seria preciso formar uma reserva florestal. Caso o tamanho seja inferior, a área a ser reflorestada seria feita aumentando-se a área de vegetação às margens dos rios e nascentes.

“É muito mais lógico do que ter uma reserva em separado. Eu acho que isso daria um saldo muito grande e se começaria efetivamente a recuperar as margens dos rios nessas áreas mais consolidadas do Centro-Sul”, afirmou Stephanes em entrevista à Agência Brasil.

O segundo ponto é a permissão do uso de várzeas, topos de morros e encostas em áreas já consolidadas por uma agricultura sustentável. É o caso de grande parte das plantações de café de Minas Gerais, que garantem ao estado a condição de maior produtor nacional do grão. De acordo com a lei, essa produção atualmente é ilegal.

O terceiro item vale para os pequenos produtores que não estão à margem de rios e nascentes, que poderiam fazer sua reserva legal de forma mista. Assim, além de levar em conta a biodiversidade, seriam cultivadas árvores que pudessem ser exploradas economicamente, como o babaçu e o dendezeiro. “Caso contrário, muitos proprietários podem ter inviabilizada a produção em suas terras, e já existe tecnologia para esse sistema misto”, garante Stephanes.

Para as propriedades maiores, a proposta que talvez mais crie polêmica entre produtores e ambientalistas é que permite fazer em outras áreas o reflorestamento da reserva legal obrigatória. Segundo o ministro, não seria bom perder áreas com terras muito boas e que já estão produzindo há muito tempo, como é o caso de várias fazendas, principalmente no Paraná, em São Paulo e Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

“O produtor fica com a obrigatoriedade, mas pode fazer isso fora, ou pode comprar de quem tem florestas excedentes ou até ajudar a manutenção de florestas públicas, como compensação”, propõe o ministro. No último caso, o governo estabeleceria o valor equivalente a cada hectare preservado ou projeto de reflorestamento.

O último ponto colocado por Stephanes trata de anistia a produtores que procuram o governo para regularizar alguma situação relacionada ao Código Florestal, ocorrida no passado. “É preciso rever essa questão de punição para aqueles que não estão de acordo com a legislação, mas por desconhecê-la. É que ela se tornou, através do tempo, extremamente complexa e difícil, e o produtor deve ser incentivado a cumprir com essa obrigação”, apontou.

O ministro disse que os outros pontos em discussão "derivam" desses cinco, que são considerados “básicos”. Ele reforça, no entanto, que ao contrário de uma proposta de desmatamento na Amazônia, que alguns ambientalistas creditaram a ele antes do rompimento das discussões do grupo de trabalho, seu pedido é para que se criem condições para o desmatamento zero na floresta.

“E não é só proibir o desmatamento ilegal e achar formas de coibir isso em tempo real para evitar que ele aconteça e a gente saia correndo atrás, como também criar uma condição para que aquele que tem direito a desmatar, não o faça. Que seja criando um fundo, uma forma de pagamento, de remuneração, para que não haja mais desmatamento”, disse.

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Peixes-bois criados em cativeiro retornam à natureza

5 de Abril de 2009 - Amanda Mota - Repórter da Agência Brasil - Manaus - O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) reintroduz hoje (5) na natureza, no interior do estado, dois peixes-bois criados em cativeiro. Xibó e Mapixari, como são chamados, têm idade entre 8 e 9 anos. Os animais estão no instituto desde 1999 e 2000, respectivamente, e hoje pesam aproximadamente 135 quilos cada um.

Segundo o veterinário do Inpa Anselmo D’Affonseca, os bichos serão soltos na Reserva do Cuieiras, a 60 quilômetros ao norte de Manaus. Uma equipe de técnicos e pesquisadores do Laboratório de Mamíferos Aquáticos, da Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa) e do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPE) é responsável pelo transporte e soltura dos animais.

São cinco horas de viagem de barco, partindo de Manaus, até a reserva. O local foi escolhido para a reintrodução dos animais por ser uma reserva de proteção ambiental e pelo trabalho de conscientização e educação ambiental feito entre os ribeirinhos que vivem na região. Outra razão para a seleção da Reserva do Cuieiras é que não há prática de pesca de peixe-boi na área.

Com a liberação de Xibó e Mapixari, 40 peixes-bois continuarão em cativeiro no Inpa. Segundo Anselmo, a preparação dos animais para a soltura foi baseada no reforço da alimentação.

“Para fazer a soltura, é necessário anteriormente reforçar a alimentação para que o animal ganhe peso. Na natureza, diferentemente do cativeiro, ele terá que correr atrás para comer. Em geral, esses animais se alimentam muito na época de cheia dos rios e passam fome na seca, mas nesse período gastam a energia acumulada”, explicou.

Antes de serem libertados em Cuieiras, os animais ficarão abrigados por um dia em um tanque-rede. O objetivo da ação é promover sua completa adaptação ao local. Tudo será monitorado pelos pesquisadores. Depois de soltos, os animais poderão ser acompanhados pelos técnicos e pesquisadores do Inpa por meio de radiotransmissores instalados para pesquisa e proteção.

Esta é a segunda experiência de soltura de peixes-bois promovida pelo instituto. No ano passado, dois representantes da espécie também foram reintroduzidos em águas amazônicas, mas o monitoramento desses animais pelos radiotransmissores levou os cientistas a descobrir que um deles havia morrido.

“O rio estava baixando e ele ficou preso no local, entre algumas plantas. Como o rio baixou muito, ele ficou fora da água e por isso não sobreviveu. Com o radiotransmissor, conseguimos localizá-lo, mas já estava morto”, contou Anselmo.

Em entrevista à Agência Brasil, o veterinário do Inpa ressaltou que em algumas situações o peixe-boi pode ser uma presa fácil para quem quer capturá-lo. Na seca, por exemplo, esses animais ficam em áreas restritas e conhecidas pelos pescadores. Ele disse que a espécie pode entrar em extinção se não houver cuidado.

Em 20 anos, cerca de 200 mil animais da espécie foram mortos. Por ano, o instituto recebe, em média, cinco peixes-bois por ano para reabilitação.

“Trata-se de um animal de grande porte, mas com reprodução lenta. Infelizmente, é muito comum encontrar carne de peixe-boi em mercados da Amazônia. É uma pesca difícil, mas tem gente que continua resistindo nessa prática”, acrescentou.

O peixe-boi é um animal típico da Bacia Amazônica e só é encontrado em lugares que abrangem essa região hidrográfica, no Brasil e em algumas áreas do Peru e da Colômbia. O animal pode pesar até 500 quilos e viver por até 70 anos. O nascimento de um filhote de peixe-boi ocorre, em média, a cada quatro anos. Isso porque a gestação transcorre por um ano e a amamentação pode durar até três anos. Durante esse período, a fêmea não entra no cio e apenas um filhote de cada vez é liberado à natureza.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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