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ALEMANHA TAMBÉM DIZ NÃO AO MILHO GENETICAMENTE
MODIFICADO DA MONSANTO

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2009

14 de Abril de 2009 A Comissão Européia está sob pressão interna para rejeitar o plantio de duas variedades de milho transgênico no continente. Cientistas apontam problemas à biodiversidade e à vida selvagem.
Bruxelas (Bélgica) — País é o sexto da Europa a banir o cultivo da variedade. Ministra da Agricultura afirma que MON810 é "ameaça à natureza".

Uma ameaça à natureza. Foi assim que a ministra da Agricultura da Alemanha, Ilse Aigner, justificou nesta terça-feira (14/4) a decisão de banir do país o milho transgênico MON810, da Monsanto. A ministra enfatizou que a decisão é científica, não política. A Alemanha é o sexto país da União Européia a banir o cultivo dessa variedade de milho geneticamente modificado, única atualmente cultivada comercialmente na região, principalmente para ração animal.

Além da Alemanha, cinco outros países europeus baniram o plantio desse milho da Monsanto: França, Grécia, Áustria, Hungria e Luxemburgo.

Enquanto a Europa fecha suas portas ao milho da Monsanto, baseando-se em dados científicos, o Brasil ignora os riscos cada vez mais evidentes. Em fevereiro de 2009, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou o milho MON810, apesar da farta documentação apresentada que revelam os riscos que essa variedade representa ao meio ambiente e à saúde das pessoas.

"Todo governo que examinar seriamente os riscos ambientais associados com o plantio do milho MON810 chegará à mesma conclusão. Em vez de tentar forçar países a levantar as proibições impostas, a Comissão Européia deveria enfrentar a realidade dos fatos científicos e não conceder novas autorizações para o milho transgênico da Monsanto", afirmou Márta Vetier, da campanha de transgênicos do Greenpeace na União Européia.

"Isso é uma clara tendência na Europa, a Alemanha é o sexto país a banir transgênicos. Lá, a resistência dos consumidores é um grande fator de infuência, enquanto aqui, a maioria ainda está distante deste debate", afirma Rafael Cruz, coordenador da campanha de transgênicos do Greenpeace Brasil.

MERENDA

No último dia 18 de março, o vereador João Alfredo Telles (PSOL), de Fortaleza, apresentou projeto de lei que determina prioridade aos produtos orgânicos na compra de alimentos para a merenda escolar das crianças da rede municipal de ensino da capital cearense. O projeto está sendo agora avaliado pela Comissão de Legislação, Justiça e Cidadania da Câmara de Vereadores de Fortaleza.

Segundo o vereador, o projeto "segue uma diretriz da agricultura orgânica, que é o desenvolvimento local, social e econômico sustentáveis". Além de Fortaleza, Porto Alegre já conta com um projeto que proíbe transgênicos na merenda escolar municipal tramitando em sua Câmara Municipal, apresentado pelo vereador e ex-secretário de Meio Ambiente do município, Beto Moesch.

"O projeto do vereador João Alfredo é um enorme passo para a saúde das crianças de Fortaleza e para a proteção do meio ambiente, e surge em meio à importante discussão sobre a segurança alimentar dos transgênicos", afirma Rafael Cruz.

A proposta, porém, encontrará desafios, principalmente no que diz respeito à identificação dos alimentos transgênicos. O projeto de lei prevê que "a administração pública municipal de Fortaleza regulamentará o levantamento dos produtos transgênicos então utilizados e o prazo para a sua substituição" por produtos orgânicos. O problema é que a rotulagem de alimentos transgênicos no Brasil não é respeitada pelas empresas, apesar de ser exigida por lei.

Esta identificação do que é ou não transgênico tem sido feita, nos últimos anos, somente por determinação judicial, após investigação. Foi o que aconteceu com algumas marcas de óleo de soja das empresas Bunge e Cargill, no início de 2008.

Em março deste ano, o Ministério Público Federal determinou que a empresa Bunge, em sua filial no Mato Grosso (MT), também rotule seus alimentos transgênicos, conforme previsto em lei.

+ Mais

Indústria da soja não vai comprar de quem desmatou a Amazônia

14 de Abril de 2009 Monitoramento da safra 2008-2009 cruzou dados de desmatamento apontados pelos satélites utilizados pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) com sobrevôos e pesquisa de campo.
Brasília (DF) — Monitoramento da safra 2008-2009 descobriu soja plantada em áreas recém-desmatadas; a boa notícia é que as empresas do setor reafirmaram seu compromisso com a floresta, anunciando boicote a essa produção e corte de crédito de quem desafiou a moratória em vigor desde julho de 2006.

As principais empresas comercializadoras de soja ligadas à Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove) e à Associação Nacional das Empresas Exportadoras de Cereais (Anec) anunciaram hoje que não vão comprar soja da safra 2008-2009 que tenha provocado desmatamento na Amazônia. E mais: não haverá crédito para os fazendeiros que desafiaram a moratória, em vigor desde julho de 2006. A reação da indústria é uma resposta clara aos resultados do segundo monitoramento do Grupo de Trabalho da Soja (GTS), que detectou fazendas que plantaram o grão em áreas recém desmatadas na Amazônia.

O anúncio das empresas foi feito durante evento no Ministério do Meio Ambiente (MMA), em Brasília, e contou com a presença do ministro Carlos Minc, do presidente da Abiove, Carlo Lovatelli, de representantes da indústria da soja – como Bunge, Cargill, ADM e Amaggi –, do presidente da Anec, Felício Aguiar, e também das organizações não-governamentais que compõem o Grupo de Trabalho da Soja.

“Quem achou que a moratória não era para valer vai perder dinheiro e mercado. A indústria da soja está dando um exemplo de respeito à floresta e aos consumidores, que não querem ser co-autores da destruição da Amazônia”, disse Paulo Adário, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace. “A medida é ainda uma grande notícia para o governo, que assumiu metas para reduzir drasticamente o desmatamento, e para o mundo, assustado com as mudanças climáticas”.

De acordo com os dados divulgados hoje, na última safra, foram monitorados 630 polígonos em 46 municípios do bioma Amazônia, totalizando 156.714 hectares, tendo sido identificadas 12 áreas com soja em aproximadamente 1.396 hectares de área plantada.

Para as ONGs que integram o GTS, a metodologia de monitoramento mostrou-se eficiente, mas terá que ser aperfeiçoada, já que o padrão de derrubada da floresta na Amazônia está mudando. Segundo análise dos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2002 as áreas acima de 100 hectares representaram 55% do total desmatado na região, enquanto os desmatamentos menores do que 25 hectares ocuparam 20%. Em 2008, a participação de grandes desmatamentos caiu para 22% da área total desmatada e as derrubadas menores que 25 hectares pularam para 47%.

“É inegável a importância do comprometimento da indústria da soja na redução do desmatamento da Amazônia. Agora a indústria tem o desafio de segregar os fornecedores que insistem em desafiar a moratória”, disse Adario. Segundo ele, com isso a indústria atenderá a vontade de seus clientes que não querem contribuir para a destruição da Amazônia e, por consequencia, para as mudanças climáticas.

O Greenpeace cobrou, na reunião, o compromisso assumido pelo governo de acelerar o cadastro das fazendas de forma a permitir que o monitoramento e a identificação dos desmatadores possam ser feitos facilmente, com o uso de mapas de propriedades e imagens de satélite.

Minc reconheceu o esforço conjunto de diferentes setores – como governo, indústria e sociedade civil – para garantir maior proteção à floresta. “Reconheço o esforço positivo e credito a diminuição expressiva do desmatamento a pactos como a moratória da soja”, disse ele. Minc se comprometeu ainda a destinar um excedente de R$ 5 milhões do PPG-7 (Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil) para o cadastramento ambiental rural, além de atribuir à resolução do Banco Central de cortar o crédito para quem derrubar a floresta a redução do desmatamento na Amazônia – medida essa que está em constante ameaça por pressão do Congresso.

O Brasil é quarto maior emissor de gases do efeito estufa do mundo devido à destruição das florestas e deve se comprometer a zerar o desmatamento na Amazônia até 2015. O Brasil precisa liderar países em desenvolvimento com grandes extensões de florestas tropicais a assumirem metas concretas para reduzir suas emissões e exigir ajuda para isso na Conferência do Clima (COP 15), que em dezembro reunirá mais de 200 países em Copenhagen. Para evitar uma catástrofe climática, será preciso que, em 2020, os países desenvolvidos reduzam em 40% suas emissões com relação aos níveis de 11000, além de disponibilizar cerca de US$ 30 bilhões por ano para acabar com o desmatamento tropical, que responde por cerca de um quinto das emissões globais.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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